A Vida dos Intimidados

As primeiras aulas do dia haviam começado—

E Max já estava entediado até o limite. Muito mais do que ele se lembrava de a escola jamais ter sido.

Talvez antes, ele tivesse guardado apenas as boas lembranças. Ou talvez agora, com tudo o que sabia e havia experimentado, fosse impossível não ver como a maioria dessas coisas era realmente inútil.

Cada fórmula, cada fato histórico datado—nada disso o havia ajudado em sua vida real. E agora, sentado em uma sala de aula novamente, tudo parecia ainda mais sem sentido.

Especialmente para este Max Stern—que tinha mais dinheiro ao seu alcance do que a maioria das pessoas veria em toda a vida.

Isso fazia tudo isso parecer uma completa perda de tempo. Então, em vez disso, Max redirecionou seu foco.

Esqueça o trabalho escolar. A única coisa em que vou me concentrar é descobrir a verdade sobre o verdadeiro Max Stern.

É o mínimo que posso fazer por ele—por usar seu corpo, por assumir sua vida. Se eu puder entender o que aconteceu com ele... consertar a bagunça em que ele estava preso... talvez então eu saiba como seguir em frente. E quando eu descobrir como ser ele... vou descobrir como derrubar os Tigres Brancos também.

Mas conforme o dia avançava, Max percebeu outra coisa—

As aulas não eram apenas entediantes. Eram barulhentas. Porque cada aula vinha com uma dose de caos. E o pior? Max e Sam eram os únicos constantemente sendo alvejados.

Sempre havia alguém sussurrando seus nomes, jogando coisas neles quando o professor não estava olhando, ou lançando sorrisos presunçosos do outro lado da sala.

Era sutil no início—mas era constante. E Max estava começando a ver o quão profundo isso ia.

Durante toda a manhã, foi incessante. Várias tentativas foram feitas para fazer Max tropeçar enquanto se movia entre as aulas. Tachinhas estavam esperando em sua cadeira mais de uma vez. Seus livros continuavam sendo derrubados de sua mesa e pisoteados.

Não era sutil. Era direcionado.

E tudo vinha de três pessoas—Ko, e suas sombras sempre presentes: Joe e Mo.

Juro, esses três se juntaram só porque os nomes rimam? O que é isso, a versão de baixo orçamento dos Power Rangers? Max pensou amargamente.

Do trio, porém, apenas o nome de Ko havia aparecido na lista.

Ainda assim... se esses dois o seguem assim, há uma chance de estarem envolvidos em mais do que apenas bullying de pátio.

Eventualmente, o sinal tocou após a terceira aula—finalmente sinalizando o início do almoço. Max se levantou, pegando sua mochila, e Sam fez o mesmo ao seu lado. Ele estava feliz que Sam estivesse lá. Era péssimo que o cara também estivesse sofrendo bullying, mas dava a Max alguém para imitar—alguém que sabia como jogar esse pequeno jogo perverso.

Isso foi, até Ko entrar com seus dois fiéis capangas o flanqueando.

"Atenção, vocês dois!" Ko ordenou.

Sam se endireitou instantaneamente, e Max seguiu seu exemplo, com a mandíbula tensa.

Ko sorriu como se fosse dono da sala.

"Já que alguém esqueceu de me cumprimentar adequadamente esta manhã," ele disse, olhando para Max, "acho que é hora de vocês dois serem lembrados do seu lugar."

Seu sorriso se alargou.

"Então para o almoço, vocês vão ser meus servos pessoais. Vão para a cantina, peguem nossa comida e garantam que tenhamos os melhores lugares. Entenderam?"

Buscar a comida deles? Max pensou, sua mandíbula se apertando. Essa nova geração de valentões... são piores que os delinquentes do meu tempo.

"Vamos!" Ko latiu.

Sem aviso, ele chutou o estômago de Sam. O garoto maior se dobrou, segurando a barriga, e cambaleou para fora da sala de aula. Max rapidamente o seguiu.

Eles correram pelos corredores e chegaram à cantina em tempo razoável, mas outros alunos—cujas salas de aula eram mais próximas—já haviam começado a formar fila.

Max entrou na fila ao lado de Sam e examinou a cena. As coisas definitivamente haviam mudado desde que ele estava na escola. Ele observou enquanto os alunos encostavam seus telefones em um leitor NFC, tinham seus pagamentos processados e então pegavam bandejas de comida.

"...Ele não nos deu dinheiro algum," Max murmurou.

Sam suspirou. "Claro que não."

"É isso que ele quer dizer com punição. Não é só pegar comida—é pagar por ela também."

Max cerrou os punhos levemente, resistindo à vontade de se virar e sair tempestuosamente.

"Ele faz você—nós—fazermos isso todos os dias?" ele perguntou, tentando soar casual.

