lutas

Assim que Yara diz para começar, Kali dá uma arrancada para cima de Ícaro, agarrando-o e jogando no chão. Talvez isso nem pudesse ser chamado de luta; A única coisa que Ícaro fez depois da queda foi tentar se defender, mas Kali não parava de dar socos. Era como um animal, foi horrível de ver: não havia técnica, apenas violência. E depois de vários socos, Ícaro sucumbiu e desistiu com um grito. Só então o instrutor careca parou na luta.

Isso nem dá para ser chamado de luta, não perca assim quando lutar, tá? — Rivia cochicha em meu ouvido.

Perder para alguém da minha idade era algo que eu não via acontecer, pelo menos não com as pessoas desta sala, talvez com uma perna e um braço quebrado.

—Pode deixar! — digo com um leve sorriso.

— Certo, próxima luta pode vir para frente, senhorita Lucy, filha do cientista da base 10. 

— Espera, você vai ter que enfrentar esse brutamontes? — pergunta a pobre menina de cabelo rosa.

— Isso, a luta não tem trocas, então você vai enfrentar Kali, boa sorte.

"Boa sorte? Isso está longe de ser uma prova justa, sinto pena deles" penso vendo a situação.

Lucy toma coragem para ir em frente, mas assim que Yara dá o sinal para luta começar, que Lucy ao ver Kali se aproxima sem pena alguma, ela solta um grito:

— DESISTO.

Era justo, ninguém iria julgá-la. Afinal, uma luta dessas nem poderia ser chamada de luta; seria um massacre.

— A dupla Kali e Rita ganham 2 pontos da dupla Ícaro e Lucy.

“"Agora entendi para que servem os pontos da prova passada. Talvez quem zerar primeiro seja expulso, ou quem tiver menos pontos no fim será expulso. Preciso garantir que vamos ganhar essa luta", penso ao ver a primeira luta acabar.

— Ok, agora a dupla Gles, descendente da base 20, e Rivia, descendente da base 9, contra a dupla Gerard, filho de combatente de elite da base 4, e Flávia, filha da casa de comércios da base 1, podem ir para a frente do campo.

Depois desse aviso, fixe os olhos na outra dupla. Não esperava ter que lutar com alguém mais alto e musculoso que eu. Isso é mesmo certo?

— Beleza, você vai primeiro, mas relaxa. Mesmo se perder, garanto que ganharemos deles; eu sou bem forte. — Rivia diz esquentada.

“Até acredito que alguém tão pequeno é forte” penso ao ouvir tal declaração.

Obviamente que não poderia perder. Imagine que ser convocado assim para mostrar minhas habilidades de luta seja uma coisa boa.

Fui à frente, e Gerard veio também. Assim que a professora começou a luta, o grandalhão veio para cima com tudo, exatamente como Kali, mas óbvio que não iria deixá-lo me colocar no chão. Então, tomei um pouco de distância e tentei um chute reto no queixo dele, que, infelizmente, não pegou, pois ele recuperou.

Logo após ver que seria difícil me desistir, ele mudou para uma base de boxe e começou a tentar me pressionar e dar socos. Tentei devolver os golpes, mas com aquela guarda fechada, minhas mãos doíam mais do que os músculos dele. Ele é realmente ótimo para a idade dele, é muito forte. Pena que sou seu adversário. Se não posso atacá-lo de frente, simplesmente comecei a chutar a lateral da perna dele muitas vezes enquanto ganhava espaço, lançando as explosões de socos que ele dava e, gradualmente, cansando-o.

Depois de 2 minutos, ele começou a sentir os chutes no mesmo lugar e tentou trocar a base dos pés. Por isso, comecei a abrir muito a guarda e a ficar lento e desengonçado. Então, dei um chute com toda a força em seu fígado quando ele tentou uma arrancada; isso o sentar no chão fez com a mão na barriga. Aproveitei e chutei no rosto, o que fez Gerard cair no chão de vez com a mão na barriga, mas ainda assim tentei levantar. Então, dei mais um chute em seu rosto, o que o fez cair novamente.

Mesmo depois disso, a luta não foi parada. Gerard agonizava de dor, mas os instrutores não se importavam, já que ele mostrava que queria levantar novamente. Então, preciso subir nas costas dele e começar a sufocá-lo. Em situações normais, com diferença de peso e músculo, não funcionava, mas o grandão já estava abalado. Alguns segundos depois que apliquei um mata-leão, ele finalmente apagou. Em nenhum momento desistiu; Tentei se debater um pouco para sair, mas não consegui. Realmente um grande espírito de luta! Vendo isso, o instrutor me deu a vitória.

— Muito bem! Flávia pode vir para frente.

Essas foram as únicas palavras da professora, sendo totalmente neutras.

A garota não se abalou em nada. Ela era menor, óbvia e mais fraca, mas, em troca, era extremamente rápida. Se Gerard tivesse essa velocidade, ele conseguiria me pegar. Ela sabia que não teria força o suficiente para dar socos, então começou a dar vários chutes altos e rápidos. A única coisa que fiz foi analisar os chutes, esperando o momento certo de agir com a guarda alta. Poderia ser mais brutal, mas obviamente não queria ser tão maldoso com alguém mais fraco.

