Com isso, eles entraram nos helicópteros e veículos e retornaram para casa.
— Bem-vindos de volta! — disse Fernanda, aguardando com os outros cientistas.
— Que cheiro é esse? Vocês estavam bebendo? — exclamou Takemichi, sentindo um leve odor de bebida no ar.
— Bebida? Claro que não, capitão! Onde iríamos achar isso aqui na base? — respondeu Fernanda, segurando o riso.
— De toda forma, temos trabalho amanhã. Descansem, agora estão dispensados! — disse Takemichi, já se virando para se afastar.
— E o Kay? — exclamou Mira, preocupada.
— Dormiu assim que vocês saíram. Não acordou até agora! — informou Fernanda, com um tom divertido.
— Ele tem a ousadia de dormir enquanto estamos trabalhando? Isso é uma recompensa ou uma punição? — disse Takemichi, irritado.
Os soldados voltaram para seus quartos e se prepararam para jantar. No refeitório, a atmosfera estava leve e descontraída.
— Comer depois de trabalhar é um alívio! — disse Ravena, com um sorriso.
— Então até você acha isso? Eu não esperava! — comentou Kratos, surpreso.
— Fica na sua! — respondeu Ravena, com um olhar cortante.
— Mas é muito bom comer depois de um dia puxado desses! — interveio Thais, tentando apaziguar.
— Está preocupada com o Kay? Por que não pede ao capitão para te deixar falar com ele? — sugeriu Sarah, com um brilho nos olhos.
— Meu pai me proibiu de me aproximar de lá. Ele não vai mudar de ideia! — respondeu Mira, desanimada.
— Olha ali! O Yan está levando comida para ele! O Kay vai ficar bem, nós é que vamos ficar sobrecarregados! — disse Thais, tentando confortá-la.
Nesse momento, Mira recebeu uma ligação.
— Eu acabei de comer, vou voltar para meu quarto! — disse Mira, se retirando rapidamente.
— Ela também está agindo estranha! — comentou Viviane, observando a amiga se afastar.
— O que será que está acontecendo? — exclamou Sky, intrigada.
No quarto de Mira.
— Alô! — respondeu ela ao atender.
— Bom trabalho recuperando Mineford! — disse o príncipe na chamada.
— Obrigada! — respondeu Mira, com um sorriso, não posso dizer que foi o Kay!
— Você está bem? — perguntou o príncipe, preocupado.
— Sim! Hoje foi um dia puxado, mas ninguém se feriu! — disse Mira, aliviada.
A cena muda para a manhã seguinte.
— Ela ainda está dormindo! — disse Thais, observando a cama de Mira.
— Ela ficou muito tempo naquela chamada! — comentou Sarah, com curiosidade.
— Com quem será que ela estava conversando? — exclamou Viviane, tentando adivinhar.
— Eu não sei, mas ela parecia feliz. Deve ter sido a mãe dela! — disse Thais, acreditando na sua hipótese.
— Vamos acordá-la? — sugeriu Viviane, animada.
— Depois do café, precisamos ir para Mineford. É melhor ela estar alimentada caso tenha ghouls lá! — disse Sarah, decidida.
— Tem razão! — concordou Thais.
Minutos depois, no refeitório...
Por que estão me encarando? pensou Mira, assustada, enquanto notava os olhares dos amigos.
— Estão desanimados porque hoje você não fez o café! — disse Lena, com um sorriso meio triste. — E, aliás, eu também estou!
— Eu acordei tarde hoje! Me desculpem, era meu trabalho! — respondeu Mira, tentando justificar sua ausência.
— Não precisa disso. As cozinheiras fizeram, o gosto é o mesmo, mas falta aquela diferença na textura que você faz às vezes! — continuou Lena, com um toque de nostalgia na voz.
Mirei achava que era só o Kay que notava isso; eles também gostam do meu café! pensou Mira, sentindo-se feliz com o reconhecimento.
— De toda forma, é melhor comerem logo. Já vamos partir! — avisou Lena, olhando para o relógio.
— Eu tenho que fazer o do Kay! — insistiu Mira, preocupada.
— Não vai dar tempo. Um dos soldados está levando o café dele, já estão esperando no pátio. Terminemos logo e venham! — disse Lena, apressando as amigas.
