Quando Sam viu Max novamente, ele sentiu uma onda de alívio percorrer seu corpo. Não havia hematomas visíveis, nenhum sinal de ferimentos graves. Ele estava preocupado que eles tivessem machucado Max tão severamente que ele nem conseguiria voltar para a escola.
'Não sei se falar com a Abby adiantou alguma coisa... mas mesmo que não tenha adiantado, estou apenas feliz que ele esteja bem,' Sam pensou, deixando escapar um pequeno sorriso.
"Do que diabos esse porco está sorrindo?" Ko zombou quando o sinal tocou, indicando o início do primeiro intervalo.
"Ele provavelmente está sonhando acordado em pegar um bacon," Mo riu. "Espera—já que ele mesmo é um porco, isso contaria como canibalismo?"
O grupo caiu na gargalhada, exceto por um que continuava olhando para Max, observando cada movimento dele com cautela silenciosa.
O intervalo significava o tormento habitual. As zombarias continuavam como se fossem parte da programação diária. Sam e Max eram forçados a seguir qualquer coisa que Ko e seu grupo exigissem, mesmo que isso significasse assediar outros alunos em nome deles.
Eles fizeram Sam pedir várias garotas da classe em namoro, gravando cada rejeição e olhar de nojo em seus celulares, tratando tudo como um jogo doentio.
Para eles, Sam e Max não eram colegas de classe, eram o entretenimento do dia.
E quando as provocações habituais não eram suficientes, era quando as agressões começavam.
O grupo havia decidido jogar pedra-papel-tesoura com Sam e Max—mas com uma reviravolta. Quem perdesse levaria um tapa do vencedor. Não havia outras regras, e a participação não era opcional.
Claro, quando Sam ou Max conseguiam ganhar, seus tapas eram leves, mal tocando a bochecha.
Mas quando era ao contrário? Os tapas vinham com toda força.
Estranhamente, por alguma razão, toda vez que Max era escolhido para punição, Joe era o escolhido para fazê-lo.
'Droga, Ko... você tem alguma ideia do que está fazendo?' Joe gritava em sua mente. 'Você continua me fazendo mexer com esse monstro... e agora ele é quem está me pagando! Você pode parar com isso!?'
Desta vez, Joe havia jogado tesoura.
Max jogou papel.
Ko e Mo explodiram em gargalhadas, torcendo como se fosse a melhor coisa que tinham visto o dia todo, enquanto internamente, Joe implorava por misericórdia.
Forçado a participar, Joe deu um passo à frente e deu um tapa no rosto de Max. Tinha alguma força, apenas o suficiente para parecer convincente. Mas não muito. Ele até fechou os olhos enquanto o fazia, preparando-se para o que poderia vir depois.
Finalmente, o dia escolar havia chegado ao fim, a melhor parte do dia tanto para Max quanto para Sam.
'Consegui fazer um progresso real hoje,' Max pensou, saindo pela frente da escola. 'Descobri sobre outra pessoa envolvida. Mas se Dipter é quem está dando ordens ao Ko... então alguém deve estar manipulando Dipter também.'
Ainda assim, o maior mistério permanecia.
'O que eu simplesmente não consigo entender é—por que Max não usou seu dinheiro para resolver isso? Ele tinha os meios. Por que sofrer em silêncio?'
Como sempre, Max fez seu desvio habitual para a academia, precisando limpar sua mente antes de decidir o que fazer a seguir.
Enquanto isso, Sam tinha ido direto para casa. Mas seu dia ainda não havia acabado.
Enquanto caminhava pela rua e entrava pela porta da frente de sua casa, o caos familiar do serviço de jantar o atingiu imediatamente.
"Pedido para a mesa cinco!" uma mulher gritou da cozinha, seu cabelo grisalho preso em um coque desarrumado.
"Eu sei, eu sei, querida! Você pode levar você mesma? Ainda estou terminando os macarrões para a entrega!" um homem mais velho gritou de volta, com uma bandana amarrada na cabeça e suor na testa.
