Jardins Internos da Academia Arcadia – Noite
O céu estava limpo, enfeitado com estrelas mágicas que flutuavam e pulsavam levemente com as linhas de mana da capital.
Hiro Tanaka permanecia ao lado de uma fonte encantada, onde flores azuis brilhavam no escuro. Sua capa negra tremulava com o vento. A noite, ao seu redor, era calma.
Mas por dentro, ele sentia.
“Está aqui. Ainda aqui. Escondido entre a multidão.”
“Mas não agora. Ainda não.”
Atrás dele, passos leves.
— Onii-chan! — Mio corria com o brilho de sempre nos olhos. — Mostra de novo o anel!
Ele se virou lentamente e estendeu a mão.
O Anel de Arcadia brilhava em seu dedo — discreto, mas inegavelmente poderoso. Linhas rúnicas pulsavam suavemente em prata e ouro.
— Uauuu… — Mio segurou a mão dele com cuidado. — Você parece um cavaleiro de histórias, onii-chan!
Hiro sorriu de canto.
— Não é pra exibição, Mio. É uma arma.
— Mas mesmo assim… é lindo.
— Você que é.
Mio sorriu ainda mais.
Hiro passou a mão nos cabelos da irmã.
— Está tarde. Você devia estar dormindo.
— Só se for no seu colo.
— Não vai caber mais.
— Cabe sim! — Ela riu, e saiu correndo de volta na direção das árvores.
Poucos passos atrás, Ayame e Hayato observavam a cena.
— Ele está diferente, sussurrou Ayame.
— Mas ainda é nosso filho, respondeu Hayato.
Mais adiante, Sakura, Saori, Yumi e Mari estavam sentadas em círculo sob a luz das lanternas flutuantes, compartilhando pães mágicos e doces comprados com a “generosidade disfarçada” de Saori.
— Não é como se eu me importasse! Só achei indecente o campeão da Arcadia comer coisa de feira. Só isso!
— Você deu comida pra ele duas vezes. — Mari murmurou, mordendo um bolinho.
— C-comida de emergência!
Sakura fingia estar focada na comida, mas seus olhos, de tempos em tempos, buscavam Hiro.
Yumi, ainda tímida, segurava um pão quente com as duas mãos, de olhos baixos.
Mas Hiro… mesmo entre eles… estava em outro lugar.
“Se eu sumir agora, todos vão notar. Vai causar pânico. Não posso permitir.”
“Tenho que aguardar. Controlar o tempo, o espaço… e o momento exato.”
“O voidborn ainda está caçando. Talvez esperando o caos.”
Seus olhos se ergueram para o céu estrelado.
“Mas fui eu quem venceu.”
“E é a mim que ele quer.”
“Então vou conduzir o jogo.”
Ele olhou de novo para Mio, depois para as três garotas rindo e trocando farpas ao fundo.
“Não agora. Mas em breve…”
“...vou matá-lo.”