Max se levantou tão repentinamente que até Aron se assustou com a surpresa. Não era o tipo de movimento que alguém calmo faria.
O que você está pensando, jovem mestre?! Aron gritou internamente. Você não pode perder o controle—não aqui. Se fizer isso, só vai piorar as coisas. Eles vão usar isso contra você.
E ainda estou preocupado com o que aconteceu no hospital. Se você tentar algo imprudente aqui...
Não sobrou ninguém na família do seu lado... e há um limite para o que posso fazer.
"São apenas algumas bebidas," Max disse, virando-se com um sorriso repentino para Aron. "Vou buscar algumas. Você quer alguma coisa, Aron?"
Mais uma vez, Aron ficou ali, com a boca ligeiramente aberta—atordoado pela pergunta e, ao mesmo tempo, grato por nada ter acontecido.
"Não tenho permissão para beber enquanto estou de serviço, jovem mestre," Aron respondeu com uma pequena reverência. Ao levantar a cabeça, apontou firmemente em uma direção específica.
Max entendeu. Aron estava apontando para a cozinha. Em uma casa desse tamanho, poderia estar em qualquer lugar—e pareceria estranho para alguém que já esteve aqui antes perguntar.
Depois disso, Aron simplesmente observou enquanto Max se afastava, passando pelas portas e finalmente entrando na cozinha.
Não me importo com a forma como me tratam, mas aquele cara Donto... ele estava até falando mal do Aron. Só porque ele está aqui para me ajudar? Max pensou, com o maxilar tenso. Essas pessoas me deixam com um gosto ruim na boca.
Felizmente, os refrescos já haviam sido colocados em uma enorme ilha de cozinha, incluindo as mesmas garrafas de vinho que estavam bebendo anteriormente, então Max não precisou bancar o detetive para encontrar nada.
Enquanto começava a servir em taças limpas, não pôde deixar de se perguntar o que realmente estava acontecendo com a família Stern.
Por que todos estão tratando o garoto assim? É só porque ele é um alvo fácil? Estão agindo como se ele tivesse envenenado o café da manhã deles ou algo assim.
Por um segundo, um pensamento travesso passou pela mente de Max—talvez deixar um pouco de sua saliva 'acidentalmente' pingar nas bebidas deles.
Se ele é inútil e o mais novo, não há como ser escolhido como herdeiro. Então por que agir como se ele fosse uma ameaça? Talvez... talvez tenha algo a ver com aquelas contusões no corpo dele.
No final, Max decidiu não mexer nas bebidas. Era mais seguro apenas passar por todo esse evento e se concentrar em começar sua própria jornada neste novo corpo.
Cuidadosamente, Max colocou todas as bebidas em uma bandeja redonda e seguiu em frente. Abriu a porta e voltou para a sala de recepção principal.
Todos os olhares se fixaram nele—observando a bandeja em suas mãos, a maneira como andava, sua postura.
"Esse papel combina mais com você," Bobo sorriu maliciosamente enquanto Max colocava sua bebida. "Talvez você devesse pensar em se tornar garçom depois que terminar a escola."
Max ignorou o comentário e continuou distribuindo as bebidas. Depois de Bobo, ele se dirigiu a Donto, e então a Cici, que usava uma saia branca de tênis e uma camisa polo justa.
De todos os presentes até agora, ela não havia dito nada duro para ele ou Aron—embora seus olhares tivessem sido tão afiados quanto os dos outros.
Ainda assim, Max deu a ela um pequeno sorriso ao passar-lhe a bebida.
Finalmente, ele se aproximou de Chad com o último copo.
"O que você pensa que está fazendo?" Chad perguntou, estreitando os olhos.
"Desculpe, o quê?" Max respondeu.
Por um segundo, ele pensou que talvez tivesse perdido o controle—imaginado a si mesmo jogando a bebida toda sobre o cara. Mas depois de piscar algumas vezes, olhou novamente e viu que as roupas de Chad estavam perfeitamente secas.
