Kay retornou, deixando San e Dan surpresos.
— É sério que é isso? — exclamou San, com um olhar desconfiado.
— Sua audição é boa, sua velocidade também é perfeita para essa arma, e não exige muita força, apenas uma boa mira! Arco e flecha seria o melhor palpite para seu estilo! — disse Kay, entregando o arco a San.
San foi para frente dos bonecos novamente, respirou fundo e se concentrou. A tensão do ambiente parecia fazer com que seu instinto aflorasse. Ele ergueu o arco e mirou o primeiro boneco, focando na distância e na trajetória da flecha.
O tempo parecia desacelerar enquanto puxava a corda. Instintivamente, seus olhos se ajustaram à posição do alvo, e ele liberou a flecha com precisão. Ela atingiu o boneco, embora não com a força que esperava, mas ainda assim foi um acerto. Um pequeno sorriso se formou em seus lábios, como se a ideia de vencer a si mesmo o animasse.
— Isso foi bom, mas tenta puxar um pouco mais antes de soltar! — exclamou Kay, surpreso com o desempenho de San.
San sorriu, sentindo-se mais confiante. Decidiu continuar. Ajustando a posição, preparou-se para o próximo tiro, sentindo a adrenalina correr. Ele mirou rapidamente em outro boneco e disparou. Desta vez, a flecha acertou o alvo com um impacto um pouco mais forte, quebrando o boneco em duas partes.
— Você está melhorando! Continue! — incentivou Dan.
Com isso, San sentiu que poderia ir ainda mais longe. Ele disparou mais algumas vezes, a velocidade e a precisão aumentando a cada flechada. No entanto, ele ainda não estava totalmente ciente de que estava se destacando com o arco e flecha. Sua mente se concentrou em acertar os bonecos, enquanto seu instinto o guiava em uma dança entre a tensão e a liberdade.
Ao final de sua sessão, San se afastou dos bonecos, um pouco ofegante, mas satisfeito.
— E então? Como foi? — ele perguntou, olhando para Kay e Yan.
Kay sorriu, reconhecendo a habilidade que estava começando a emergir.
— Você definitivamente tem um talento oculto para isso! — disse Kay, encorajando. — Seria um bom caçador, mas acho que usar uma besta é mais apropriado para você. Se conseguissem fazer um arco e flechas melhores, isso seria interessante. E que tal colocar algum tipo de pólvora na frente? Um explosivo que detona quando a flecha atinge o alvo? Isso parece promissor para testar!
Yan interveio, pensativo: — Se a questão é durabilidade, uma besta é mais apropriada. Vamos testar isso depois. San, arco e flecha é uma opção, mas uma besta também! Pegue esse papel e vá até o arsenal!
— Obrigado, mas posso esperar minha irmã? — exclamou San.
— Sim! — respondeu Yan.
San pegou o papel e ficou esperando perto deles. Ele agradeceu a Kay, sentindo-se animado com as possibilidades.
— Agora vai ser eu! — disse Dan.
— Pode vir! — respondeu Yan.
— Boa sorte, irmã! — disse San.
— Obrigada! — respondeu Dan, indo para a frente dos bonecos.
O campo de testes estava agitado, com os bonecos de simulação posicionados à sua frente, prontos para avaliar as habilidades de Dan. Ela empunhava duas espadas curtas de Noxium, sentindo o peso das lâminas nas mãos. O calor da adrenalina pulsava em suas veias, e seu coração batia forte com a expectativa.
— Aqui vou eu! — murmurou Dan, seus olhos fixos nos bonecos.
Assim que o sinal foi dado, ela se lançou para frente. Seus pés se moviam rapidamente, deslizando pelo chão com graça e determinação. Com um giro fluido, ela atacou o primeiro boneco, a lâmina de Noxium cortando o ar com facilidade. O impacto ressoou, e o boneco se despedaçou, caindo inerte ao chão.
Preciso ser rápida e imprevisível! pensou Dan, enquanto se preparava para o próximo ataque. Ela avançou, sua mente focada em manter a agilidade. A cada movimento, Dan fazia questão de utilizar o espaço ao seu redor, desferindo cortes rápidos e precisos. Os bonecos não sabiam o que os atingia; a habilidade dela os pegava de surpresa.
Ela se aproximou de outro boneco, desviando de um ataque simulado com um salto lateral. Com um movimento rápido, Dan girou e cortou o braço do boneco, fazendo-o perder o equilíbrio.
Os bonecos estavam programados para atacar, mas ela os superava com sua velocidade. Dan não parava, dançando entre eles como uma tempestade. A cada acerto, sentia a confiança crescendo dentro dela. Estou fazendo isso! Eu posso vencer!