Sam olhou para ele de lado. "Você bateu a cabeça com muita força enquanto estava no hospital ou algo assim?"

Ele soltou um curto ronco—aquela risada estranha dele que provavelmente o tornava um alvo mais do que qualquer outra coisa.

"Ele faz isso muito, mas não todos os dias. Acho que hoje é um dos dias 'de sorte'."

Sam olhou para baixo, envergonhado.

"Odeio pedir, mas... você se importa de cobrir a terceira bandeja hoje? Eu pago da próxima vez. Realmente não tenho muita mesada sobrando."

Eles precisavam de cinco bandejas no total—duas para eles mesmos, e três para Ko e seus capangas.

Quando chegaram ao balcão de metal, Sam pegou duas bandejas. Ele estava prestes a tirar seu telefone quando Max se esticou e encostou o seu próprio no leitor NFC.

Duas vezes.

"Eu pago esta. Não se preocupe," Max disse casualmente.

Então, sem hesitação, ele pegou mais três bandejas e pagou novamente.

Sam congelou por um segundo antes de guardar silenciosamente seu telefone.

"...Obrigado," ele disse, com voz baixa enquanto esfregava os olhos com a manga de sua camisa.

Max notou as lágrimas, mas tentou agir naturalmente.

"Ei, vamos lá," ele disse, desviando o olhar. "Não fique todo emotivo comigo. Só fiz isso porque não é grande coisa. Sério, não leve isso muito a sério."

Ainda assim, até Max podia perceber que isso significava algo para o cara.

Não tinha sido nada para ele, mas para Sam? Aquele pequeno ato o atingiu profundamente.

Depois de reunir todas as cinco bandejas de comida, eles se dirigiram a uma mesa. Indo e voltando, eles colocaram as bandejas—três de um lado, duas do outro.

Não muito depois, eles avistaram Ko e seu grupo entrando. Sam imediatamente ficou em pé ao lado da mesa, mãos ao lado do corpo. Max seguiu seu exemplo, espelhando a postura como se fosse natural.

Os três—Ko, Joe e Mo—entraram descontraídos, rindo como se não tivessem uma preocupação no mundo.

Foram direto para a mesa, sorrindo no momento em que avistaram as bandejas.

Sem dizer uma palavra, sentaram-se e começaram a devorar sua comida como se fosse algum tipo de recompensa.

Max permaneceu em pé—seguindo o exemplo de Sam—observando-os comer enquanto suas próprias bandejas permaneciam intocadas.

"Cara, ainda estou com fome," Ko disse, esfregando o estômago. Ele olhou para o outro lado da mesa.

"Ei, vocês não se importam se eu comer as suas, certo?"

Ele não esperou por uma resposta.

Ko já estava se esticando, arrastando as duas bandejas intocadas para o seu lado.

"Mas isso é—" Sam instintivamente estendeu a mão, então congelou. Ele se impediu de dizer o que realmente queria.

Em vez disso, tentou uma abordagem diferente. "Se você comer isso... o que vamos comer? Não temos dinheiro para comprar mais."

Sua voz falhou um pouco—não de medo, mas de frustração. Mais do que qualquer coisa, Max podia perceber—Sam não queria que Ko pegasse a comida que Max havia pago.

Se tivesse sido seu próprio dinheiro, Sam poderia ter deixado para lá. Mas isso... isso parecia diferente.

Ko revirou os olhos e sorriu com desdém.

"Qual é o problema, porquinho? Você parece que já comeu o suficiente. Estou fazendo um favor a você, honestamente."

Sam abaixou a cabeça e desviou o olhar. Não discutiu. Não lutou. Apenas ficou quieto.

"Droga!" Ko exclamou, jogando seu garfo. "Agora você arruinou meu apetite."

Com um único empurrão, ele enviou a bandeja deslizando para fora da mesa. Ela caiu no chão com estrondo—comida espalhando-se pelos azulejos.

"Se você está realmente com tanta fome," Ko zombou, "por que não come do chão como o porco que você é?"

Ele riu, e seus dois lacaios também, enquanto se levantavam e saíam casualmente da cantina, suas bandejas meio vazias, sua bagunça deixada para trás.

Sam silenciosamente se ajoelhou, pegando um guardanapo e começando a limpar a comida derramada, seu rosto vermelho—não apenas de vergonha, mas de segurar tudo dentro de si.

Max se ajoelhou ao lado dele e colocou uma mão em seu ombro.

"Não se preocupe com isso," ele disse suavemente. "Você pode ficar com minha comida."

Os olhos de Sam se arregalaram. "De jeito nenhum. Você já pagou por tudo. E você? O que vai comer?"

Max se levantou, seu olhar fixo nos três saindo da sala.

"Não se preocupe," ele disse, limpando as mãos. "Acho que não vou ter tempo para comer."

Sua voz estava calma—calma demais.

"Parece que tenho outra coisa para resolver."