Capítulo 138 – Coroa Sem Sangue

Arena Central – A noite

O céu de Arcadia estava púrpuro, como se a própria natureza celebrasse o fim do maior torneio anual da história da Academia.

As arquibancadas estavam lotadas.

Mesmo com os combates encerrados, ninguém havia saído. Ninguém ousaria.

No centro da arena, um círculo mágico colossal foi invocado.

Diante dele, o diretor Caelan Drayven, de manto cerimonial, caminhava à frente de uma escolta de magos veteranos. Ao lado, os Três Pilares do Reino observavam de pé: Ryuji Minazuki, Daichi Kurosawa, Lucius von Richter.

A mana no ar vibrava.

A cerimônia de premiação começaria.

Drayven ergueu a mão, e sua voz ecoou com poder:

— Hoje, Arcadia testemunhou o nascimento de lendas.

Silêncio absoluto.

— A Classe Elite do Primeiro Ano, composta por prodígios, chocou toda a academia e superou expectativas. Nomes como Sakura Minazuki, Saori Kurosawa, Hikari von Richter e… o nome que se ergueu acima de todos:

Ele estendeu a mão.

— Hiro Tanaka.

O rugido da plateia foi imediato.

— HIRO!

— PLEBEU DE FERRO!

— CAMPEÃO DE ARCARDIA!

No alto, tochas cerimoniais se acenderam com fogo azul.

O chão brilhou.

Do círculo mágico surgiu um altar dourado, flutuante.

Acima dele, suspensa entre camadas de magia viva, uma relíquia sagrada.

Um anel de prata negra, orbitado por três auras:

Uma linha azul — mana.

Uma linha vermelha — aura.

Uma linha dourada — vontade.

— O Anel de Arcadia, anunciou o diretor. Um dos 150 as artefatos Criados pelos Quatro Fundadores durante a Guerra do Vazio.

— Essa relíquia permitirá que o usuário converta mana pura em impulso arcano — acelerando o fluxo interno, elevando conjurações e resistência mágica por tempo limitado.

Os instrutores se curvaram.

— Apenas os mais dignos recebem esse direito.

Drayven olhou para Hiro.

— Hiro Tanaka. Erga a mão.

O garoto caminhou até o altar. Silêncio total.

Quando estendeu a mão, o anel voou até ele por conta própria, envolvendo seu dedo com um brilho sutil. Uma onda de mana se espalhou por todo o campo.

Mas Hiro não sorriu.

Seus olhos estavam frios. Fixos na multidão.

"Você ainda está aqui."

Sakura, de braços cruzados, sorriu de canto.

“Você merece. Mais do que qualquer um aqui.”

Saori, ainda se recuperando, desviou o olhar, emburrada.

— Hmph… idiota talentoso.

Yumi, com olhos marejados, murmurou:

— Que lindo…

Mari, rindo entre lágrimas, balançava uma taça de néctar:

— Alguém para essa criatura antes que ele conquiste o reino e todas as filhas dos nobres.

Mio pulava como uma bandeirinha ambulante:

— Onii-chan, onii-chan, ONIIIIII-CHAN!

Hayato e Ayame… choravam em silêncio.

Lucius, de braços cruzados, observava calado.

“Tanaka… você me interessa cada vez mais.”

Daichi Kurosawa apenas murmurou:

— Um talento bruto. Puro. E com estratégia. Um prodígio fora das linhagens.

Ryuji Minazuki, como sempre, não falou.

Mas olhou para a filha.

E, por um breve segundo… sorriu.

Drayven fez o gesto final:

— A cerimônia está encerrada.

— Que o nome de Hiro Tanaka… ecoe por gerações como o campeão do Torneio de Arcadia!

A arena explodiu em luz, magia e aplausos.

Mas Hiro… apenas fechou os olhos.

“Ainda não acabou.”

“A verdadeira batalha começa agora.”