Destino.
Imutável. Absoluto.
Não se foge dele com desejo, com força ou esperança.
E esse homem sabia. Sempre soube.
Mesmo agora, ajoelhado em um vazio sem forma, cercado apenas pela pressão de algo indescritível, ele ainda lutava. Correntes apertavam seus pulsos e tornozelos, mas seus olhos permaneciam fixos à frente.
Cinco figuras observavam-no em silêncio. Suas silhuetas tremeluzentes se perdiam na brancura opaca do espaço, como vultos sonhando estar acordados.
Uma delas deu um passo à frente.
"Isso acaba aqui."
Sua voz era vazia. Sem raiva. Apenas certeza.
"Você foi um estorvo por tempo demais. Mas não mais. Adeus."
Nove portões se abriram. Portões que não eram feitos de madeira ou ferro, mas de carne, dente e ossos, envoltos em energia profana. Um a um, escancararam-se com urros abissais, e o homem foi tragado por eles.
Ele não gritou.
E então, não havia mais homem algum.
Aprisionado.
Para sempre.
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Indra despertou com o coração martelando contra o peito.
O quarto pequeno e abafado parecia menor do que nunca. Ele arfava, suando em bicas, e apertava a cabeça como se algo estivesse tentando escapar pela sua testa. Uma dor aguda pulsava entre as sobrancelhas.
Indra sentou-se na cama, encostando-se à cabeceira de madeira. Sentia que havia sonhado algo importante, terrível, mas tudo escapava como areia entre os dedos. Um véu de esquecimento pesava sobre sua memória.
Indra olhou ao redor. Sua estante com mangás, manhwas, algumas light novels e livros de filosofia e história parecia indiferente à sua aflição.
Então, como um soco no estômago:
"Merda!"
Hoje era o dia do acampamento.
Indra pulou da cama e conferiu o celular: 16h03. Tinham combinado de se encontrar às 17h. E ele morava longe. Muito longe.
"Por que eu fui nascer no cu do mundo..."
Indra correu para o chuveiro, jogou-se debaixo da água gelada e depois começou a arrumar a mochila com pressa: barraca, saco de dormir, lanterna, kit de primeiros socorros, canivete, filtro de água...
Ao fechar a mochila, olhou de relance para a última gaveta da escrivaninha.
Ficou parado por um momento.
Aproximou-se. Agachou-se. Abriu-a.
Ali estava o revólver calibre .38 cromado. Herdado em silêncio de um incidente que ninguém mais mencionava. Ao lado, uma caixinha com algumas balas comuns e uma de prata, supostamente abençoada.
Indra não acreditava nessas coisas. Mas acreditava em estar preparado.
Ele escondeu a arma e a munição no fundo da mochila. Não queria problemas com a polícia, mas muito menos queria morrer de forma idiota.
Ele jogou tudo no porta-malas do Fiat Fastback 2024 cinza-chumbo. Ligou o motor, soltou um suspiro e partiu.
"Vai ser uma longa noite."
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O carro estacionou ao lado de outros três num posto de gasolina. Assim que desligou o motor, viu Dean, Ben e Ottis parados ali, esperando. Dean o olhava com irritação. Ben sorria com resignação. Ottis, com impaciência.
"Por que você sempre atrasa, mano?"
Dean, cabelos longos e cara de poucos amigos, cruzou os braços.
"Eu moro no cu do mundo, lembra?"
Indra deu uma risada curta.
Ben, o mais alto, com barba rala e jeitão de caminhoneiro, bateu em seu ombro.
"Relaxa, todo mundo sabe. A gente só reclama por esporte mesmo."
Ottis, loiro, baixo, com ar de hipster ansioso, não perdeu tempo:
"Vamos logo. Se escurecer muito, fica perigoso pegar a trilha do monte."
Indra assentiu. Estava animado, apesar do pressentimento incômodo que não parava de zunir no fundo de sua mente. Conversaram um pouco, deram risadas, e pegaram a estrada rumo à floresta.
