Meu coração batia dolorosamente contra minhas costelas enquanto eu estava sentada sozinha na pequena sala de interrogatório. As luzes fluorescentes zumbiam acima, projetando sombras duras nas paredes cinzentas. Eu estava aqui por horas, deixada para fermentar em minha própria ansiedade depois que o Oficial Ramsey havia tomado meu depoimento inicial.
"Eu mal encostei nela," sussurrei para mim mesma pela centésima vez, olhando para minhas mãos trêmulas. Como eu poderia ter mandado Bianca voando pelo corredor? Não fazia sentido algum.
Meus pensamentos continuavam circulando pelas mesmas perguntas. Eu seria expulsa? Acusada de agressão? Isso destruiria minha bolsa de estudos—a única coisa pela qual eu tinha trabalhado tão duro?
A porta finalmente se abriu, e o Oficial Ramsey entrou. Mas desta vez, ele não estava sozinho.
O homem que o seguiu fez minha respiração parar na garganta. Alto, de ombros largos, impecavelmente vestido em um terno cinza-carvão que gritava dinheiro. Seu rosto era devastadoramente bonito—mandíbula definida, lábios cheios e olhos penetrantes que pareciam olhar diretamente através de mim. Poder irradiava dele, uma força quase tangível que preenchia a pequena sala.
Eu me endireitei instintivamente, meu corpo respondendo à sua presença antes que minha mente pudesse acompanhar.
"Srta. Thorne," disse o Oficial Ramsey, "este é o Sr. Vance."
O Sr. Vance não ofereceu sua mão ou sequer um sorriso. Ele simplesmente pegou meu arquivo da mesa e começou a folheá-lo, sua expressão indecifrável.
"Hazel Thorne," ele disse, sua voz profunda e suave. "Dezoito anos. Estudante de Criminologia. Bolsa integral." Seus olhos se ergueram para encontrar os meus. "Um surto bastante violento para seu primeiro dia, você não diria?"
Engoli em seco, tentando mascarar meu medo com desafio. "Não foi assim. Eu não quis machucá-la."
"E ainda assim, ela acabou com uma concussão." Ele fechou meu arquivo com um estalo. "Curioso como alguém do seu tamanho poderia gerar tanta força."
"Eu não sei o que aconteceu," eu disse, odiando como minha voz soava pequena. "Foi como se... algo tivesse tomado conta."
A expressão do Sr. Vance escureceu. "Algo? Ou alguém?"
Franzi a testa, confusa com sua pergunta. "O que você quer dizer?"
Ele me ignorou, virando-se para o Oficial Ramsey. "Eu assumo daqui."
O Oficial Ramsey assentiu, parecendo aliviado. "Você tem certeza?"
"Bastante certeza. Ela se encaixa no perfil."
"Que perfil?" exigi, o pânico crescendo em meu peito. "Do que vocês estão falando?"
Nenhum dos homens reconheceu minha pergunta. O Oficial Ramsey hesitou na porta. "Boa sorte, Srta. Thorne," ele disse, e então saiu, fechando a porta atrás dele.
Eu estava sozinha com este estranho intimidador.
"Para onde ele está indo?" perguntei, minha voz se elevando. "Estou sendo presa? Preciso de um advogado?"
A boca do Sr. Vance curvou-se em um sorriso frio. "Tantas perguntas. Mas receio que nada disso importe mais."
Um gelo desceu pela minha espinha. "O que isso significa?"
"Significa, Srta. Thorne, que sua vida como você a conhece acabou." Ele se inclinou para frente, colocando ambas as mãos na mesa. "Para onde você está indo, não há advogados, nem polícia, nem direitos como você os entende."
Puro terror inundou meu sistema. Este homem não era um policial ou um advogado—então quem era ele? Um traficante de pessoas? Eu estava prestes a desaparecer?
"Você não pode fazer isso!" Levantei-me tão rapidamente que minha cadeira tombou para trás. "Eu tenho direitos! Sou uma cidadã americana!"
"Sente-se," ele ordenou, seu tom deixando claro que esperava obediência imediata.
Permaneci de pé, embora minhas pernas parecessem gelatina. "Quem é você? O que você quer comigo?"