— Certo! — concordaram elas.
Após o café, o restante dos soldados se reuniu no pátio. Todos já estavam equipados e prontos para a missão.
— Os mesmos que foram ontem nos helicópteros, me sigam. Os outros vão nos caminhões! Estamos de partida! — ordenou Takemichi, sua voz firme e clara.
— Certo! — afirmaram os soldados, batendo continência com determinação.
Assim que entraram nos veículos, eles partiram. Ao chegarem em Mineford, os helicópteros começaram a sobrevoar a área, observando se havia movimento.
— Parece que está vazia. Vamos descer! — anunciou Takemichi, olhando atentamente para o reino.
Os helicópteros, mantendo distância, pousaram no território. Os soldados rapidamente saíram, mas outros permaneceram a bordo. Os que ficaram pegaram voo em direção às armas antiaéreas posicionadas nas muralhas. Eles desceram as escadas, e o soldado que ficaria na arma desceu por ela até chegar ao topo da muralha. Assim que ele se posicionou, o helicóptero levou outro soldado para outra arma, seguindo o mesmo procedimento até que todas as armas estivessem operacionais.
Takemichi então ordenou que os soldados começassem a andar pela cidade para verificar se viam algum movimento suspeito.
— Formem duplas e fiquem atentos a qualquer sinal. Não queremos surpresas! — instruiu ele, enquanto caminhava ao lado de Mira e seus amigos.
Enquanto percorriam as ruas vazias, Mira não pôde deixar de sentir uma tensão no ar. A cidade, outrora agitada pela opeção, agora estava envolta em um silêncio inquietante.
— Espero que não encontremos nada de ruim aqui — comentou Thais, com a voz baixa.
— Se houver ghouls por perto, estaremos prontos para enfrentá-los — respondeu Takemichi, sua expressão séria.
A equipe continuou sua patrulha, os olhares atentos a qualquer movimento.
Após alguns minutos se movendo pelo reino, os soldados relataram não haver nenhum movimento naquela região.
— Vamos avançar para outra região. Aguardem a carona — disse Takemichi, fazendo sinal para que todos se preparassem.
A cena muda para o quartel do exército, onde a atmosfera era bem diferente.
— Minha cabeça dói! — exclamou Fernanda, bebendo agua
— Depois de tanto tempo sem beber, acho que ficamos mais fracas para bebida! — comentou uma das cientistas, com um tom de voz sonolento
— O Kay acordou! — disse um dos cientistas, olhando para a tela que mostrava a solitaria.
— Deve ter sentido o cheiro do café! — disse Fernanda, se aproximando da tela
Kay saiu da visão da câmera, deixando todos em suspense.
— Ele foi no vaso? Achei que iria direto no café! — exclamou Fernanda
Logo, Kay reapareceu na câmera, mas, para a decepção de todos, ele voltou para o tapete, voltando a dormir.
— Ele voltou a dormir! Não vai tomar café, e também não jantou ontem! — lamentou Fernanda, a dor de cabeça se tornando mais evidente com cada palavra.
Os cientistas trocaram olhares preocupados.
— Ele precisa se alimentar! Se continuar assim, vai ficar fraco, especialmente agora que as coisas estão tão tensas lá fora — disse um dos cientistas, com um tom de preocupação.
Enquanto isso, em Mineford, os soldados aguardavam em silêncio, a expectativa pairando no ar.
— Espero que o próximo setor esteja tão tranquilo quanto este — comentou um dos soldados, tentando quebrar a tensão.
— Só o tempo dirá — respondeu Takemichi, observando atentamente a movimentação dos helicópteros ao redor. — Mantenham-se vigilantes. Essa calma pode ser enganosa.
Após andarem por toda Mineford, a tensão começava a se dissipar.
— E não tem nada! — disse Takemichi, observando a cidade deserta.
— Isso é bom! — respondeu Mira, aliviada com a tranquilidade que reinava.
— Sim! Vamos retornar e esperar os outros. Vou informar o reino! — Takemichi disse, pegando o celular.
Ele mandou uma mensagem para o chefe da guarda, um ato que poderia mudar o rumo do dia.
— O Takemichi mandou mensagem, vamos ver o que ele disse! — comentou o chefe da guarda, olhando a tela do dispositivo.
