Capítulo 30: Treino com arma!

Fernanda entrou na sala segurando uma mala e o traje de Kay.

— Sua arma está aí dentro. Quando for levar de volta, deixa dentro da mala! — disse Fernanda, enquanto entregava o equipamento a ele.

— Tá bom! — respondeu Kay.

Ele vestiu o traje por cima da roupa e inspecionou a arma antes de recarregá-la.

— Uma SCAR... deve ser boa para você! — comentou Fernanda com um leve sorriso.

— Espero que sim! — disse Kay, encaixando o silenciador cuidadosamente.

Fernanda foi até o painel de controle e ativou o sistema de alvos. Kay se posicionou a uma distância adequada, respirando fundo para se concentrar.

Enquanto isso, duas repórteres observavam discretamente da entrada, sem serem vistas.

— Achei que iríamos embora! — sussurrou uma delas, inquieta.

— Nosso instinto de repórter está dizendo que algo vai acontecer, vamos observar eles! — cochichou a outra, enquanto ajustava a câmera para gravar o treino de Kay.

— Não pode gravar o treinamento militar, vamos levar bronca! — retrucou a primeira.

— Se não acontecer nada demais, é só apagar! — insistiu a repórter loira, determinada a captar algo interessante.

De volta ao treino, Fernanda deu as instruções:

— Como é sua primeira vez usando uma arma de fogo, vamos começar com alvos parados. Tenta acertar o mais próximo do meio que conseguir.

— Okay! — respondeu Kay, ajeitando sua postura e se concentrando.

Assim que os alvos apareceram, ele deu o primeiro tiro. A bala atingiu o alvo um pouco ao lado do centro.

— Foi um nove na primeira tentativa, muito bom! — elogiou Fernanda.

Kay analisou o impacto e comentou:

— O recuo não é tão grande. Mesmo um pouco desestabilizado, ainda dá para acertar o alvo... essa arma é perfeita!

Ele então focou, disparando rapidamente mais três vezes. Com precisão impressionante, cada tiro atingiu o centro, marcando um dez.

Fernanda sorriu, satisfeita com o progresso de Kay.

— Impressionante! — comentou Fernanda, surpresa com a habilidade de Kay. — disse Kay

— Vou atirar nos alvos parados, mas movimentando a arma ao mesmo tempo, só para ver se consigo manter a precisão.

— Interessante! Isso vai exigir muito controle e estabilidade, mas vai em frente — respondeu Fernanda, observando atentamente.

Kay se posicionou novamente, com a SCAR firme nas mãos, e começou a mover o braço de um lado para o outro. Ele ajustou o ritmo para sincronizar os disparos com o movimento, respirando fundo para se concentrar.

Quando os alvos apareceram, ele disparou no primeiro enquanto movia a arma. O tiro acertou próximo do centro, e ele rapidamente ajustou para o próximo alvo, repetindo o disparo sem parar o movimento. Cada bala parecia alcançar uma precisão impressionante, apesar do desafio extra.

— Nada mal, Kay! Você está acertando bem no alvo mesmo com a arma em movimento! — exclamou Fernanda, impressionada.

— Mas acho que ainda tenho que praticar mais para não errar esses milímetros. — respondeu Kay

— Com essa habilidade, você vai longe. Se continuar treinando, logo estará ainda melhor que alguns veteranos — disse Fernanda, satisfeita.

— Esses milímetros podem ser fatais... me dê um minuto! — disse Kay, fechando os olhos para relembrar os movimentos que acabara de realizar.

Ele visualizou cada detalhe, cada ajuste que poderia melhorar sua precisão. Após alguns instantes, abriu os olhos com uma nova determinação.

— Agora entendi o que faltou. Estou pronto! — afirmou Kay, com confiança.

— Certo! Já que não acertou o centro, vamos continuar com esses, mas vou mover um pouco os alvos para mudar suas localizações — disse ela, ajustando o painel de controle.

— Perfeito! — respondeu Kay, voltando a se posicionar com a SCAR.

Ele ajustou novamente sua postura, segurando a arma mais firmemente. O próximo tiro atingiu um pouco mais perto do centro, mas ainda não era suficiente.

— Isso está frustrante! — Kay murmurou para si mesmo.

Concentrando-se, Kay respirou profundamente e se preparou para o próximo disparo. Ele mirou, fechou um olho e, em um movimento rápido, atirou. O tiro atingiu o alvo bem no centro.

— Acertou! — exclamou Fernanda, sorrindo

Kay disparou mais algumas vezes, cada uma das balas acertando o meio. Ele sentia que estava em sintonia com a arma, cada disparo mais seguro que o anterior.

— Isso é incrível! — disse fernanda, olhando para os alvos

— Agora que consegui pegar o jeito, quero experimentar com alvos em movimento!