Seus olhos brilharam com algo perigoso. "Eu sou o Diretor Vance da Academia Greys, e o que eu quero é irrelevante. O que importa é o que você é."
"O que eu sou? Sou uma estudante universitária que teve uma manhã ruim!"
"Você é muito mais do que isso, embora ainda não perceba." Ele se endireitou. "É hora de ir."
"Eu não vou a lugar nenhum com você," eu disse, recuando para o canto da sala.
"Sim, você vai," ele respondeu calmamente. "Ou voluntariamente ou sobre meu ombro. Sua escolha."
A porta se abriu novamente, e o Oficial Ramsey colocou a cabeça para dentro. "Tudo bem por aqui?"
"Tudo bem," o Sr. Vance respondeu sem desviar o olhar de mim. "A Srta. Thorne estava apenas se preparando para sair comigo."
"Não, não estava!" exclamei, olhando desesperadamente para o Oficial Ramsey. "Ele está dizendo coisas loucas! Ele não é um policial ou um advogado! Por favor, não deixe que ele me leve!"
O Oficial Ramsey pareceu desconfortável, mas não se moveu para me ajudar. "É para o melhor, Srta. Thorne. A instituição do Sr. Vance se especializa em... casos como o seu."
"Casos como o meu?" repeti, sentindo a histeria borbulhar. "Eu não sou um caso! Sou uma pessoa! Você não pode simplesmente me entregar a um estranho!"
"É exatamente isso que eles podem fazer," disse o Sr. Vance friamente. "A papelada já foi assinada. Você está sob minha custódia agora."
O Oficial Ramsey assentiu desajeitadamente e saiu novamente, me abandonando a este homem aterrorizante.
"Isso é sequestro!" gritei, mesmo quando as lágrimas começaram a se formar. "Você não pode fazer isso!"
"Suas opções, Srta. Thorne, são bastante simples," o Sr. Vance continuou como se eu não tivesse falado. "Venha comigo para a Academia Greys, ou passe os próximos anos em uma cela de prisão por agressão qualificada. Sua escolha."
Minha mente corria. Nenhuma das opções parecia boa, mas a prisão me aterrorizava mais do que este homem. Pelo menos com ele, poderia haver uma chance de escapar mais tarde.
"Tudo bem," sussurrei, derrotada. "Eu vou."
Um lampejo de algo como satisfação cruzou seu rosto. "Escolha sábia."
Ele gesticulou para que eu o precedesse pela porta. Caminhei com pernas trêmulas, hiperconsciente de sua presença atrás de mim. Descemos pelo corredor, passando por oficiais desinteressados que não nos deram uma segunda olhada. Todos eles estavam envolvidos nisso? Como poderiam simplesmente deixar que eu fosse levada?
Entramos em um elevador no final do corredor. Quando as portas se fecharam, me prendendo com ele no pequeno espaço, o pânico arranhou minha garganta.
"Você está tendo outro ataque de pânico," ele observou sem emoção.
"Uau, obrigada por notar," retruquei, desesperada para esconder meu medo atrás da raiva. "Um PhD em obviedades, você tem?"
Para minha surpresa, seus lábios se contraíram ligeiramente para cima. "Aí está esse espírito. Você vai precisar dele para onde estamos indo."
As portas do elevador deslizaram para fechar com uma finalidade sinistra. O Sr. Vance virou-se para me encarar completamente.
"Meu nome é Kaelen Vance," ele disse, de repente muito mais próximo do que antes. "Lembre-se bem dele, porque a partir deste momento, sua vida está em minhas mãos."
Antes que eu pudesse responder, ele estendeu a mão e roçou os dedos em minha bochecha. O toque enviou uma corrente elétrica pelo meu corpo, chocante e íntima. Congelei, presa entre o medo e uma estranha e indesejada atração.
Seus olhos se fixaram nos meus, e então—impossivelmente—eles começaram a brilhar com um azul sobrenatural.
Sua mão moveu-se da minha bochecha para segurar meu queixo firmemente, me mantendo no lugar. "Durma," ele ordenou, sua voz ressoando com um poder antinatural.
Minha consciência imediatamente começou a desvanecer, a escuridão rastejando das bordas da minha visão. A última coisa que vi foram aqueles olhos azuis brilhantes, me observando enquanto eu desabava em seus braços à espera.