Os chutes dela lentamente causaram danos aos meus braços. Se continuasse com isso, em breve estariam totalmente inchados e doendo, mas ela sempre mostra uma abertura quando recua depois de um chute alto. A única coisa que resta fazer é esperar pela abertura e pegá-la.

Depois de não mais que 20 segundos, a abertura veio, e eu joguei nas costas dela, passando a canaleta do braço pelo pescoço e puxando-a para o chão. Ela caiu de costas por cima de mim, tentando lutar ao máximo para sair; usei as unhas no meu braço, tentei acertar minhas partes íntimas, dar cabeçadas, mas, depois de alguns segundos, consegui dominá-la e fazê-la bater em resistência. Deveria ter usado força bruta ao invés de inteligência; meus braços agora estão ferrados.

Me levanto e vejo que, ao fundo, uma moça está tratando dos alunos. Ícaro já estava bem; as drogas de hoje em dia fazem com que nos curamos rápido. Fui em direção a ela, ou esses braços iriam incomodar mais tarde, depois do banho, mas no meio do caminho Rivia me acompanhou e disse:

— Sabia que você era forte, nem preciso lutar, merece uma recompensa. — exclama a garota demonstrando felicidade com a vitória.

Agora temos 5 pontos, espero que seja o suficiente para não ser expulso.

Das 3 lutas seguintes, uma dupla ganhou com dois alunos sobrando, e as outras duas duplas ganharam restando apenas um aluno.

O ranking de pontos ficou: 3 duplas com 5 pontos, 2 duplas com 4 pontos, 2 duplas com 2 pontos e 3 duplas com 1 ponto. Pergunto-me qual será o requisito para expulsar a dupla na próxima parte da prova.

Depois de 1 hora, quando todos os alunos foram curados com remédios especiais feitos para contusões, lesões e feridas, todos inocentes bem. Talvez Ícaro fosse o mais abalado psicologicamente, já que somente ele apanhou como um condenado, mas fisicamente todos estavam bem. Foi então que Yara começou a explicar o último teste:

— Vamos seguir para o último teste. Para quem deu mal na última prova, fique tranquilo, pois o que decidirá quem será expulso será o próximo. Voltamos para a sala.

Ao chegarmos à sala, nos deparamos com as 10 mesas arrumadas igualmente: 5 do lado esquerdo e 5 do lado direito. No meio da sala, havia 2 cadeiras de frente para a grande mesa da professora. Assim que entramos, ficamos sem entender bem o que iria acontecer, mas a resposta veio logo em seguida.

— A próxima prova será um debate, onde as 5 duplas com mais pontos terão que enfrentar as 5 duplas com menos pontos. Terá 3 rodadas, e a cada rodada as 5 duplas com menos pontos poderão iniciar uma acusação contra uma das 5 duplas com mais pontos, usando qualquer motivo.

Mesmo com a explicação, a prova parecia meio confusa sobre como o debate aconteceria, mas nos dividimos como ela pediu.

— Certo, eu serei a juíza. O debate será o seguinte: uma dupla com menos pontos escolherá uma dupla com mais pontos para acusar de algo que seja cabível a um debate. Se a dupla acusada conseguir se defender com argumentos válidos, ela ganha um ponto, e a dupla que acusou perde um ponto; mas, se não conseguir se defender, o contrário acontece. Cada dupla só pode participar uma vez por rodada. Por fim, a dupla que perder mais pontos no fim da prova será expulsa, independente de quantos pontos tenha.

Nesse momento, todos não entenderam a necessidade das provas anteriores, mas os alunos com 1 e 2 pontos ficaram alegres. Os pontos foram totalmente sem sentido, apenas serviram para definir quem seria o acusado e o acusador. Percebendo isso, Rivia tomou a iniciativa de perguntar:

— Professora, para quê serviu os pontos então? Só para dividir as duplas?

— Na prova, sim, mas os pontos que ganham nesta prova servirão para usar na instituição. Cada ponto que você ganha pode ser trocado por benefícios. Toda prova e avaliação semanal valerão pontos, e os pontos que conseguirem nesta prova poderão ser usados ​​como moeda de troca. Explicarei mais depois da prova. Podem iniciar a prova…

Antes da professora terminar, uma aluna com menos pontos perguntou:

— Mas professora, como devemos acusar as outras duplas? Quais são os critérios? Deve haver algum, não é? — Disse uma garota de óculos.

— Os critérios são simples: podem usar qualquer argumento narrativo, base, descendência, aparência e até mesmo como a dupla atuosa no teste, contanto que não seja algo sem narrativa ou com adição de pessoas que não estão nesta sala. Também não pode repetir a mesma narrativa. Então, decidam quem vai começar o debate.

Depois dessas palavras, uma conversa entre as duplas que vão acusar as duplas com mais pontos se iniciaram e, após 5 minutos exatos, a dupla de Ícaro e Lucy começou o debate.

— Escolhemos a dupla de Kali e Rita para a primeira acusação. — diz Ícaro bastante aquecido.

Foi uma iniciativa óbvia de vingança pelo massacre no segundo teste.