Capítulo 30 – O Começo do Cerco

Dois dias após o desaparecimento do homem do Véu, tudo mudou.

João começou a sentir pulsos mentais ao redor da base. Não eram ataques, ainda.

Mas escaneamentos de consciência.

Eles estavam mapeando as emoções dele, à distância.

— Querem me quebrar antes da guerra — disse ele a Natasha.

— Ou querem te usar pra criar outra.

O grupo de resistência Sombras Vivas se expandia rápido.

Células surgiam na Itália, Marrocos, Brasil, México...

Mas sem liderança, os grupos estavam começando a agir com violência cega.

Queimavam laboratórios, invadiam quartéis, atacavam até inocentes.

João sabia que precisava aparecer de novo.

Mas tinha medo de ser usado.

Marina o confrontou:

— Você não pode fugir do que é. As pessoas te veem como símbolo. Mas não sabem se você quer liderar ou desaparecer.

— Eu não pedi pra ser símbolo.

— E eu não pedi pra sobreviver a uma guerra. Mas cá estamos.

Eles se abraçaram ali.

Pela primeira vez em semanas.

Rocco chegou correndo.

— Pegaram uma célula nossa em Rabat. Trinta mortos. E deixaram uma única frase pichada no muro:

> "Ele falhou."

João olhou para o horizonte.

— Então tá.

Vamos mostrar o que acontece quando o erro se recusa a morrer.

Ele foi até o equipamento antigo de Elías.

Tirou do fundo uma pasta com o símbolo do Projeto Origem.

E disse:

— Natasha. Rocco. Marina.

Chegou a hora de não só sobreviver.

Chegou a hora de devolver tudo.