Kay olhou novamente para eles e decidiu se aproximar discretamente de outra pessoa.
— Você viu alguma coisa passando ali? — perguntou o príncipe, percebendo um movimento.
— Alguma coisa? — Mira olhou para as flores ao redor.
— Deve ter sido nada! Continua, por favor! — disse o príncipe.
— Encontrei uma criança perdida! — disse Kay, aparecendo atrás de uma garota que também estava escondida atrás da parede.
A garotas gritou, mas Kay rapidamente tapou a boca dela.
— Você ouviu isso? Pareceu a voz de uma garota — disse Mira.
— Eu não ouvi nada — respondeu o príncipe.
— Deve ter sido minha imaginação! — concluiu Mira, ainda olhando ao redor.
— Desculpa te assustar. Vou te soltar, mas não pode gritar, entendeu? — disse Kay, olhando nos olhos da garota, que assentiu em silêncio.
Kay a soltou.
— Você é o garoto que recebeu a medalha! — disse a garota, olhando curiosa para ele.
— Sim, você também estava na reunião? — perguntou Kay, surpreso.
A barriga de Mira roncou de repente, e ela, envergonhada, pediu desculpas dizendo que ainda não tinha almoçado.
— Eu vou levar... — Kay começou, mas foi interrompido.
— As cozinheiras já devem ter preparado alguma coisa. Eu te levo até a cozinha! — disse o príncipe, sorrindo para Mira.
— Tem certeza? — exclamou Mira.
— Sim, você é uma convidada de honra! — disse o príncipe, levantando-se com um sorriso.
— Obrigada! — disse Mira, seguindo-o.
"Eles já estão indo comer, o que eu faço com isso agora?" pensou Kay, olhando para os doces em suas mãos.
— Com licença! — disse a garota ao lado dele.
— Quer comer um doce comigo? — perguntou Kay, animado.
— Doce? — exclamou a garota, confusa.
Cena muda.
— Esse é o seu quarto? É bem grande! — disse Kay, admirado.
— Um pouco antes da reunião, a empregada trouxe chá. Vai combinar com os doces! — explicou a garota.
— Entendi. Você é esperta, bom trabalho. — Kay sorriu, satisfeito.
— Obrigada! — disse a garota, corando um pouco.
— Então, o que queria me perguntar? — perguntou Kay, curioso.
A garota serviu chá para os dois.
— Me conta sobre suas lutas contra os Ghouls! — disse ela, os olhos brilhando de interesse.
— Gosta dos soldados? — perguntou Kay, percebendo a empolgação dela.
— Sim! Eles protegem nosso povo, são heróis! — respondeu a garota com convicção.
— É muita coisa para contar em um só dia! — disse Kay, divertido.
— Tudo bem! Conta com muitos detalhes, não deixe de dizer nada! — insistiu a garota, empolgada.
Alguns minutos depois.
— P-para, conta com menos detalhes... — pediu a garota, um pouco assustada.
— Tem razão. Ouvir isso é demais para uma criança! Vou contar com menos detalhes sobre a morte dos Ghouls. — Kay tentou suavizar a história, retomando com cuidado.
Alguns minutos depois.
"Onde o Kay se meteu?" pensava Mira, procurando-o por toda a sede. "O banquete já começou e ele não apareceu. Será que ele se perdeu? ...Não, é do Kay que estamos falando, então ele deve ter se metido em algum problema," pensou ela, cada vez mais preocupada.
— Você parece preocupada! — disse a rainha, aproximando-se acompanhada de alguns guardas.
— R-rainha! Eu estava distraída, me perdoe! — disse Mira, saindo rapidamente do caminho.
— Está preocupada com seu colega? — perguntou a rainha.
— Sim, sabe onde ele está? — perguntou Mira, ansiosa.
— Eu irei chamá-lo. Acompanhem essa jovem até o banquete! — ordenou a rainha aos guardas.
— Obrigada! — disse Mira, aliviada.
— Este banquete é para vocês. Aproveitem! — disse a rainha antes de se retirar.
"A família real... todos eles são tão gentis!" pensou Mira, sorrindo.
Ainda dentro do quarto.
— Você sempre lutou usando o mesmo bastão, e ele nunca quebrou quão resistene ele é? — perguntou a garota, curiosa.
— O que o exército me entregou é mais resistente, por isso, guardarei o bastão do meu pai como uma lembrança! — disse Kay.
— As coisas que você fala são tão loucas que chegam a ser difíceis de acreditar. — A garota riu.
— Você parecia empolgada ouvindo. — Kay sorriu.
— Sim, mas você matar Ghouls sem um traje e sem uma arma feita pelo exército, e todos os meses... é difícil acreditar. — disse a garota, admirada.
— Guarde segredo sobre o que te contei. A Mira não sabe que eu matava Ghouls com frequência; ela acha que eu só matei o primeiro. — Kay olhou sério para ela.
— Eu não vou contar para ninguém! Eu só queria ouvir suas histórias! — respondeu a garota, entusiasmada.
