De repente, o mundo de Chad parecia muito menor. Sua visão havia caído ao nível dos joelhos dos outros convidados, e uma sensação aguda de ardor pulsava pelo lado direito de seu rosto, entorpecido e queimando ao mesmo tempo.
Então veio o leve gosto de ferro em sua língua.
Lentamente, ele levantou uma mão trêmula para o lado do rosto onde o soco de Max havia atingido. A dor, o choque... tudo isso.
Era a primeira vez na vida que ele havia sido atingido.
"M-Meus óculos... onde estão meus óculos de sol?" Chad murmurou, tateando desajeitadamente no chão até avistá-los. Ele os pegou e colocou-os de volta apressadamente, tentando esconder seu constrangimento.
Então ele olhou para cima. Diretamente para Max.
"O que acabou de acontecer? Eu... eu não entendo. Max realmente acabou de me bater?"
Max sorriu levemente enquanto olhava para ele.
"Será que bati nele tão forte que o cérebro dele reiniciou?" ele murmurou. "O cara parece que nem consegue lembrar onde está."
No momento em que o punho de Max conectou-se com o rosto de Chad, uma onda de suspiros percorreu a multidão.
Alguns convidados tinham visto o soco em primeira mão, e agora toda a festa estava se virando, todas as cabeças girando para encarar Chad, caído no chão.
Dos dois homens observando, ambos reconheceram Chad imediatamente. Ele era presença constante em eventos como este, e com o quanto era falante, tinha se certificado de que todos soubessem quem ele era.
"Aquele não é um membro da família Stern? Um dos herdeiros, certo?"
"Sim. Parece que ele teve um desentendimento com alguém... mas quem? Quem é o outro cara?"
"Não tenho certeza. Ele parece jovem—tipo, ainda no ensino médio. E o que há com as roupas dele?"
"Você não viu o que aconteceu antes?"
Nesta situação em particular, não muitas pessoas realmente sabiam quem era Max Stern. Como o herdeiro mais jovem, ele mal chamava atenção. Quase ninguém acreditava que ele seria o escolhido para herdar os negócios da família Stern, e ninguém fora do círculo íntimo sabia sobre a competição secreta acontecendo entre os herdeiros.
"Você sabe quem é o mais jovem?" Kete perguntou, olhos fixos na cena.
"Ah... sim, eu acredito que sei," o homem de terno ao lado dele respondeu. "Aquele é Max Stern—ele é um dos membros mais jovens da família."
"Então... um conflito interno. E bem no meio da festa," Kete murmurou, estreitando os olhos. "Interessante."
Então, pelo canto do olho, ele percebeu movimento, alguém pisando forte pela multidão com passos pesados e determinados.
"E eu tenho a sensação," Kete acrescentou, "de que isso está prestes a piorar."
"Meu menino, o que você fez com meu menino?!" Karen gritou, avançando pela multidão.
Karen era uma figura bem conhecida entre os convidados. Como uma das herdeiras mais velhas da família Stern, ela tinha uma reputação. Ela administrava algumas marcas de moda que tentara construir do zero, e havia trabalhado com várias das pessoas presentes na festa.
Ela correu direto para Chad, inspecionando sua bochecha inchada e vermelha, e no momento em que viu o dano, a raiva começou a ferver por trás de seus olhos.
"Como você ousa, como ousa colocar uma mão imunda no meu filho!" Karen gritou enquanto se virava para Max.
Antes que alguém pudesse reagir, ela marchou direto até ele, sua mão já levantada.
TAPA!
O tapa ecoou pelo jardim repentinamente silencioso.
Deveria ter visto essa vindo, Max pensou secamente.
Mas antes mesmo que o pensamento terminasse em sua cabeça—
TAPA!
Ela atingiu a outra bochecha.
"Você tem sorte de sequer fazer parte desta família," Karen sibilou. "Depois de tudo que Chad fez por você... depois que ele cuidou de você quando seus pais morreram... é assim que você nos retribui?"
Sua voz se elevou, crua de fúria.
"Você me dá nojo. Nojo! Nojo!"
Ela levantou a mão novamente, pela terceira vez.
Infelizmente para você, Max pensou, no mundo de onde eu venho, homens e mulheres são tratados da mesma forma. Eu vi pessoas demais no submundo desaparecerem porque subestimaram uma mulher.
Seu punho começou a se fechar novamente quando ele viu a mão de Karen se erguer no ar, até que alguém se colocou entre eles.
Aron.
"O que você está fazendo, Aron? Por que está no meu caminho? Saia!" Karen gritou, sua voz afiada de fúria.
"É meu dever proteger o jovem mestre," Aron disse calmamente. "E é exatamente isso que estou fazendo."
"Se você não se mover, vou bater em você também! Estou avisando!" ela disparou, sua raiva não mostrando sinais de diminuir.
Mas Aron não recuou. Não se moveu. Manteve-se firme em silêncio.
Com um olhar furioso, Karen levantou a mão e deu um tapa no rosto dele, tão forte quanto havia batido em Max.
A cabeça de Aron sacudiu levemente, mas ele não se mexeu.
"Seu cachorro maldito!" Karen gritou. "Você nem faz parte desta família—nós contratamos você! Então SAIA! SAIA!"
Ela se lançou em um frenesi, batendo nele repetidamente, suas unhas longas e afiadas arranhando seu rosto.
Marcas de arranhões começaram a aparecer, e logo, sangue pingava de seu nariz.
"O que você está fazendo? Saia do caminho," Max disse, tentando passar por ele.
Mas Aron se moveu, plantando-se ainda mais firmemente entre Max e Karen.
"Eu te disse," ele disse calmamente, "é meu trabalho proteger você. Meu dever é garantir que você não se machuque... e ultimamente, falhei muitas vezes."
Ele manteve os olhos para frente, inabalável.
"Mas eu sou apenas um guarda da família Stern," ele continuou. "Isso é tudo que posso fazer. A única maneira que posso proteger você."
Os tapas de Karen continuaram, sua raiva aumentando a cada golpe. Ela puxou o braço para trás e atingiu Aron com força no rosto novamente.
Ele não se moveu. Não reagiu. Apenas ficou lá, absorvendo cada golpe sem retaliação.
Isso é insano, Max pensou. Por que ninguém está dizendo nada? Por que ninguém está intervindo?
Seus olhos se voltaram para Chad—que estava observando tudo se desenrolar com um sorriso presunçoso.
Ele estava sussurrando as palavras: É isso que você merece.
Essa maldita família, Max pensou, fúria queimando em seu peito. Suas regras estúpidas, sua falsa imagem de lealdade... Por que você é tão leal, Aron? Apenas saia. Deixe-me bater nela!
A mão de Karen estava em carne viva agora, vermelha de tanto bater. O rosto de Aron havia inchado visivelmente, seu olho direito começando a cair levemente devido aos hematomas.
E ainda assim, ele permaneceu lá.
"Seu tolo! Seu tolo!" Karen gritou, sua voz tremendo de raiva.
Ela avançou até um convidado próximo e arrancou a bengala diretamente da mão dele.
"Você realmente quer fazer isso? Aqui mesmo, na frente de todos?" ela gritou, marchando de volta em direção a Max, bengala erguida.
Chega. Já tive o suficiente!
Max se tensionou, pronto para usar toda sua força para empurrar Aron para o lado e acabar com isso ele mesmo.
Mas então—
"O QUE SIGNIFICA ISSO?"
A voz trovejou pelo jardim como um trovão, silenciando toda a multidão.
Todos se viraram para olhar.
De pé ali, comandando a atenção de toda a festa, estava Dennis Stern.