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Já era noite. A estrada estava cercada por mata densa. Faróis iluminavam um caminho estreito, e o breu parecia engolir tudo ao redor.
Ottis guiava, seguido por Ben, depois Indra, e por fim Dean.
Tudo estava calmo.
...Calmo demais.
Indra franziu o cenho. Um arrepio percorreu sua espinha. Algo o fez virar a cabeça para a mata à direita.
Lá, entre as árvores, algo pálido flutuava.
Parecia uma sacola plástica, mas se movia com um tipo de intenção. Rodopiava, tremia, pairava.
Então começou a se transformar.
Letra por letra, ela tomou forma:
P.
E.
R.
I.
G.
O.
Indra piscou.
Nada ali.
O que eu usei...
Indra encostou-se no volante, tentando afastar o incômodo.
Esquece, é só nervosismo. Só isso...
Ele não sabia, mas algo já havia atravessado.
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O grupo chegou ao topo do monte sob um céu carregado de nuvens. Mesmo com os faróis iluminando o acampamento improvisado, a escuridão ao redor parecia viva, engolindo tudo além do feixe de luz. O ar estava parado e úmido; cada respiração era mais pesada que a anterior.
"Certo, vamos armar as barracas logo."
Disse Ottis, tomando a frente com um entusiasmo que soava deslocado naquele ambiente opressivo.
Indra, ainda tentando afastar a estranha visão que tivera na estrada, começou a ajudar Ben a descarregar a bagagem. Dean, em silêncio, observava as sombras entre as árvores como se algo pudesse saltar de lá a qualquer momento.
O som dos zíperes, das estacas sendo fincadas no solo e de risadas forçadas ecoava pela clareira. Mas logo, até as piadas se calaram: o lugar estava anormalmente quieto. Não havia canto de grilos, nem farfalhar de folhas — apenas um silêncio incômodo.
Quando as barracas estavam prontas, faltava apenas acender a fogueira. Indra então se aproximou de Dean e disse:
"Ei, já que você está tão atento à floresta, que tal me ajudar a buscar lenha?"
Dean desviou o olhar das sombras, respondendo num tom neutro:
"Ok."
Os dois seguiram juntos pela borda da floresta, sempre à vista das lanternas. Enquanto pegava alguns galhos secos, Indra notou Dean tenso e calado.
"Aconteceu alguma coisa?"
perguntou, quebrando o silêncio.
Dean pareceu despertar dos próprios pensamentos.
"Não, só... esse lugar está estranho. Está silencioso demais pra uma floresta. Normalmente, até um rato faria barulho andando por aqui. Mas está tudo quieto. Silencioso de um jeito que incomoda."
"Concordo. Além do breu, esse silêncio é assustador" — Indra disse, checando os galhos em seus braços. "Aliás, viu aquela construção mais no topo da colina? Parecia um casarão abandonado."
Dean pareceu recordar algo de repente:
"Sim. Ottis comentou sobre aquilo quando estávamos no posto. Disse que era um antigo sanatório que pegou fogo e foi abandonado. Você saberia disso se não tivesse se atrasado."
Indra sorriu sem graça, desviando o olhar.
"Foi mal, cara. Você sabe que não faço de propósito. Não precisa ficar mal-humorado."
Dean soltou uma risada curta.
"Eu, mal-humorado? Esse é o eufemismo do século."
Os dois riram juntos e seguiram de volta para o acampamento. Indra não via a hora de perguntar a Ottis mais detalhes sobre o sanatório; quem sabe até pudessem explorá-lo.
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Enquanto Indra e Dean buscavam lenha, Ben e Ottis ficaram sentados perto da fogueira ainda apagada.
"Então, eu vi o sanatório no caminho. Sinistro demais, hein? Será que rola de a gente dar uma olhada lá?"
Perguntou Ben.
Ottis hesitou antes de responder:
"Não sei, pode ser interessante... mas também perigoso. Vai saber o que tem lá dentro. Só sei que, se vocês forem, eu não vou ficar sozinho aqui."
