Capítulo 24: O Sinal das Estrelas

A sala de controle da Torre Kurosawa parecia mais um campo de batalha do que um centro de comando. Monitores exibiam o estranho sinal âmbar em loop, enquanto Leon, Isabella e Clarisse analisavam os dados em silêncio tenso.

Leon pressionou os dedos contra a mesa de metal, sentindo os dois sistemas dentro dele reagirem à transmissão. Sua visão fractais decifrava padrões onde os computadores apenas viam ruído.

— *Não é linguagem...* — murmurou, os olhos perdendo foco. — *São memórias.*

De repente, sua consciência expandiu-se violentamente.

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**Visão do Sinal**

Ele flutuava no vácuo, observando um planeta azul e verde — *a Terra, mas não como a conhecemos*. Continentes em posições erradas. Duas luas no céu.

Então vieram as naves.

Cascas negras e âmbar desceram como meteoros, espalhando fragmentos antes de se desintegrarem na atmosfera. Leon sentiu o propósito por trás da queda: *Não era uma invasão. Era um experimento.*

O último fragmento de consciência mostrou algo que o fez gritar — *uma estrutura colossal orbitando Júpiter, pulsando com a mesma luz âmbar.*

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— *Leon!* Isabella o sacudiu de volta à realidade.

Ele estava de joelhos, sangrando pelo nariz, as veias pulsando em padrões luminosos. Clarisse observava atentamente um dos monitores, onde parte da transmissão agora se organizava em uma sequência clara.

— *Isso é... uma data.* — Ela ampliou a imagem. — *16 de agosto. Dois dias a partir de agora.*

Leon limpou o sangue do rosto com as costas da mão.

— *É um encontro. Eles vão testar se o experimento deu certo.*

O ar na sala ficou pesado. Isabella apertou o canivete no bolso, as runas âmbar queimando suavemente contra seu dedo.

— *E se não gostarem do que encontraram?*

A resposta veio de uma tela atrás deles, onde o sinal se reorganizou em uma única imagem clara: *a Terra envolta em uma rede de filamentos âmbar, como um inseto preso em teia de aranha.*

Clarisse engoliu seco.

— *Acho que sabemos onde estão as outras seis cápsulas.*

Leon levantou-se devagar, seu corpo ainda tremendo com a visão.

— *Precisamos chegar a Júpiter.*