Velhos Traços Não Desaparecem

Aron pacientemente começou a se aprofundar em todos os detalhes mais sutis, explicando tudo cuidadosamente para Maximus. Ele esclareceu que Maximus, ou melhor, Max Stern era um estudante de dezessete anos em seu último ano do ensino médio.

No entanto, Max não era nada parecido com um típico estudante do último ano. Aron enfatizou que Max era o herdeiro mais jovem da influente família Stern, detalhando meticulosamente sua imensa riqueza, extensos negócios e poder de grande alcance. Estranhamente, Aron chegou até a listar os parentes de Max, como se essa fosse uma informação crítica para compreender imediatamente.

"Você tem dois tios, cada um com seus próprios filhos," Aron explicou metodicamente, sua voz firme e calma. "Você também tem duas tias, ambas casadas. Cada uma com um irmão mais velho que você, colocando você exatamente como o herdeiro mais jovem."

Max ouviu atentamente, absorvendo cada detalhe. A voz de Aron suavizou ligeiramente ao abordar um assunto mais sensível, os pais de Max.

"Infelizmente, seus pais faleceram em um acidente de carro enquanto você estava na escola," Aron explicou gentilmente. "Desde então, tenho sido seu guardião legal, responsável por sua segurança e bem-estar."

Maximus piscou surpreso. Aron parecia apenas alguns anos mais velho que ele, mas estava encarregado da tutela? A confusão de Max era evidente.

"Eu entendo que isso seja um choque significativo," Aron continuou, impassível diante da óbvia perplexidade de Max. "Há muito o que recuperar, então permanecerei por perto, informando-o da forma mais completa possível."

Aron habilmente alcançou o bolso de seu paletó e entregou a Max um grande smartphone de última geração. Max imediatamente reconheceu o modelo mais recente, idêntico ao que possuía em sua vida anterior. A familiaridade lhe deu uma estranha sensação de conforto.

*Isso confirma que estou vivendo aproximadamente no mesmo período de tempo,* Max deduziu silenciosamente. Ao ligar o telefone, o reconhecimento facial imediatamente desbloqueou o dispositivo, confirmando que haviam se passado apenas três dias desde que ele fora traído e quase morto.

"Você sempre carrega telefones com meu ID facial prontos para usar?" Max perguntou ceticamente.

Em resposta, Aron casualmente tirou mais dois smartphones idênticos de seus bolsos, ambos impecáveis e totalmente funcionais.

"Jovem mestre," Aron explicou calmamente, "esta não é a primeira vez que você perde ou danifica um telefone. Sempre mantenho extras à mão. Cada dispositivo tem meu contato pré-programado, garantindo que você possa me alcançar a qualquer momento. Qualquer coisa que você precise ou deseje, me esforçarei para realizar."

Um sorriso divertido se espalhou pelo rosto de Max enquanto uma ideia se formava. "Qualquer coisa? Então, se eu pedisse um tapete vermelho para me receber lá fora e um novo Lamborghini pronto para minha saída deste hospital, você faria isso acontecer?"

Aron, sem hesitação, pegou outro telefone, este distintivamente vermelho, e começou a discar.

"Tenho um pedido do jovem mestre—"

"Espere!" Max interrompeu em pânico. "O que exatamente você está fazendo?"

"Ele quer um tapete vermelho estendido e o último Lamborghini esperando lá fora," Aron continuou calmamente ao telefone. "Sim, é um pedido incomum. Ele acordou com um curioso caso de 'síndrome de jovem mestre'... De fato, bastante preocupante, mas devemos atender."

"Cancele o pedido!" Max gritou freneticamente.

Aron olhou para Max, levantando uma sobrancelha sutilmente. "Cancele o pedido," ele instruiu ao telefone antes de guardá-lo cuidadosamente.

"Como eu disse," Aron reafirmou, "vou atender a qualquer pedido dentro do razoável. Mas entenda que julgarei abertamente suas escolhas."

"Anotado," Maximus respondeu secamente, balançando a cabeça. A bizarra lealdade de Aron era diferente de qualquer coisa que ele já havia encontrado, mesmo dentro de sua antiga gangue.

A conversa deles foi interrompida por uma batida na porta.

"Entre," Aron chamou.

Um médico entrou rapidamente, com uma prancheta na mão. "Senhor Aron, por favor assine alguns documentos antes que o Mestre Stern possa receber alta. Siga-me brevemente, por favor."

Enquanto Aron seguia o médico para fora, Max foi mais uma vez deixado sozinho com seus pensamentos turbilhonantes.

Isso é real, eu realmente estou em um novo corpo, e não em qualquer corpo, mas no de um herdeiro da família Stern. Talvez minha vida inteira de luta tenha valido a pena afinal.

Movido pela descrença mais uma vez, ele correu para o espelho do banheiro, examinando de perto seu novo rosto novamente. Ver um estranho olhando de volta ainda era perturbador, mas inegavelmente emocionante.

Com esse poder e influência, descobrir quem me traiu dos Tigres Brancos será fácil. Vou descobrir cada detalhe e garantir que paguem caro.

Um sorriso sombrio e satisfeito surgiu em seu rosto. Notando a expressão perturbadora no espelho, Max rapidamente relaxou as bochechas, tentando um visual mais natural.

"Com uma nova vida, devo abraçar completamente uma nova identidade," ele declarou em voz alta. "De agora em diante, sou Max Stern—não Maximus."

Estudando atentamente seu reflexo, Max de repente vislumbrou um movimento no canto do espelho. Instintivamente, ele se esquivou quando uma mão avançou em sua direção, errando por meros centímetros. Com o coração acelerado, Max saiu correndo do banheiro para o quarto maior do hospital, girando rapidamente para enfrentar seu atacante.

Um homem vestido com roupas totalmente pretas, uma máscara cirúrgica escondendo seu rosto, estava ameaçadoramente onde Max estivera momentos antes.

Quem enviou esse cara? Qual gangue está atrás de mim? Max pensou confuso antes de lembrar-se bruscamente, Espere, estou em um novo corpo, por que alguma gangue me visaria agora?

"Vamos lá, garoto," o atacante mascarado zombou arrogantemente, avançando com socos imprudentes. Max facilmente desviou de cada golpe selvagem, com frustração clara em seu rosto.

"Quem te ensinou a lutar?" Max provocou, antes de avançar rapidamente, dando um soco firme diretamente no rosto do atacante. O homem cambaleou para trás, atordoado mas não derrotado.

Max fez uma careta, sacudindo os nós dos dedos avermelhados. *Droga, isso doeu! No meu corpo antigo, isso não seria nada.*

"Seu moleque inútil!" o atacante cuspiu venenosamente, sacando um canivete. "Eu não queria escalar a situação, mas você me forçou. Comece a implorar pela sua vida agora!"

Em vez de medo, Max sentiu a raiva surgindo. Lentamente levantando a cabeça, ele fixou os olhos ferozmente no atacante, cuja confiança vacilou.

"Você disse que este era um trabalho fácil," Max disse, sua voz calma mas mortal. "Você não tem ideia de quem acabou de ameaçar com essa faca."

Enquanto Max avançava, o homem instintivamente recuou, de repente inseguro sobre por que o medo o agarrava tão firmemente, com suor escorrendo pelo seu rosto.

"Sacar uma lâmina não é brincadeira," Max continuou friamente. "Apenas lembre-se, você tornou isso sério primeiro."