Ben riu alto.
"Tu é medroso que só, hein, muleque? Quando Indra e Dean voltarem, vou ver com eles se topam subir até lá."
"Você que sabe."
Respondeu Ottis, desviando o olhar.
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Indra e Dean chegaram ao acampamento com a lenha, a tempo de ouvir Ben caçoando Ottis. Eles organizaram os galhos, acenderam a fogueira e se sentaram em volta dela, deixando que o calor espantasse um pouco do frio opressivo do lugar.
Ben quebrou o silêncio:
"Aí, eu e o senhor coragem aqui estávamos combinando de subir até o sanatório. Vocês estão dentro?"
Indra e Dean se entreolharam antes de voltar os olhos para Ben.
"Na verdade, falamos sobre isso enquanto pegávamos lenha. Íamos perguntar a mesma coisa pra vocês."
Disse Indra, animado.
Dean completou, com firmeza:
"Então está decidido. Depois do jantar, vamos explorar o sanatório."
Os quatro trocaram olhares e assentiram em silêncio. A noite prometia ser muito mais longa do que haviam imaginado.
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A fogueira crepitava sob o céu negro, lançando sombras vacilantes sobre os rostos dos quatro amigos. O jantar tinha sido simples — alguns enlatados e sanduíches —, mas ninguém parecia ter muito apetite. A excitação inicial agora dava lugar a um silêncio inquieto. Era chegada a hora.
"Beleza." disse Dean, levantando-se e ajeitando a lanterna presa ao peito. "Vamos nessa."
Ben colocou a mochila nas costas, onde guardava uma faca de sobrevivência e uma lanterna reserva. Ottis hesitava, mas se levantou em seguida, ajustando os óculos no rosto. Indra foi o último, com o revólver bem escondido na mochila e os olhos fixos na floresta à frente.
Eles seguiram pela trilha que subia a colina, envoltos por uma escuridão quase líquida. As árvores altas e retorcidas formavam uma espécie de túnel natural, com os galhos se entrelaçando acima deles, bloqueando até mesmo o tênue brilho da lua por entre as nuvens.
Conforme avançavam, o ar parecia mais denso. As lanternas iluminavam apenas poucos metros à frente, revelando troncos cobertos de musgo e raízes serpenteando pelo solo. O silêncio era opressivo, como se o próprio tempo tivesse parado ali.
"Alguém mais sentiu isso?"
Murmurou Ottis, de súbito.
"Sentiu o quê?"
Respondeu Ben, olhando por cima do ombro.
"Como se... tivesse alguém olhando. E um cheiro estranho... tipo ferro ou sangue."
O grupo parou por um instante. O ar realmente estava diferente — levemente metálico, e a temperatura parecia ter caído subitamente.
"Relaxa, cara. Isso é só nervosismo."
Disse Dean, tentando soar despreocupado, mas com os olhos varrendo a escuridão à frente.
Indra não respondeu. Seu olhar estava fixo entre as árvores à sua direita. Por um instante, jurou ter visto um vulto — alto, magro, imóvel. Quando apontou a lanterna naquela direção, não havia nada.
Continuaram andando, mais silenciosos agora. O barulho dos próprios passos nas folhas secas parecia alto demais. Em certo momento, um estalo violento ecoou na mata, e todos congelaram.
"Que porra foi isso?"
Sussurrou Ben, erguendo a lanterna.
Do mato à esquerda, algo saltou.
Ottis gritou e quase caiu de costas.
Era um veado — magro, sujo e com os olhos arregalados de pavor. Ele passou correndo entre as árvores e desapareceu na escuridão.
"Porra, quase infartei."
Disse Dean, tentando rir, mas com a mão trêmula no peito.
"Eu acho melhor nos apressarmos, não sei do que esse veado está fugindo. Mas não quero ficar aqui pra descobrir."
