A *Icarus* tremeu como uma folha no turbilhão gravitacional da estrutura. Leon agarrou os controles, seus olhos fractais dilatando-se para processar a escala monstruosa do que viam — aquilo não era uma nave ou estação.
Era um **corpo**.
Torres âmbar se contorciam como tentáculos ao redor de um núcleo central pulsante, onde o rosto familiar flutuava em um mar de energia escura. Cada batida rítmica emitia ondas de choque que faziam os instrumentos da nave gritarem em protesto.
— *Isso é... um Deus?* — Clarisse segurava seu implante neural, que agora brilhava com intensidade dolorosa.
Leon sentiu os dois sistemas dentro dele *dobrarem-se* em submissão instintiva. Quando falou, sua voz vinha em três camadas sobrepostas:
— *É o que eles chamam para casa.*
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**Flashback Incorporado**
Visões invadiram sua mente — *a criatura nos Alpes não era uma cópia. Era um fragmento*, como ele mesmo. Parte de uma consciência maior que se dividira em oito pedaços para escapar de algo pior.
Algo que agora os observava desde o núcleo de Júpiter.
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— *Temos que sair daqui!* — Isabella puxou os controles, mas os motores não respondiam.
O rosto no centro da estrutura abriu os olhos — *poços negros sem fundo que engoliam a luz*. Quando falou, a voz veio diretamente em seus crânios:
**"Você trouxe meu coração de volta."**
Leon olhou para seu próprio peito, onde o núcleo do Fortuna 2.0 pulsava em sincronia perfeita.
— *Não...*
**"Sim, pequeno hospedeiro. Você carrega o último fragmento."**
A nave foi puxada para frente como um inseto em uma teia.