O nome de ambas surgiu em luz vermelha no painel mágico acima da arena:
Sakura Minazuki – Classe Elite, 1º Ano
vs
Hikari von Richter – Classe Elite, 1º Ano
A multidão congelou por um instante.
Depois, explodiu.
— É AGORA! A MINAZUKI VAI ENFRENTAR A VON RICHTER!
— Essa luta... já era esperada desde aquele "incidente".
— Isso vai ser insano…
Mas não era como as outras lutas.
Ali, não havia surpresa.
Ali, havia destino.
Na Arena, Sakura Minazuki foi a primeira a entrar.
Ela caminhava com passos firmes, a odachi Nozarashi presa às costas, o olhar reto e cortante. Seus cabelos vermelhos balançavam com o vento da arena. Quando chegou ao centro, respirou fundo e manteve a mão sobre o cabo da espada. Não haveria hesitação.
— Tsc… — murmurou. — tinha que ser logo essa praga!
Do lado oposto, os portões se abriram.
E, com a tranquilidade de quem vai a um passeio, Hikari von Richter caminhou.
As mãos nos bolsos. O sorriso preguiçoso no rosto. Os olhos como os de uma predadora entediada. Seus passos não tinham pressa. Não precisavam.
A Sombra havia chegado.
As duas pararam a poucos metros de distância.
O juiz observava, mas até ele hesitou em interromper o que estava prestes a acontecer.
Sakura não esperou a ordem.
— Você fugiu da luta da última vez. Faltou com a honra, recorreu à covardia. Hoje, você não terá essa chance.
Hikari arqueou uma sobrancelha, como se estivesse ouvindo um discurso repetido.
— Ah… a velha canção da honra. Sabe o que me impressiona, Minazuki? Que você realmente acredita nisso. Que pensa que sua espada tem alma… que sua ‘justiça’ é mais do que um brinquedo quebrado.
Sakura cerrou o punho.
— Você não tem princípios! É só uma ratinha de esgoto que rasteja por baixo de quem tem coragem de brilhar!
Hikari soltou uma risada baixa. Aquela risada seca, vazia… que arrepiava até a mana no ar.
— Princípios? Acha que alguém como eu precisa disso? Você ainda vive num conto de fadas, Minazuki! Eu vivo no mundo real!
A tensão na arena aumentava. A mana ao redor das duas começava a reagir.
Sutil no começo. Depois, como se o ar ficasse mais pesado como chumbo.
Yumi engoliu em seco, com as mãos unidas sobre o colo.
Saori cruzou os braços, mas seus olhos não conseguiam desgrudar da arena.
Mari nem falou nada — o que era raro. Ela estava tensa demais.
E Hiro... observava em silêncio, os olhos fixos em Hikari. Em Sakura.
“As duas estão no limite. A provocação... é só o começo.”
Sakura deslizou os pés, assumindo sua postura de combate, as mãos firmes sobre Nozarashi.
— Se vier com truques de novo, eu vou te esmagar!
Hikari retirou as luvas lentamente, como se tirar a poeira das mãos.
— Você não entendeu, Minazuki.
— Eu sou o truque.
As palavras bateram como um tapa seco no ar. A mana tremeu. O juiz ergueu a mão.
— Lutadoras prontas?
Nenhuma respondeu com palavras.
Sakura apenas fez um leve aceno com a cabeça.
Hikari... sorriu. Como sempre.
— Então vamos dançar, princesa da honra.
— Eu vou arrancar esse sorriso do seu rosto, respondeu Sakura, e a mão deslizou até o cabo da odachi.
O juiz respirou fundo.
— Comecem!