— Ainda tem muita coisa pra te contar, mas é quase a mesma coisa de sempre: os Ghouls aparecem, e eu os elimino! — disse Kay.
— Eu quero ouvir! — insistiu a garota.
— Depois eu conto. Tem alguém atrás da porta! — avisou Kay.
— Se esconde! — sussurrou a garota.
A porta se abriu, e a rainha entrou.
— Você sabia que poderia ser decapitado por entrar escondido no quarto de uma princesa? — exclamou a rainha.
— Você é uma princesa?! — exclamou Kay, surpreso.
— Eu estava lá com meu pai. Achei que soubesse! — respondeu a princesa.
— Entendo... E quem é essa? — perguntou Kay, olhando para a mulher.
— Minha mãe, a rainha! Eu que o convidei para vir aqui. — disse a princesa.
— Eu sei, ouvi tudo, mas se ele tivesse bom senso, não entraria no quarto de uma garota sozinho! — disse a rainha, séria.
— Verdade! Emília, continuo te contando em outra oportunidade! — disse Kay, levantando-se.
— O exército é muito ocupado. Quando vai ser essa próxima oportunidade? — perguntou Emília, preocupada.
— Eu não sei, vamos ver como o futuro será! Foi bom te conhecer! — disse Kay.
— Igualmente, Kay. Agradeço por ter me concedido seu tempo! — respondeu Emília.
— Não precisa agradecer, agora somos amigos! — Kay sorriu.
— Amigos? — exclamou Emília, surpresa.
— Não quer? — perguntou Kay, brincando.
— Sim, somos amigos! — disse Emília, sorrindo.
— Senhora, lamento por ter entrado no quarto da sua filha sem aviso. Tomarei mais cuidado no futuro! — disse Kay, respeitoso.
— Espero que tome mesmo! — disse a rainha, de modo firme.
— Com licença! — disse Kay, saindo do quarto.
"Como assim 'tomarei cuidado no futuro'?" pensou a rainha, confusa.
— Um amigo? — murmurou Emília, sorrindo.
— Vamos conversar sobre isso! — disse a rainha, olhando para a filha.
Cena muda.
— Que canseira! — disse Kay, jogando-se na cama.
— Você saiu da base... era encrenca? — exclamou Sky, curioso.
Kratos e Slayer não queriam se intrometer, mas também estavam curiosos.
— Não... — respondeu Kay, já com sono.
— Então o que era? Parecia sério! — disse Sky, tentando entender.
— Uma recompensa real... — respondeu Kay, antes de cair no sono.
— Como assim?! — exclamou Sky, ainda mais intrigado.
Mas Kay já estava dormindo profundamente.
— Explica direito! — disse Sky, frustrado.
— Ei, olha, tem uma fita no pescoço dele! — observou Sk
Kratos, preocupado com a possibilidade de Kay se sufocar, imediatamente esticou o braço em direção a fita e a puxou mas não saiu.
— É uma medalha? — exclamou Kratos, surpreso.
— Uma medalha? — repetiram Slayer e Sky, aproximando-se.
Kratos puxou a medalha para fora da camisa de Kay, revelando-a. Tanto ele quanto Slayer ficaram boquiabertos.
— O que tem essa medalha? — perguntou Sky, curioso.
— Você não é da capital, então talvez não saiba disso. Dá uma olhada mais de perto! — disse Slayer, virando a medalha para o outro lado.
— Esses brasões! — disse Sky, admirado.
— Exato! Essa medalha é concedida apenas às pessoas reconhecidas por essas instituições! Até hoje, os únicos que receberam foram o capitão da primeira divisão, alguns cientistas mundialmente famosos e uns poucos políticos que contribuíram significativamente com o avanço das tecnologias contra os ghouls! — explicou Kratos.
— Mas... por que ele recebeu uma? — questionou Sky, ainda mais intrigado.
— Eu tenho uma ideia. Ele e a Mira estavam falando sobre ghouls com a capacidade de voar... Eles devem ter visto isso acontecer! É provável que o capitão tenha informado o Instituto de Pesquisa sobre o ocorrido — disse Kratos.
— Então era verdade. Quando você contou, achei que fosse só uma brincadeira deles! — disse Slayer, balançando a cabeça em descrença.
Kratos, com cuidado, tirou a medalha e a colocou ao lado do antigo bastão de Kay, que estava ao lado da cama dele.
— Então quer dizer que a Mira deve ter recebido uma também! — comentou Sky.
— Talvez. E, se isso for verdade, quando a notícia se espalhar, nosso esquadrão vai atrair muita atenção! — disse Kratos, ponderando.
— Atenção desnecessária... — murmurou Slayer, desconfiado.
— Ele não parecia irritado? — perguntou Sky.
— Acho que ele estava normal — respondeu Kratos.
— Deve ter sido só impressão minha! — disse Sky
— Parece que ele já comeu, então vamos jantar! — disse Kratos.
Na manhã seguinte