A luta começou.
No instante em que o juiz baixou a mão, Sakura Minazuki avançou como um raio.
Sua aura carmesim explodiu ao redor do corpo — um rugido invisível que rachou o chão abaixo de seus pés. Em um único passo, ela fechou a distância, puxando Nozarashi da bainha em um golpe lateral que parecia dividir o próprio ar.
CLANG!
Mas Hikari já não estava ali.
O aço atingiu o vazio.
Um instante depois, um clarão brilhou na lateral de Sakura. Instinto. Reflexo.
A espadachim girou, odachi erguida em defesa total — e bloqueou a adaga de Hikari, que descia como uma serpente faminta.
— Quase — sussurrou Hikari, girando no ar com elegância assassina. — Se fosse qualquer outro da classe... já estaria morto.
Sakura não respondeu.
Ela apenas recuou com um salto controlado e firmou a postura. Sua respiração era calma, mas seus olhos estavam em chamas.
— Você pode ser rápida, Richter. Mas sua velocidade não é absoluta.
A resposta foi um sorriso.
— E você, Minazuki… pode fingir ser calma o quanto quiser. Mas eu sinto. Sua raiva pulsa igual tambor.
CLANG! CLANG!
A troca de golpes recomeçou.
Uma dança brutal de aço e aura.
Hikari deslizava como névoa, usando o mínimo de movimentos para desferir cortes que visavam articulações, jugular, pulmões — golpes de execução, não de intimidação. A assassina usava explosões pontuais de aura nos pés, para ganhar rajadas absurdas de velocidade.
Já Sakura…
Ela era um muro móvel.
Cada passo era um terremoto. Cada corte de Nozarashi uma tempestade. Quando girava o corpo com a odachi de quase dois metros, criava arcos de aura que forçavam Hikari a recuar.
Era uma luta de intenção contra precisão.
De força frontal contra tática oculta.
Na arquibancada, Mari roía as unhas.
— “Elas vão se matar…!”
Yumi mantinha as mãos sobre o peito, com os olhos marejados.
Saori bufava, nervosa:
— “Aquela Hikari… está provocando até mesmo durante a luta!"
Hiro não dizia nada.
Mas os olhos dele seguiam cada movimento. A análise dele era direta:
“Hikari está usando uma estrutura da luta clandestina. Padrão de desaparecimento lateral, seguido por ataque diagonal. Mas… está mudando a cadência. Ela quer quebrar o ritmo da Sakura.”
“Sakura, por outro lado… está calculando. Tentando fazer o oposto. Imposição de ritmo. Forçar a sombra a se mover na sua dança.”
Na Arena, o chão já estava rachado em vários pontos. Auras colidiam como ondas invisíveis.
Sakura deu um passo à frente.
No mesmo instante, Hikari sumiu.
Mas Sakura não tentou procurar.
Ela sentiu.
E girou no exato momento em que a adaga viria por trás.
CLANG!
Desta vez, Sakura não apenas bloqueou.
Ela contra-atacou.
Uma cotovelada direto no queixo de Hikari.
A assassina recuou dois metros, cambaleando por um instante.
Ela lambeu o sangue no canto da boca… e riu.
— Você está aprendendo. Isso é irritante.
Sakura posicionou Nozarashi no ombro, firme.
— Eu não sou a mesma de antes. E você também não vai sair daqui como entrou.
Ambas ficaram imóveis por alguns segundos.
A arena inteira respirava com elas.
O céu aberto parecia conter o fôlego.
E então, ambas avançaram ao mesmo tempo.
Aura Vermelha contra Aura Roxa.
Espada contra adaga.
Honra contra sombra.
E o verdadeiro combate…
…apenas começava.