Todos olharam apreensivos para Indra e continuaram caminhando.
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Mais adiante, começaram a surgir fragmentos de pedras cobertas de musgo, como destroços antigos. A vegetação diminuía à medida que se aproximavam do topo da colina. E então, finalmente, o viram.
O sanatório.
Uma estrutura de três andares, escurecida pelo tempo, coberta por trepadeiras e musgo. As janelas estavam quebradas ou lacradas com tábuas velhas. A pintura das paredes se descascava em longas tiras, revelando o concreto rachado por baixo. Uma pequena torre se erguia no centro, como o olho de um predador cego vigiando o mundo abaixo.
"Jesus..." sussurrou Ottis. "É ainda mais assustador do que eu imaginava."
"Isso aqui parece cenário de filme de terror mesmo."
Disse Ben, tentando manter o tom leve.
"Vamos entrar?"
Perguntou Indra, seus dedos inconscientemente roçando o fecho de sua mochila, onde o revólver repousava.
Dean forçou a porta da frente, que rangeu com um som agudo, quase como um grito distante. O interior era ainda mais sombrio. O cheiro de madeira podre, mofo e algo indefinido — talvez ferrugem, talvez sangue antigo — invadiu seus narizes.
O saguão era amplo, com um balcão caído no canto e cadeiras enferrujadas espalhadas como se uma evacuação tivesse ocorrido às pressas. Papéis molhados e queimados cobriam partes do chão. Havia pichações nas paredes, mas também símbolos estranhos, riscados de forma rudimentar, como feitos por alguém desesperado.
"Isso aqui definitivamente já foi invadido antes... mas esses símbolos..."
Disse Ottis, apontando uma espiral com linhas cruzadas no centro.
"Vocês estão ouvindo isso?"
Perguntou Dean, olhando para cima.
Um som fraco — como passos arrastados — parecia vir do andar de cima. Por um segundo, ninguém se mexeu.
Ben quebrou o silêncio:
"Pode ser um animal, ou um morcego... sei lá."
"Ou pode ser o que fez o veado fugir."
Disse Indra, agora com os olhos fixos na escada.
Ottis ficou claramente assustado. Enquanto Indra ria internamente do seu amigo assutado. Ben e Dean também perceberam isso e por alguns momentos o clima ficou mais leve.
Indra então disse:
"Vamos subir as escadas e ver o que tem lá encima."
Os outros concordaram e eles se dirigiram para a escada.
Subiram lentamente, degrau por degrau. A madeira rangia sob seus pés, mas os ruídos que tinham ouvido cessaram. No andar de cima, um corredor escuro se estendia diante deles. Portas abertas revelavam quartos abandonados, alguns ainda com camas de metal, colchões rasgados e lençóis manchados.
Ottis se aproximou de uma parede e passou a lanterna, revelando palavras escritas em carvão:
> “ELE ACORDA NA ESCURIDÃO.”
“A PORTA ESTÁ FECHADA. MANTENHA FECHADA.”
"Ok... isso é oficialmente perturbador." murmurou.
Indra sentiu um arrepio na nuca. Por um instante, ouviu sussurros — fracos, indecifráveis, mas próximos demais. Virou-se rapidamente.
Nada.
Mas algo o observava. Ele sentia.
E, em algum lugar, uma porta se abriu sozinha com um estalo seco.
Institivamente todos se viraram para o local de onde o barulho veio, era um quarto no final do corredor. Todos estavam claramente apreensivos e assustados, principalmente Ottis.
O grupo se entreolhou e sem dizer uma única palavra eles começaram a caminhar pelo corredor estreito.
A noite estava apenas começando.
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O corredor parecia ainda mais estreito enquanto avançavam, as lanternas lançando sombras que dançavam nas paredes descascadas. Uma porta entreaberta chamou a atenção de Ben, que a empurrou com cuidado. O ranger ecoou pelo andar como um gemido.