No momento em que viram Sam entrar, ambos os pais pareceram visivelmente aliviados.
"Você voltou! Timing perfeito!" sua mãe exclamou.
Sem perder tempo, Sam largou sua mochila e correu passando por eles, serpenteando entre as mesas apertadas em direção à cozinha para ajudar.
"Sam!" sua mãe gritou. "O que aconteceu com sua camisa? São seus amigos de novo? Eu te disse, você precisa parar de deixá-los fazer isso... não podemos comprar outra."
"Eu sei, mãe, eu sei..." Sam respondeu rapidamente, já subindo as escadas. "Deixe-me apenas trocar de roupa."
Os pais de Sam administravam um pequeno restaurante especializado em espetinhos grelhados, petiscos leves e cerveja. Não era muito—mas era deles. O lugar era pequeno, com apenas quatro mesas, e mesmo nos dias bons, raramente estava cheio. Frequentemente, havia longos períodos sem nenhum cliente.
Ainda assim, eles não reclamavam.
Eles ganhavam o suficiente para sobreviver, fazendo algo que amavam—algo com que sempre haviam sonhado. Não era fácil, mas eles tinham orgulho disso.
Momentos depois, Sam voltou para o andar de baixo, agora usando um avental simples. Sem precisar ser solicitado, foi direto limpar uma das mesas, depois se moveu para a cozinha para ajudar a carregar a comida e servir os clientes que estavam sentados.
Enquanto o observavam, ambos os pais de Sam sorriram—mas por trás desses sorrisos, havia culpa.
Porque não importava o quão gratos eles fossem pela ajuda do filho, nunca parecia certo que ele tivesse que ajudar. Que, durante cada momento de movimento, Sam estivesse lá trabalhando em vez de descansar, estudar ou ser um adolescente normal.
Eles simplesmente não ganhavam o suficiente para contratar alguém. E mesmo se tentassem, ninguém queria trabalhar por apenas duas horas por dia. Então a única opção que restava... era Sam.
Eles desejavam que ele pudesse se concentrar nos estudos, em perseguir seus sonhos—ou pelo menos, passar tempo com amigos, apenas sendo um adolescente comum. Sam sempre dizia a eles que estava tudo bem, que não se importava em ajudar. Que gostava de fazer parte do negócio da família.
Mas não importava quantas vezes ele dissesse isso, ainda os machucava profundamente.
Uma hora se passou. O movimento do jantar havia acabado. Como na maioria das noites, o restaurante estava quieto novamente—ainda aberto, mas com apenas um cliente ocasional entrando aqui e ali.
"Então... como foi a escola hoje?" sua mãe perguntou gentilmente enquanto limpava o balcão.
"Foi igual a sempre," Sam respondeu com um dar de ombros. "Nada de especial aconteceu. Apenas... coisas da escola. Coisas estúpidas."
Sua mãe sorriu levemente. Ela podia perceber que algo estava um pouco diferente—ele parecia um pouco mais alegre que o normal. Ela queria perguntar mais, mas naquele momento, a campainha acima da porta tocou.
Ambos se viraram para olhar—e viram três garotos entrarem no restaurante.
"Oh, é a primeira vez de vocês aqui?" ela perguntou gentilmente, sua voz de atendimento ao cliente entrando em ação.
"Sim, na verdade," um deles respondeu com um largo sorriso. "Sam foi quem nos falou sobre este lugar."
O coração de Sam afundou no momento em que ouviu aquela voz.
A escola havia terminado. Este deveria ser o seu tempo—sua fuga. A única parte do dia onde tudo poderia ser tranquilo, onde ele poderia esquecer o tormento, a humilhação... e apenas respirar.
Mas quando lentamente levantou a cabeça, viu o pior confirmado.
De pé na entrada, com aquele familiar sorriso presunçoso estampado em seu rosto...
Estava Ko.