EPISÓDIO 28 – A SEGUNDA FASE
Exterior – Fundação Helena Monteiro – Manhã
O dia parecia comum na movimentada sede da fundação. Funcionários iam e vinham, salas eram reformadas, e um novo ar de esperança pairava sobre o prédio. André caminhava pelos corredores com um crachá recém-emitido no peito.
— “Bom dia, senhor Seo.” — disse uma funcionária, sorridente.
Ele assentiu, surpreso ainda por estar sendo chamado por seu sobrenome verdadeiro.
Interior – Sala de reuniões
Miguel analisava relatórios ao lado de Isabela e Verônica.
— “A entrada do André na fundação dobrou o alcance do nosso projeto nas comunidades.” — comentou Verônica, com entusiasmo.
— “As redes sociais explodiram. A imprensa agora trata vocês como uma família de reconciliação.” — completou Isabela.
Miguel sorriu, mas sua expressão logo ficou séria.
— “É por isso que temos que estar preparados. Se o nome Monteiro voltou aos holofotes… os inimigos também vão voltar.”
Interior – Prédio desconhecido – Escritório escuro
Um homem alto, de cabelos grisalhos e expressão fria, assistia a coletiva de imprensa no laptop.
Seu nome: **César Vargas**, ex-sócio oculto de Eduardo Feraz, foragido desde o escândalo dos Monteiro.
— “Dois irmãos unidos... que belo discurso.” — ele murmurou, desligando o vídeo. — “Mas quando se une dois alvos, fica mais fácil derrubá-los juntos.”
Ele pegou o celular e fez uma ligação.
— “Pode ativar a segunda fase. E preparem-se: o nome Helena Monteiro vai cair de novo. Mas desta vez… sem chance de retorno.”
Interior – Galeria de Arte – Jeju – Tarde
Isabela conversava com uma curadora estrangeira.
— “Recebemos sua proposta. Uma temporada de três meses na Suíça, com ateliê próprio e exposição exclusiva. É uma oportunidade rara.”
Isabela hesitou.
— “Mas... e minha galeria aqui?”
— “Podemos manter funcionando com sua equipe. Você só precisa dizer sim.”
Ela olhou para a janela, pensativa.
— “Três meses... longe de tudo. Longe dele.”
Interior – Fundação – Escritório de Miguel – Pouco depois
Miguel lia um e-mail impresso. André entrou, com expressão preocupada.
— “Recebemos uma notificação do Ministério Público. Uma auditoria surpresa nas finanças da fundação.”
Miguel franziu o cenho.
— “Auditoria? Mas acabamos de fazer uma no mês passado.”
— “E agora querem reabrir os arquivos antigos... os que estavam sob a gestão de Eduardo Feraz.”
Miguel se levantou, tenso.
— “Isso é uma armadilha. Alguém quer ligar nosso nome aos crimes dele.”
— “E tem mais.” — completou André. — “A mídia já recebeu a denúncia. Saiu agora mesmo num portal.”
Interior – Café em Seul – Isabela encontra Verônica
Isabela mostrava a manchete no celular:
> “Fundação Monteiro sob investigação: esquema Feraz pode ter raízes mais profundas”
Verônica arregalou os olhos.
— “Mas isso é mentira! Eduardo foi afastado muito antes! E todos os relatórios foram auditados!”
Isabela fechou o celular.
— “É César Vargas. Ele tá por trás disso. Acha que se derrubar o nome da fundação, derruba o Miguel… e agora, o André.”
Verônica respirou fundo.
— “Precisamos agir antes que isso tome conta da opinião pública.”
Interior – Apartamento de Isabela – Noite
Miguel chegou sem avisar. Ela estava organizando malas em cima da cama.
— “Vai a algum lugar?” — ele perguntou, parando na porta.
Isabela parou por um segundo. Então continuou arrumando.
— “Recebi uma proposta de exposição. Na Suíça. Três meses.”
Silêncio.
— “E quando ia me contar?”
— “Eu ainda tô decidindo.”
Miguel se aproximou, confuso e magoado.
— “Justo agora? Quando tudo tá desmoronando? Quando mais preciso de você?”
— “Eu também preciso de mim, Miguel. Preciso de ar. De me reconectar com minha arte.”
— “Você tá fugindo.”
— “Não. Tô escolhendo viver.”
Miguel abaixou a cabeça.
— “Se você for… não sei se vou conseguir te esperar.”
Isabela o encarou, firme.
— “Eu te esperei quando você estava no fundo do poço. Esperei quando duvidou do nosso amor. Esperei até quando achou que eu era sua irmã.”
Ela respirou fundo, emocionada.
— “Mas agora… preciso me escolher. E se você me amar mesmo… vai entender.”
Ela pegou a mala e passou por ele, deixando-o parado, sem palavras.
Exterior – Aeroporto Internacional de Incheon – Dia seguinte
Isabela embarcava. Câmeras tentavam capturar imagens dela, mas ela abaixava a cabeça e caminhava em silêncio. Ao longe, Miguel apareceu correndo entre os carros. Mas já era tarde demais. O voo dela já estava partindo.
Interior – Escritório de César Vargas – Mesmo momento
César sorria assistindo à cena na TV.
— “Um a menos. Agora… vamos atrás do outro.”
Ele abriu uma pasta.
Dentro, documentos forjados ligando André Seo ao desvio de verbas da fundação.
— “Vamos ver como o filho esquecido se sai quando o mundo o chama de ladrão.”
Interior – Fundação Helena Monteiro – Fim de tarde
André entrou apressado na sala de Miguel.
— “Recebi uma intimação. Vão me investigar formalmente.”
Miguel se levantou, furioso.
— “Isso é um jogo sujo! Você não tem nada a ver com isso!”
— “Eles estão usando meu nome. Disseram que parte do dinheiro desviado foi pra uma conta que tem meu CPF.”
Miguel socou a mesa.
— “Vão tentar colocar você contra mim. E depois acabar com nós dois.”
Verônica entrou às pressas.
— “Tem mais: um colunista postou hoje que vocês só se uniram para encobrir crimes antigos da Helena. Que tudo isso é uma grande encenação.”
Miguel cerrou os punhos.
— “Eles estão destruindo o legado dela.”
André se aproximou.
— “Não. Estão tentando. Mas desta vez… nós vamos lutar.”
———
PRÓXIMO EPISÓDIO: “A Última Herdeira”
Enquanto a reputação da fundação Monteiro é colocada à prova, Isabela enfrenta dúvidas na Suíça — e descobre um segredo do passado que pode mudar tudo. César Vargas dá seu próximo passo: envolver uma mulher misteriosa que diz ser **a terceira herdeira legítima de Helena Monteiro**. Mas será verdade… ou mais uma mentira para dividir os irmãos?