Uma Lição Dolorosa

Durante o constante bombardeio de Joe, Max ficava repetindo a mesma coisa em sua mente—Apenas sobreviva ao dia. Apenas viva sua vida. Esta é a vida de Max Stern agora, e se ele conseguiu sobreviver a isso, eu também consigo.

Mas tudo isso desapareceu no momento em que Joe cruzou a linha final.

Max não aguentava mais. A raiva, a humilhação, tudo o que ele havia guardado, explodiu à superfície. No momento em que ele pegou o pé de Joe, não havia mais volta.

Com um empurrão firme, Max lançou Joe para trás. Ele cambaleou, mal conseguindo se equilibrar antes de cair no chão.

"Que diabos você pensa que está fazendo?" Joe gritou.

Max ficou ereto, seu peito subindo e descendo a cada respiração. Ele limpou o sangue do canto da boca—o pequeno corte que Joe lhe dera—e seu olhar era frio, concentrado.

"Você acha que tenho medo de você?" Max disse, sua voz baixa, mas firme. "Você acha que alguém com um mínimo de coragem teria medo de você?"

"Você deveria ter escutado quando teve chance," Joe continuou, sua voz aumentando com fúria. "Eu estava pegando leve comparado ao que o Ko teria feito... mas agora? Agora você foi longe demais!"

Gritando, Joe avançou e desferiu um soco descontrolado direto no rosto de Max.

Calmamente, sem nem levantar as mãos, Max se desviou para o lado, esquivando-se facilmente dos dois golpes selvagens de Joe. Após um soco particularmente grande e desajeitado, Max se aproximou. Com precisão, agarrou Joe pelos ombros e o puxou para baixo—acertando seu joelho com força no estômago dele.

Saliva jorrou da boca de Joe quando o ar foi violentamente expulso de seus pulmões. Ele tentou inalar, se recuperar, mas parecia que nada estava voltando. E justo quando o pânico o atingiu—o punho de Max também atingiu.

Um golpe com os nós dos dedos conectou-se diretamente com sua mandíbula, jogando a cabeça de Joe para trás. Ondas de choque de dor sacudiram seu crânio enquanto ele caía no chão, desabando sobre suas nádegas, atordoado.

"ARGHH!" Joe gritou em agonia.

"CALA A BOCA!" Max esbravejou, agarrando a cabeça de Joe com uma mão e dando-lhe um tapa forte no rosto com a outra.

"ARGHH!"

Tapa!

Outro tapa.

Cada som que Joe emitia era respondido com outro tapa afiado. De novo. E de novo. Até que, finalmente, a mensagem foi entendida. Joe parou de fazer barulho.

Max ficou em pé sobre ele, respirando pesadamente, passando uma mão pelo cabelo.

"Eu estava tão cansado daquela sua encenação," Max murmurou. "O que há de errado com você? Você é mentalmente perturbado? Tem algum tipo de fetiche doentio por pés ou algo assim?"

Ele olhou para a forma trêmula de Joe.

"Quanto mais eu penso nisso... mais começo a sentir que não fiz o suficiente."

Joe instintivamente se encolheu. Sua mente estava girando após os dois primeiros golpes pesados—sua visão embaçada, e suas pernas pareciam gelatina. A ardência em seu rosto era aguda e constante, e sua bochecha começava a inchar.

Max olhou para ele, com expressão fria e implacável.

"E agora olhe para você," Max disse, limpando os nós dos dedos. "Você tinha que ir e arruinar meus malditos planos."

Fora dos terrenos da escola, Abby caminhava rapidamente ao lado de um dos professores de ciências.

"Não acredito nisso," o professor murmurou, visivelmente irritado. "Matar a primeira aula só para fazer esse tipo de travessura? Eu realmente me preocupo com a próxima geração."

Eles aceleraram o passo. O sinal para a primeira aula já havia tocado, e embora o professor não tivesse uma turma para supervisionar no momento, Abby estava perdendo a dela.

"Você tem certeza de que é aqui que eles foram?" o professor perguntou.

"Sim, a Sala de Armazenamento de Música," Abby confirmou com um aceno firme.

Momentos antes, Sam havia corrido até ela em pânico. Sem fôlego, nervoso e quase chorando, ele havia despejado tudo o que sabia—o que tinha visto, o que temia que estivesse acontecendo. Abby acreditou nele instantaneamente. Sam podia ser tímido e desajeitado, mas não era o tipo que inventaria algo assim.

Ela também sabia a verdade: se fosse parar os valentões sozinha, não faria diferença. Não nesta escola. Eles apenas voltariam pior do que antes.

Afinal, Abby era um ninguém na escola—sem influência, sem reputação. Mas diferentemente de Sam, havia uma coisa que ela podia fazer: ir direto a um professor. E foi exatamente o que ela fez.

Para sua surpresa, o professor agiu rapidamente. Mas ela não esperava muito disso. A maioria dos professores desta escola fechava os olhos a menos que o problema fosse colocado diretamente na frente deles. Desde que não acontecesse na sala de aula ou durante o horário escolar, eles consideravam que não era responsabilidade deles.

'Sam disse que eles geralmente levam suas vítimas para a Sala de Armazenamento de Música,' Abby pensou. 'Ele tinha certeza disso...'

O professor chegou à porta e a destrancou, empurrando-a para abrir.

Dentro, a sala estava completamente vazia.

"O quê...?" Abby entrou rapidamente, seus olhos percorrendo o espaço. Era pequeno, apertado e cheio de instrumentos e cadeiras velhas—mas nenhum sinal de Max ou Joe em lugar algum.

O professor cruzou os braços e suspirou.

"Abby," ele disse, sua voz carregada de decepção. "É a primeira aula. Você está me dizendo a verdade? Você realmente viu alguém entrar aqui, ou alguém apenas lhe contou algo?"

Sua expressão culpada dizia tudo. Abby desviou o olhar, incapaz de manter contato visual. Ela era uma péssima mentirosa.

"Vamos voltar para a aula imediatamente," o professor disse, já se virando. "Você tem sorte de eu não estar te punindo por perder parte da primeira aula."

Abby seguiu atrás, tentando o seu melhor para não se meter em mais problemas—mas não conseguia evitar olhar por cima do ombro, repetidamente.

'Sam não mentiria para mim... então o que aconteceu com Max? Onde ele está?'

Do canto distante da sala de armazenamento de música, escondido atrás de vários pianos de cauda empilhados como relíquias esquecidas, Max saiu—seu braço firmemente envolto na boca de Joe.

Ele esperou alguns minutos depois que a costa estava livre antes de dar um chute forte nas costas de Joe, mandando-o ao chão. Enquanto Joe gemia e se debatia, Max rapidamente o montou, prendendo-o no lugar.

"Que diabos está acontecendo?!" Joe gritou em pânico. "Isso é loucura—o que você está fazendo? Está tentando me sequestrar ou algo assim? E quem diabos é você?! Você é realmente o Max que eu conheço?!"

"O Max que você conhece?" Max murmurou sombriamente, agarrando a mão de Joe e segurando-a erguida na frente do rosto dele. "O Max que você conhecia está morto. E estou tentando descobrir o porquê."

Max se inclinou mais perto, sua voz firme e fria.

"Você não faz as perguntas agora. Eu faço. E para cada mentira que você contar..." Ele apertou o aperto, separando os dedos de Joe. "Vou quebrar um desses."

O rosto de Joe empalideceu. "Isso é insano!" ele gaguejou. "Você—você não faria isso!"

"Eu faria," Max disse sem hesitação. "Então vamos começar pelo básico. Por que você e os outros estavam me perseguindo?"