O cômodo parecia ter sido um antigo escritório. Um armário de metal enferrujado jazia tombado no canto, enquanto a mesa principal estava coberta por papéis amarelados e pastas esfareladas. Indra começou a vasculhar, puxando documentos que se despedaçavam em suas mãos.
"Isso é… são registros de pacientes" — perguntou Ben, lendo em voz alta. “Paciente 023: comportamento agressivo, alucinações auditivas e visuais. Acredita ouvir vozes que o chamam do escuro.”
Ottis pegou outra ficha, tremendo levemente:
“Paciente 045: sujeito relatou ter visto uma figura encapuzada nos corredores. Vários pacientes relataram o mesmo. A figura dizia: ‘Acorde’.”
Dean folheava uma pasta mais grossa, que parecia intacta. Dentro dela, encontrou anotações detalhadas de um médico do sanatório:
> “Dia 14 de novembro de 1963: paciente 023 se recusa a comer, passa as noites gritando. Desenha incessantemente o mesmo símbolo: um círculo com estrela de cinco pontas invertida.”
“Dia 16 de novembro de 1963: pacientes 023, 045, 051 e 067 apresentaram comportamento idêntico. Todos repetem ‘Acorde’ durante a madrugada.”
“Dia 18 de novembro de 1963: blackout no sanatório. Equipe relata vultos nos corredores. Três funcionários desaparecidos.”
As palavras pareciam queimar nas mentes deles enquanto as liam.
"Isso tá ficando cada vez mais errado." murmurou Indra, fechando a pasta com força.
Ben então apontou para outra porta no final do corredor, que parecia diferente: era feita de madeira grossa, com uma fechadura antiga e símbolo de um círculo com linhas rabiscadas de forma frenética ao redor — o mesmo símbolo descrito nos registros.
Eles se entreolharam. A tensão era palpável.
"Se a gente vai olhar, é agora." disse Dean, determinado.
Ottis estendeu a mão, empurrou a porta — e ela se abriu com um rangido prolongado, revelando um quarto amplo, iluminado apenas pelas lanternas trêmulas. O chão estava coberto de símbolos desenhados em algo que lembrava sangue ressecado. No centro, um enorme pentagrama invertido preenchia quase todo o espaço, rodeado por velas apagadas.
A atmosfera era irrespirável. O cheiro de mofo se misturava a algo mais nauseante — podre, antigo.
Dean entrou primeiro, olhando fascinado e horrorizado para o pentagrama. Ottis veio logo atrás, com um brilho estranho nos olhos. Ben e Indra ficaram na porta, hesitando.
Ottis começou a rir baixinho. A princípio, parecia nervoso, mas logo se tornou algo mais... satisfeito.
"Ottis? Que merda é essa?"
Perguntou Ben, alarmado.
Ottis se virou, os olhos arregalados e um sorriso enlouquecido. De dentro do casaco, ele sacou uma faca de lâmina larga e enferrujada.
"Ele precisa de um sacrifício."
disse Ottis com voz rouca, quase como se outra pessoa falasse através dele.
Antes que Dean pudesse reagir, Ottis avançou rápido, empurrando-o com força para o centro do pentagrama. Dean caiu de joelhos, mas não teve tempo de se levantar: Ottis cravou a faca em seu peito com um grito gutural.
O som do metal rasgando carne ecoou pelo quarto. O sangue jorrou, espirrando no chão e completando traços do pentagrama que antes estavam incompletos. Dean arregalou os olhos, tossindo sangue, até que seu corpo ficou inerte.
"NÃO!"
Gritou Ben, correndo para puxar Ottis, mas foi lançado contra a parede com força sobrenatural, como se uma força invisível o arremessasse.
Indra, em estado de choque, sacou o revólver da mochila, apontando para Ottis. O amigo, agora mais uma sombra do que humano, parecia sorrir enquanto o pentagrama começava a brilhar fracamente, pulsando como um coração demoníaco.
Do corredor, um som rastejante começou a ecoar — como algo acordando, vindo em direção ao quarto.