"Tudo bem, me siga," disse Joe, com as duas mãos casualmente enfiadas nos bolsos. "E se você não seguir, vou fazer você andar o caminho todo descalço."
Tudo isso estava acontecendo por causa de um erro—Max tinha falado cedo demais. Seu plano tinha sido simples: ir junto com esses perdedores, se misturar, e então começar a procurar informações. Talvez bisbilhotar pela biblioteca da escola ou na sala dos professores para encontrar mais nomes que estavam na lista.
Mas agora? Ele estava preso nessa situação.
Tentando consertar seu erro, Max seguiu Joe de boa vontade.
Vou apenas aguentar qualquer surra que ele esteja planejando, pensou Max. Acabar logo com isso, depois voltar e retomar o plano.
Quando Joe passou por Ko e Mo, os três trocaram sorrisos presunçosos. Não muito depois, os outros dois se levantaram e também saíram da sala de aula.
"Cara, preciso mijar antes da primeira aula," disse Ko, esticando os braços. "Pena que não posso ver o que vai acontecer, mas realmente não posso me dar ao luxo de me atrasar de novo." Mo o seguiu, ambos indo na direção oposta de onde Joe tinha levado Max.
Eles estavam rindo como se nada tivesse acontecido, enquanto na sala de aula, Sam permanecia paralisado em sua carteira, roendo ansiosamente a unha.
Droga, droga... isso não pode ser bom! Sam entrou em pânico internamente. Se eles estão levando ele para fora, significa que seja lá o que estejam planejando fazer, eles realmente não querem que os professores ou outros alunos vejam. E o professor nem chegou ainda... Não posso contar para ninguém.
Nervosamente roendo a unha, Sam eventualmente afundou em seu assento, os olhos vagando para o relógio. Seus pensamentos corriam—imaginando o que Max poderia estar passando agora.
Ele acabou de sair do hospital. Não tem como ele já estar em boa forma... E se eles forem longe demais desta vez? Pior que antes? Sam fechou os olhos com força, seus punhos se apertando sobre a carteira. Mas se eu me envolver... eles só vão tornar minha vida ainda pior. Já está ruim o suficiente... Por que isso sempre acontece comigo?
Enquanto as duas mãos de Sam tremiam em cima da carteira, uma lembrança o atingiu—Max, parado lá no refeitório, pagando a comida de todos sem hesitação. A maneira como ele falou com ele como um verdadeiro amigo, como alguém que realmente se importava.
Ele disse que eu não precisava me preocupar... que ele cuidaria disso. Eu disse que retribuiria esse favor.
Sam levantou-se de repente, empurrando sua cadeira para trás.
"Eu... eu tenho que pelo menos fazer isso," sussurrou para si mesmo.
Sem perder mais um segundo, ele saiu correndo da sala de aula e disparou pelo corredor, procurando desesperadamente por um professor—qualquer adulto que pudesse ajudar.
Mas até agora... não havia ninguém.
Enquanto isso, Ko e Mo estavam caminhando casualmente de volta dos banheiros.
"Ei... aquele era o Sam agora há pouco? Parecia que ele estava correndo para fora," disse Mo, olhando por cima do ombro.
"Sim," respondeu Ko com um sorriso presunçoso. "Talvez ele finalmente tenha decidido correr para casa e nunca mais voltar para a escola. Um perdedor a menos para lidar."
"Você não acha que ele vai, tipo... contar para algum professor ou algo assim?" perguntou Mo, com um pouco de inquietação em sua voz.
Ko zombou. "Não seja idiota. Ele tentou isso uma vez, lembra? Levou uma surra tão forte que ficou com muito medo até de falar depois disso. Ele não vai tentar de novo. Nós avisamos o que aconteceria da próxima vez."
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Ao mesmo tempo, Sam corria pelos corredores, sua respiração rápida e superficial. Ele tinha passado por alguns professores, mas por algum motivo... suas pernas congelavam toda vez que chegava perto.
Por que não consigo dizer nada...? Por que as palavras não saem?
Suas mãos tremiam ao seu lado. Todo o seu corpo estava tenso.
Mas então—ele avistou alguém. Alguém que ele sabia que poderia realmente fazer algo.
"Abby!" Sam gritou enquanto corria até ela.
Abby virou-se, assustada. "Ah, oi Sam. O que foi? Você parece—espera, aconteceu alguma coisa?"
Sam assentiu, sem fôlego. "É o Max... Acho que ele está em apuros."
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Seguindo Joe, Max logo percebeu que estavam indo para fora. A maioria dos alunos já tinha voltado para suas salas de aula—o sinal para a primeira aula estava prestes a tocar a qualquer segundo.
Não que se atrasar fosse a maior preocupação de Max agora.
Joe o levou até o depósito de música, uma estrutura menor separada do prédio principal da escola. Era um lugar raramente visitado, a menos que alguém precisasse buscar ou devolver instrumentos ou equipamentos.
"Anda logo!" Joe latiu, apontando para dentro.
Max deu um passo à frente e, sem aviso, um chute forte atingiu suas costas, fazendo-o cambalear para dentro da sala. A porta se fechou com força atrás deles.
"Você ainda está bancando o durão, hein? Ainda não está ouvindo?" Joe rosnou.
Ele agarrou Max pelo cabelo e puxou sua cabeça para trás antes de dar um tapa forte em seu rosto. O corpo de Max girou com o impacto antes de cair para o lado.
Joe riu. "Não acredito que pessoas como você e Sam existem. É patético. Mas acho que é só a cadeia alimentar que todo mundo fala—e nós estamos no topo."
'Você acha que está no topo?' Max pensou enquanto se equilibrava. Quão pequeno é o seu mundo... para acreditar em algo assim?
Max permaneceu no chão, fingindo estar mais machucado do que realmente estava. Ele manteve sua respiração superficial, a cabeça baixa, esperando.
Joe avançou, recuou a perna e desferiu um chute brutal no estômago de Max.
"Ko me disse para garantir que você lembre do seu lugar!" Joe gritou, dando outro chute tão forte quanto.
Apenas aguente, Max... apenas aguente. Lembre-se—isso é o que o verdadeiro Max Stern suportou. Ele tinha metade da sua força... e nenhuma saída, Max lembrou a si mesmo.
Joe agachou-se, tirou um dos sapatos, depois tirou a meia e jogou-a ao lado de Max.
Então, com um sorriso largo e nojento, ele levantou o pé descalço e o pressionou perto do rosto de Max.
"Lembre-se, você e Sam são nossos servos," Joe zombou. "Então faça o que mandamos... Agora chupe."
Ele explodiu em gargalhadas, mantendo o pé pairando, mexendo os dedos com um prazer doentio.
"Vamos, chupe! Chupe, você é meu escravo!" ele gritou novamente, mais alto desta vez.
Max manteve a cabeça baixa, olhando para o chão, mas seu corpo estava tremendo—não de medo, mas de contenção.
O riso de Joe se transformou em irritação. "Tsc. Parece que você ainda não aprendeu a lição!"
Ele balançou o pé, mirando diretamente no rosto de Max.
Mas nunca chegou a atingir.
A mão de Max disparou como uma víbora, pegando o pé de Joe no ar, parando-o completamente.
"O que—?" Joe ofegou.
"Eu desisto," Max disse calmamente, ainda sem olhar para cima.
Joe sorriu com desdém, pensando que finalmente tinha vencido. "Haha... então você finalmente vai chu—"
"Eu desisto... de fingir," Max interrompeu, sua voz fria e mortal.
Ele olhou para cima lentamente, os olhos ardendo de fúria. A máscara havia caído. Ele tinha explodido.