EPISÓDIO 12 — A ESTREIA NA FESTA DE PRIMAVERA
Hoje é dia de florescer em público. O Coral das Gêmeas terá sua estreia oficial na Festa de Primavera da Elite Harmonia, um evento glamouroso que reúne pais, professores e influenciadores. É hora de mostrar que nossa voz, unida à das crianças, pode transformar corações.
Me chamo Luna Vasconcellos, e acordei com o perfume de jasmim invadindo o quarto. Era manhã de festa: vesti meu vestido rosa pastel, justo no corpo e rodado na saia, que Melody escolhera especialmente para este dia. Prendi o cabelo em tranças laterais e apliquei um brilho discreto nos lábios. No espelho, vi meu reflexo — a mesma garota de sempre, mas agora dona do próprio nome.
Desci a escadaria e encontrei Sofia, Danielzinho e Clara reunidos em frente ao piano de cauda, usando fantasias leves de borboletas e flores, combinando com o tema da primavera.
— Luna! — gritou Sofia, girando em círculo com as asas coloridas nos ombros. — “Hoje vamos voar!”
— “O teclado está pronto, mana.” — disse Danielzinho, apontando para o instrumento portátil montado ao lado. — “E temos as partituras para o bis.”
— “Vou entregar os convites aos convidados!” — falou Clara, segurando uma pilha de cartões de papel perfumados.
Sorri e abracei cada um:
— Então, equipe Borboleta-Primavera, preparadas para encantar?
Eles vibraram em coro. Peguei o violão e ajeitei as tranças:
— Vamos ensaiar a última vez antes do desfile começar.
No gramado principal da escola, o palco estava ornamentado com arcos de flores, fitas em tons de rosa e lilás, e um tapete branco servindo de passarela. Pais conversavam em mesas baixas, fotógrafos ajustavam tripés e o DJ da festa testava microfones.
Abracei Melody antes de subirmos:
— Pronta, irmã?
— Sempre com você — ela respondeu, e apertou minha mão.
Ao nosso lado, as crianças formavam um semicírculo. Sofia ajeitou as anteninhas de borboleta, Danielzinho ajustou os fones de ouvido e Clara entregava flores aos primeiros convidados, convidando-os a atenção:
— Clara: “Bem-vindos! Aos pouquinhos, sintam a brisa da primavera.”
As luzes se atenuaram e o locutor anunciou:
Locutor: “Senhoras e senhores, recebam com aplausos o Coral das Gêmeas Vasconcellos!”
O público bateu palmas, as lentes clicaram. Eu inspirei profundamente e iniciei o primeiro acorde:
Todos (voz uníssono):
“Nasce o dia em flor,
Canta o vento, faz amor...”
Minhas tranças balançaram, o vestido rodopiou e, ao meu lado, Melody harmonizou em contralto. Sofia acrescentou seu canto cristalino, Danielzinho tocou as notas eletrônicas e Clara entoou o coro infantil. A melodia subiu em camadas, preenchendo o ar perfumado.
No refrão, caminhei pela passarela, e cada passo reverberou no silêncio atento:
Luna (solo):
“E nossos corações, como borboletas ao sol,
Pousam onde a esperança floresceu...”
Senti lágrimas de emoção borbulharem quando terminei o verso. O público explodiu em aplausos e assobios. Vi pais enxugando os olhos, professores sorrindo orgulhosos, e a diretora da escola me acenando com aprovação. Foi como se, num instante, o mundo inteiro parasse para nos ver cantar.
Depois da primeira música, descemos do palco. Bianca se aproximou, ajustando o crachá do grêmio:
— Bianca: “Incrível. Vocês são a alma da festa.”
— Luna: “Obrigada. É graças a essas estrelas aqui.” — apontei para as crianças.
Ela sorriu e bufou:
— Bianca: “Adoro trabalhar com quem faz acontecer.”
Foi o suficiente para eu saber que ganhei seu respeito de vez.
Em seguida, Gabriel se juntou a nós:
— Gabriel: “Vai ter bis?”
— Luna: “Claro. ‘Canção do Recomeço’ está na fila.”
Ele pegou meu braço:
— Gabriel: “Vai arrasar.”
Sorri, sentindo o calor de apoio.
Fizemos o bis. A “Canção do Recomeço” teve um arranjo acústico: violão, piano de Danielzinho e os quatro cantando em uníssono. No final, concedi espaço a cada um:
Sofia soltou um agudo cristalino, arrancando suspiros;
Danielzinho tirou um solo rápido de teclado, contagiando todos;
Clara improvisou versos improvisados de poesia que deixaram o público maravilhado.
Quando concluímos, as crianças pularam e se enlaçaram em um abraço coletivo. O público, em pé, foi à loucura: aplausos intensos, gritos de “bravo!” e palmas frenéticas.
— Luna: “Obrigada a todos. Esta primavera é a nossa estação de renascimento.”
Os fogos de artifício anunciados pela organização coloriram o céu rosa e dourado, e sentimos as chamas de esperança nos olhos de cada espectador.
À noite, dentro da limousine que nos levou de volta, ouvi as vozes felizes:
— Sofia: “Foi perfeito!”
— Danielzinho: “Já sou viral!”
— Clara: “Quero viver sempre assim!”
Eles cantavam notas soltas, e eu me permiti relaxar. Melody coçou meu ombro:
— Melody: “Você comandou tudo muito bem.”
— Luna: “Não teria feito sem vocês.”
Olhei para o céu estrelado pela janela:
— Luna (pensando): “A primavera chegou. E com ela, a certeza de que podemos florescer, mesmo em terreno antes gelado.”
Quando chegamos à mansão, o Sr. Marcelo e a governanta ofereceram uma taça de suco de flores. Brindamos:
— Todos: “À primavera e às gêmeas Vasconcellos!”
Naquela noite, adormeci com o vestido úmido de orvalho e o som distante de risadas infantis. Sonhei com espelhos regenerados, corais futuros e um futuro onde famílias se refazem pela força do amor.
E assim encerrei o décimo segundo episódio: com música, coragem e quatro pequenos corações batendo em perfeita sintonia.
Fim do Episódio 12
No próximo episódio: o início do semestre letivo e um segredo de sala de aula que pode abalar a amizade de Luna.