Darisaan

Após a destruição total da humanidade, Hiro Tanaka é o último humano vivo em um mundo devastado, sem esperança e afundado nas chamas da guerra. Depois de ser derrotado pelo Rei Demônio Pavanar, Hiro é brutalmente humilhado e perde tudo – incluindo sua vida. No entanto, o destino tem outros planos, e Hiro acorda em seu corpo de doze anos, com memórias de um futuro sombrio e um espírito quebrado pela dor e pelo ódio.

Agora, com a chance de refazer sua história, Hiro se prepara para enfrentar um mundo que ele sabe que está destinado a perecer. Ele não é mais o garoto inocente de antes; sua mente carrega o peso de uma guerra que não pôde evitar. Ele agora é um monstro em forma de menino, treinado para destruir deuses e impedir o fim do mundo, mas cada passo é um lembrete do que ele perdeu.

Enquanto a Academia Arcadia o recebe como um simples estudante, Hiro carrega consigo um segredo mortal: ele é o único que conhece o futuro, e a cada batalha, cada decisão, ele arrisca perder mais de si mesmo. E quando ele finalmente chegar ao ponto de romper sua linha do tempo, o mundo será forçado a confrontar as consequências de suas escolhas, ou desaparecer para sempre.

O Último Guerreiro Retornou

O som das lâminas ecoava pelo campo de treino da Academia Arcadia. Sakura Minazuki suava, ofegante, com a enorme Odachi Nozarashi em mãos. Seus golpes eram velozes, mas... desleixados. De frente para ela, Hiro Tanaka mantinha uma postura impecável, a espada repousando nos ombros, como se ainda estivesse esperando algo.

— Você tá segurando ela como se fosse uma pá — ele comentou, seco.

— O quê?! — Sakura arregalou os olhos. — Eu treinei por anos!

— E ainda está com postura de aprendiz — ele respondeu, se aproximando. — Se levantar tanto os ombros, perde equilíbrio. Se usar os braços em vez do centro, sua precisão morre.

Hiro caminhou calmamente até ela e, com a frieza de um instrutor militar, reposicionou os braços da garota.

— Segure com firmeza, mas não tensione os dedos. A Odachi deve ser uma extensão do seu corpo, não um fardo nos seus ombros.

— Grr… — Sakura mordeu o lábio, frustrada. — Não imaginei que cometeria um erro tão básico.

— E você luta como se estivesse varrendo folhas. — Frase simples. Fria. E cruelmente exata.

No alto da torre leste, Hikari von Richter observava em silêncio. Seu olhar ia de Sakura — claramente desconcertada — para Hiro.

"Então é por isso que ele venceu ela com tanta facilidade…" — ela pensou, encostada na parede, braços cruzados.

Ela suspirou, encostando-se à parede.

— Hah… Quero te matar logo, Tanaka… — sussurrou, com um sorriso sádico, como se falasse de um presente que mal podia esperar para abrir.

Em outro canto do campo, escondidas sob uma árvore, Yumi Kazehara e Mari assistiam tudo.

Yumi apertava os punhos, o rosto levemente rosado ao ver Hiro ajustando as mãos de Sakura, tão próximo.

"tão frio... tão sério... por que isso me incomoda tanto?!"

— Yumi-chan! — Mari murmurou, abrindo um novo livrinho com brilho cor-de-rosa. — Aqui, Capítulo 21: Como agir quando o seu crush ensina outra garota!

— Diz que você deve tossir discretamente do lado deles, ou aparecer acidentalmente escorregando perto pra chamar atenção!

— Q-Que tipo de tática é essa!?

Mari apenas sorriu, anotando mentalmente: "iniciar operação: interromper rival com elegância."

Mais tarde, em uma sala iluminada por janelas altas, a classe de elite da Academia se reunia. O professor, um mago de cabelos loiros e expressão preguiçosa, entregava pergaminhos aos pares de alunos.

— Missão prática de campo. Rank D. Reconhecimento de área e coleta de cristais etéreos. Floresta de Elmar, ao norte. Nada perigoso, fiquem tranquilos.

Saori Kurosawa pegou o pergaminho, leu, e imediatamente sua expressão azedou.

— …Pareados por afinidade mágica? E por que, entre todos, eu caí com esse lixo da plebe?

Hiro apenas pegou o pergaminho dela.

— Porque estamos no mesmo círculo mágico. — respondeu, sem emoção.

— Hmph. Uma aberração com cara de zumbi. Se me atrapalhar, eu te congelo vivo.

— Se atrapalhar a missão, você será congelada antes disso — Hiro respondeu, olhando para frente, a frieza na voz suficiente para silenciar Saori por alguns segundos.

No fundo da sala, Yumi observava a dupla se levantar para partir.

Ao seu lado, uma carta de Mari foi discretamente empurrada:

"YUMI-CHAN! Tática número 32: Finja que também foi convocada acidentalmente pra missão e vá junto!"

Yumi enterrou o rosto no pergaminho, vermelha.

Capítulo 51 – Corrigindo Espadas e Emoções