Em um momento decisivo, dois bonecos se aproximaram ao mesmo tempo. Dan respirou fundo e usou suas espadas com maestria, cortando um em um movimento ascendente e, em seguida, atingindo o outro com um golpe descendente. Os bonecos foram despedaçados em um espetáculo de destreza.
Ela olhou ao redor, percebendo que restava apenas um boneco. Só mais um! O coração batia forte, e a determinação crescia. Dan se lançou em direção ao último boneco, deslizando pelo chão antes de desferir um golpe vertical, quebrando-o ao meio.
Após derrotar todos os bonecos, Dan ficou ofegante, mas seu rosto estava iluminado por um sorriso.
É por isso que ele tentou uma espada curta, pensou Kay, surpreso. — Impressionante! Se os dois se apoiarem, vão ter ataques de curta e média distância! Não vejo necessidade de trocar a arma! — disse kay
Dan sorriu.
— Leve o papel e deixem suas armas! — disse Yan.
— Certo! — respondeu Dan.
Os dois se retiraram satisfeitos.
— Quer perguntar também? — exclamou Kay.
— Me percebeu! Obrigado! — respondeu Sky.
— Estou falando, basta usar isso a seu favor. Armas de perto e que sejam leves seriam melhores para você. Se quer controlar isso, converse com alguém que também se oculta para atacar! — aconselhou Kay.
— O Slayer, será que ele vai me ajudar? — perguntou Sky.
— Não sei, mas pode tentar conversar com ele! — disse Kay.
— Obrigado, eu vou tentar depois! Uma arma curta e leve? Essas espadas que eles usaram devem servir! — afirmou Sky.
— Já que vai ser a queima-roupa, armas com silenciador também são uma opção!. Boa sorte! — acrescentou Kay, antes de se retirar.
No pátio:
— Que arma grande é essa? Vai compensar alguma coisa? — exclamou Slayer.
— Calado! Minha mira não é boa, e o instrutor disse que eu aguentaria o recuo de armas mais pesadas eentão eu vim e peguei essa! — respondeu Kratos.
— Parece pesada! — disse Kay, se aproximando.
— Isso é arma de veículos, não é para humanos atirarem! — retrucou Slayer.
— É pesado, mas eu consigo segurar. Agora, suportar a pressão enquanto atira já é outra história. Vou tentar porque, se não, eu vou falhar! — afirmou Kratos, determinado.
Kay e Slayer se olharam e caminharam em direção à área de tiros.
— Vieram zombar de mim? — exclamou Kratos, irritado.
— Pelo contrário! Se conseguir suportar isso, vai ser uma das maiores forças dessa divisão! — disse Kay, encorajando.
— Só quero ver como vão carregar isso! — acrescentou Slayer, com um sorriso sarcástico.
Kratos estava irritado.
Interessante, ele está levando uma arma tão pesada só com uma mão, pensou Kay, observando de canto.
— Agora só resta você para o teste acabar. Tenta não destruir o lugar! — disse Breno, brincando.
Ele olhou para trás.
— Isso é uma mini gun! Que diabos você estava pensando? — exclamou Breno, assustado.
— É uma arma pesada, como você pediu! — disse Kratos, defensivo.
— Isso é arma de veículos! Não tem como alguém usar sem suporte. Como você pretende usar isso em lugares onde veículos não passam? — questionou Breno, preocupado.
— Com força e fé? — exclamou Kratos, com um sorriso confiante.
— Vai guardar isso! Não houve nenhum humano que conseguisse aguentar essa arma, mesmo usando os trajes! — insistiu Breno.
— Calma! Deixa ele tentar. Nosso brutamontes aqui consegue carregar isso. Deixa ao menos ele tentar atirar! — disse Kay, animado.
— Carregar, muitos conseguem, mas aqui dentro nem tem suporte para aguentar esse tipo de bala! — retrucou Breno.
— Então vamos lá para fora! É uma área aberta, local ideal para esse teste! — propôs Kay.
— Você não pode sair da base sem permissão do capitão! — alertou Breno.
— Consiga! — disse Slayer, incentivando.
— Tudo bem, eu falhei no teste! — admitiu Kratos, desanimado.
— Quer sair correndo por aí lançando granadas nos ghouls? Nem tem tanto impacto agora; isso aqui vai atravessá-los! — zombou Slayer.
— Eu acredito na força do meu companheiro. Consiga a permissão! — afirmou Kay, determinado.
— Digo o mesmo! — acrescentou Slayer, apoiando.