— Um joinha? — exclamou o chefe da guarda, confuso.
— Deve ser que está liberado para nós irmos! — sugeriu um dos guardas, esperançoso.
— Também pode ser que encontraram ghouls — disse outro soldado, com uma expressão preocupada.
— O que significa isso? Podemos ir? — o chefe da guarda questionou na mensagem, sua impaciência crescendo.
Takemichi logo respondeu com outro joinha.
— Então vamos! — decidiu o chefe da guarda, já se levantando.
— Eu te falei que era para ir! — brincou um dos guardas.
— Ele só mandou um joinha, como iria adivinhar? — reclamou o outro guarda, com um tom de sarcasmo.
— Vamos indo! Não percam tempo discutindo! — gritou o chefe da guarda, entrando rapidamente no helicóptero.
— Vocês ouviram o chefe, vamos! — incentivou o guarda, apressando-se a seguir o líder.
Mais três helicópteros chegaram a Mineford, descendo com um rugido poderoso dos motores.
— Agora não tem muito risco de sermos pegos de surpresa. Trouxe mais eletricistas e mecânicos do que soldados! Vamos consertar as luzes da cidade! — anunciou o chefe da guarda, olhando para a equipe que se preparava para a tarefa.
— Eu conto com vocês! — disse Takemichi
Os homens começaram a se dispersar, enquanto os engenheiros e mecânicos se reuniam para planejar o conserto do sistema elétrico, um passo vital para garantir a segurança da cidade e de seus habitantes.
— Enquanto isso, devemos ficar em alerta — acrescentou Takemichi, seu olhar fixo nos arredores.
Com o plano em andamento e a determinação no ar, a equipe de Takemichi se preparou para um dia cheio de trabalho e vigilância.
A cena muda para o castelo.
— Está muito agitado aqui! — disse Emilia, voltando do treinamento no jardim e notando a movimentação incomum.
— Princesa? Bom dia! — cumprimentou uma empregada, fazendo uma leve reverência.
— Bom dia! O que está acontecendo? Desde ontem, tudo parece muito agitado! — Emilia questionou, curiosa.
— Não te contaram? A sexta divisão recuperou Mineford! — respondeu a empregada, animada.
— Recuperaram? — exclamou Emilia, surpresa, e saiu correndo em direção ao salão onde seu pai estava em reunião.
Ao chegar, interrompeu a conversa dos líderes presentes.
— Por que está correndo? — perguntou o rei, surpreso.
— Pai, é verdade que Mineford foi recuperada? — Emilia perguntou, tentando conter sua excitação.
— É verdade. Aqui está muito agitado por isso, e não consegui te contar antes. Achei que seu irmão te contaria — respondeu o rei, com um leve sorriso.
— Eu acabei esquecendo! — disse o príncipe, envergonhado.
— Quando foi? — perguntou Emilia, ainda surpresa.
— Ontem pela manhã — disse o rei.
— Ontem? O capitão não iria tirar folga? — questionou Emilia, surpresa.
— Que bom que ele não tirou! — comentou um dos líderes.
— Eu dei a ele três dias de folga, mas ele decidiu não usá-los. De qualquer forma, estamos trabalhando para decidir como vamos prosseguir! — explicou o rei.
— Ah, sim. Me perdoe a interrupção! — disse Emilia, fazendo uma reverência e se retirando.
— Onde estávamos? — retomou o rei, voltando à reunião.
No corredor, Emilia sorriu para si mesma, refletindo.
— Eles conseguiram. Vou perguntar isso para o Kay! — pensou ela, animada.
A cena muda para o quartel.
— Tem um celular tocando! — comentou Fernanda, ainda se recuperando da ressaca.
— Está vindo da sua mesa! — avisou um dos cientistas.
— Meu celular está comigo! — disse Fernanda, andando até a mesa.
Ela encontrou o celular de Kay ali.
— Ah, é verdade! O capitão tinha tomado o celular do Kay, e eu peguei para remover a escuta — lembrou-se Fernanda.
— Não vai atender? — perguntou uma das cientistas, curiosa.
— É um número desconhecido. Deve ser golpe! — respondeu Fernanda.
O celular parou de tocar, mas logo começou a tocar novamente.
— Atende para ver quem é! — insistiu a cientista.
Fernanda suspirou e atendeu.