— Ótima ideia! — concordou Fernanda, ajustando o painel novamente.

Kay trocou o cartucho da arma.

— Vamos lá! — disse Fernanda, ativando o modo de alvos em movimento. — Prepare-se, eles vão começar a se mover agora.

— Sabe, Fernanda, é a mesma coisa da vez anterior, mas agora os alvos se movem, e não eu! — disse Kay.

Ele analisou rapidamente o movimento dos alvos, preparando-se para o próximo disparo. Os alvos se moviam de forma imprevisível, mas isso apenas aumentava seu desafio.

Kay respirou fundo, ajustando seu foco. Quando um alvo passou, ele esperou o momento certo e, ao avistar a oportunidade, disparou novamente. A bala acertou o centro.

Ele continuou a disparar, cada vez mais satisfeito com seu desempenho. Os alvos em movimento tornaram-se menos intimidantes à medida que ele se acostumava com o ritmo. Fernanda o observava com um sorriso de orgulho, percebendo o progresso que ele estava fazendo em tão pouco tempo.

— Você realmente tem talento, Kay. Se continuar assim, em breve será um dos melhores atiradores — elogiou ela.

— Tudo bem, os alvos em movimento já foram. Agora vou me mover também enquanto eles se movem! — disse Kay.

— Você realmente quer fazer isso? Isso já é nível de um atirador de elite, muito experiente! — exclamou Fernanda.

— Se eu falhar, vai servir como material de pesquisa — respondeu Kay, determinado.

— É verdade, mas isso também pode ser perigoso! — advertiu Fernanda, levantando uma sobrancelha, cética em relação à ideia. — Você tem certeza de que quer tentar isso?

Kay sorriu, cheio de determinação. Fernanda ponderou por um momento e, finalmente, acenou com a cabeça.

— Tudo bem, mas vamos fazer isso de forma controlada. A segurança é a prioridade aqui. Se você se sentir desconfortável, pare imediatamente.

Kay assentiu, pronto para a nova fase do treinamento.

— Pode ativar os alvos, então! Vou me mover!

Ela ajustou o painel novamente, e os alvos começaram a se mover em diferentes direções, enquanto Kay também se preparava para se deslocar.

Kay começou a se mover, mantendo a SCAR em posição, sua mente focada. Ele disparou enquanto se deslocava, tentando manter a precisão mesmo em movimento.

O primeiro disparo errou o alvo, mas isso não desanimou Kay. Ele respirou fundo, ajustou a mira e atirou novamente, acertando um alvo que passava.

— Bom trabalho! — elogiou Fernanda, sua voz cheia de entusiasmo. — Continue assim!

Com cada disparo, Kay sentia a adrenalina aumentar. Ele sabia que não estava apenas testando suas habilidades; estava desafiando seus próprios limites. Disparou novamente, desta vez acertando outro alvo enquanto se movia de forma fluida.

— Estou começando a entender como isso funciona! — disse Kay, a animação evidente em sua voz.

— Lembre-se de manter a estabilidade! — lembrou Fernanda. — O movimento não deve afetar sua mira.

Kay ajustou sua abordagem, incorporando o feedback de Fernanda. Ele se concentrou, tentando não apenas disparar, mas também controlar sua movimentação enquanto mirava nos alvos em movimento. A cada disparo bem-sucedido, sua confiança aumentava.

— Acabei! — anunciou Kay, satisfeito.

Fernanda parou os alvos e observou.

— Não sei quantos tiros passaram longe, mas você acertou poucos fora do centro. Isso significa que você acertou o meio mais do que errou! — disse Fernanda, com um sorriso encorajador.

— Entendi, então, mesmo à distância, ainda posso acertar ghouls com ambos os lados se movendo! Parece útil! — disse Kay, devolvendo a arma para Fernanda.

— Achei que você iria continuar até ter 100% de assertividade! — comentou Fernanda, surpresa.

— Não diria cem por cento, mas, de toda forma, eu vou avaliar aqui! — disse Kay, apontando para sua cabeça.

— Então tá! — respondeu Fernanda, retirando o cartucho, o silenciador da arma e ativando a trava de segurança. Ela guardou a arma e os itens na maleta.

— Vamos embora! Já temos um material para publicar! — sussurrou a repórter loira, enquanto se retirava.

— Certo! — afirmou a outra repórter, seguindo o mesmo caminho.

— Quantos cartuchos você consegue para essa arma? — exclamou Kay, curioso.

— Temos aqui no estoque. Você pode usar nas missões! — respondeu Fernanda.

Kay agradeceu e se retirou. A cena muda um pouco mais ao anoitecer.

"Não consigo parar de pensar naquilo. Eu juro que tentei, mas não consigo ficar feliz por você, Mira!" — pensou Kay, sentado na janela do quarto, observando a lua.

Na manhã seguinte.