"Por que você me serviu por último? Não ouviu o que Marsha disse?" Chad disparou. "Você é tão burro assim? Não consegue nem servir bebidas na ordem certa? Sou mais velho que Cici, mas você deu uma bebida a ela antes de mim."
Max honestamente não percebeu que isso era um problema. Ele estava acostumado a mostrar respeito aos mais velhos, claro—mas os outros eram apenas alguns anos mais velhos que ele, no máximo.
Ele não pensou que houvesse regras rígidas sobre a ordem das bebidas. Se soubesse, teria servido Chad por último com prazer.
"Eu não sabia," Max disse simplesmente, virando-se para voltar ao seu lugar.
"Você nem tem modos básicos," Chad disse, elevando a voz. "Sem modos, você não é melhor que um animal."
Essa frase fez Max parar no meio do caminho e virar-se rapidamente, com os olhos estreitados.
"O quê?!" Chad latiu. "Você tem algo a dizer?"
"Eu..." Max pausou por um segundo. "Quando você come iogurte, você lambe a tampa?"
"O quê?" Chad repetiu, desconcertado pela pergunta estranhamente aleatória. "Que tipo de pergunta idiota é essa? É só isso que seu cérebro consegue pensar?"
"Claro que eu não lamberia a tampa. O que eu pareço, algum mendigo?"
Imediatamente, Max não pôde deixar de sorrir.
Era uma pergunta que eu sempre quis fazer a pessoas como esta—aquelas criadas com colheres de prata na boca. Embora, no caso deles, uma colher de diamante seria mais precisa.
"Você está sorrindo? Está zombando de mim?" Chad gritou, de repente pulando de seu assento.
"Eu sei que você está fazendo isso de propósito—me desrespeitando com suas perguntas estúpidas e completa falta de modos!" ele berrou. "Você acha que sou um alvo fácil, a piada desta família ou algo assim—mas você é o verdadeiro tolo!"
Chad começou a avançar, e Max instantaneamente percebeu a mudança.
Se ele se aproximar e der um soco, é legítima defesa, Max pensou, preparando-se mentalmente.
"Você... Você—!"
"Nós o recebemos, Pai!" uma voz soou repentinamente do lado—era a de Marsha.
Todos viraram a cabeça para vê-la curvando-se em direção às grandes portas duplas.
E era óbvio o porquê.
Um homem acabara de entrar na sala—seus cabelos prateados penteados para trás, uma barba espessa e poderosa cobrindo seu rosto. Ele usava um terno cinza elegante que caía perfeitamente.
Parecia ter cerca de setenta anos, mas havia um peso nele—uma aura poderosa que preencheu a sala no momento em que entrou.
Imediatamente, os adultos seguiram o exemplo de Marsha e se curvaram.
"Nós o recebemos, Pai."
Então, o homem se virou para os mais jovens, que imediatamente se curvaram. Max rapidamente seguiu o exemplo deles e fez o mesmo.
"Nós o recebemos, Avô," todos disseram em uníssono.
Quando levantaram a cabeça, um largo sorriso se espalhou pelo rosto do homem.
Então é ele, Max pensou. Dennis Stern—o homem que iniciou todo o Império Stern.
"É bom ver todos vocês," Dennis disse, sua voz profunda preenchendo a sala. "É sempre um prazer ter a família reunida assim. É algo raro, ter todos em um só lugar."
Enquanto os olhos de Dennis se moviam lentamente pela sala, eles eventualmente pousaram em Max—e permaneceram ali por um momento mais longo.
"Ah, Max. Você veio. Eu estava começando a pensar que você não estaria aqui hoje," Dennis disse. "Venha comigo. Gostaria de falar com você em particular."
Imediatamente, todos os pares de olhos na sala se voltaram para Max.
Ele quer falar comigo a sós. Uma conversa particular com Dennis Stern... mas por quê?