Capítulo 35 – A Chama da Resistência

No centro do acampamento, João convocou todos.

Não só os despertos, mas os simpatizantes, os antigos combatentes, os que haviam perdido família, vida, identidade.

Ele subiu em cima de uma caixa metálica. O sol nascia por trás dele.

O mundo ainda estava escuro… mas algo naquela manhã parecia diferente.

> — Eu vi o que eles são capazes de fazer com uma criança. Eu vi o que fizeram comigo. E com vocês.

E por muito tempo, achei que o certo era correr. Sobreviver.

Mas agora eu entendi: eles não têm medo de armas.

Eles têm medo de ideias.

E nós somos a ideia que eles não conseguem enterrar.

— A partir de hoje, não somos uma célula isolada.

Somos uma resistência global.

Ele ergueu o punho.

— E se nos chamarem de monstros, de terroristas, de aberrações... então vamos mostrar que até os monstros sangram.

Mas só quando são livres.

O acampamento explodiu em gritos.

Gritos de verdade.

De coragem.

De liberdade.

E na palma da mão de Lua… uma pequena espiral se formou.