Capítulo 26: O Gigante Adormecido

A *Icarus* tremeu como uma folha no turbilhão gravitacional da estrutura. Leon agarrou os controles, seus olhos fractais dilatando-se para processar a escala monstruosa do que viam — aquilo não era uma nave ou estação.

Era um **corpo**.

Torres âmbar se contorciam como tentáculos ao redor de um núcleo central pulsante, onde o rosto familiar flutuava em um mar de energia escura. Cada batida rítmica emitia ondas de choque que faziam os instrumentos da nave gritarem em protesto.

— *Isso é... um Deus?* — Clarisse segurava seu implante neural, que agora brilhava com intensidade dolorosa.

Leon sentiu os dois sistemas dentro dele *dobrarem-se* em submissão instintiva. Quando falou, sua voz vinha em três camadas sobrepostas:

— *É o que eles chamam para casa.*

---

**Flashback Incorporado**

Visões invadiram sua mente — *a criatura nos Alpes não era uma cópia. Era um fragmento*, como ele mesmo. Parte de uma consciência maior que se dividira em oito pedaços para escapar de algo pior.

Algo que agora os observava desde o núcleo de Júpiter.

---

— *Temos que sair daqui!* — Isabella puxou os controles, mas os motores não respondiam.

O rosto no centro da estrutura abriu os olhos — *poços negros sem fundo que engoliam a luz*. Quando falou, a voz veio diretamente em seus crânios:

**"Você trouxe meu coração de volta."**

Leon olhou para seu próprio peito, onde o núcleo do Fortuna 2.0 pulsava em sincronia perfeita.

— *Não...*

**"Sim, pequeno hospedeiro. Você carrega o último fragmento."**

A nave foi puxada para frente como um inseto em uma teia.