— Se vocês arrumarem problemas para nosso esquadrão, serão punidos! — disse Breno, se retirando.
— Por quê? — exclamou Kratos, surpreso.
— Perder sem ter a chance de tentar seria vergonhoso! — respondeu Slayer, indignado.
— Mostre o poder que adquiriu nos treinos, ou vai dizer que esses músculos aí são falsos, apenas para exibição! — desafiou Kay, provocador.
— São de verdade! — afirmou Kratos, com firmeza.
— É assim que se fala! — elogiou Kay, satisfeito.
A cena muda para o lado de fora da base.
— Imagine que na sua frente tem uma fileira de ghouls correndo em sua direção! Elimine essa fileira! — ordenou Takemichi.
— Sim, senhor! — respondeu Kratos, se posicionando.
O capitão e os líderes estavam afastados, observando para evitar balas perdidas.
— Você acha que ele vai conseguir? — exclamou Lena, preocupada.
— Ele carregou a arma lá da sala de tiro até aqui fora, então resistência ele tem. Mas aguentar o recuo é outra história! — disse Yan, observando atentamente.
— Uma pessoa usando uma arma de veículo e sem nenhum apoio parece até piada! — disse Joana, rindo.
— Dois soldados se posicionaram para apoiá-lo — informou Yan.
— Vai começar! — disse Ryuji, observando a arma girando.
Kratos se posicionou, segurando firmemente a mini gun. Ele respirou fundo e, em um movimento determinado, pressionou o gatilho.
Uma chuva de balas explodiu da mini gun, cortando o ar com um estrondo ensurdecedor. O poder da arma era imenso, e as veias em seus braços se destacavam, pulsando com a força que ele estava aplicando para suportar o recuo da arma e se esforçando para manter a mira estável, movendo a arma na horizontal como se estivesse enfrentando uma fileira de ghouls.
As balas rasgaram o espaço à sua frente, criando uma dança mortal de projéteis que atingiam os alvos com precisão. A adrenalina pulsava em suas veias, e, mesmo com o peso da arma, Kratos se sentia invencível.
O chão tremia sob os impactos, e o som dos estojos vazios caindo da mini gun se misturava ao barulho ensurdecedor dos disparos. A cena era uma combinação de caos e poder.
— Já chega! — ordenou o capitão Takemichi.
Kratos imediatamente parou de atirar.
— Foi a única que ele conseguiu? — exclamou Takemichi, com uma expressão de incredulidade.
— Sim! — respondeu Yan, um pouco hesitante.
— Ele tem minha permissão mas proibo nas cidades e somente vai usar quando os ghouls for numerosos! — afirmou Takemichi, enquanto se dirigia de volta para dentro da base.
— Certo! — disse Yan, batendo continência.
Takemichi estava satisfeito, e não só ele; os líderes também. Afinal, agora Kratos era um verdadeiro tanque, capaz de reduzir o número de ghouls e facilitar o avanço do exército.
— Retorne, Kratos! — ordenou Yan.
— Certo! — confirmou Kratos, retornando para a base.
— E como foi? — perguntou Kay.
— Eu consegui passar! — disse Kratos com um sorriso de satisfação.
— Parabéns! — disseram Sky e Kay, animados.
— Era o mínimo de se esperar de um brutamontes! — comentou Slayer com um leve tom de provocação.
— Agradeço a todos vocês. Se não tivessem me apoiado, eu teria desistido quando o instrutor ordenou. Muito obrigado! — disse Kratos, demonstrando gratidão.
— De boa! — respondeu Kay.
— Já falei que seria vergonhoso para os recrutas se alguém falhasse sem tentar! — afirmou Slayer, confiante.
— Vocês têm minha gratidão! — disse Kratos, emocionado.
— Tem café nessa garrafa? — perguntou Kay, curioso.
Sky balançou a garrafa.
— Tem! — confirmou ele.
— Nos vemos na hora do almoço! — disse Kay, pegando a garrafa e se retirando.
— Só não se atrasa! Você sempre deixa a Mira preocupada! — disse Kratos, rindo.
— Não vou demorar! — garantiu Kay, saindo do quarto.
— Não estão curiosos? — perguntou Sky.
— É claro que sim! — disse Slayer, se levantando.
— Onde você está indo? — exclamou Kratos, surpreso.
— Se algo me incomoda, eu resolvo. Quero saber o que ele anda aprontando! — disse Slayer, decidido.
Sky também se levantou.
— Se quiser ficar aí, fique à vontade. Nós vamos dar uma olhada! — disse Slayer, enquanto saía do quarto.
A cena muda para o lado de fora.