Capítulo 25 – A Noite das Máscaras

A noite continuava envolta no glamour das máscaras e a aura de mistério que pairava sobre os convidados. O baile seguia com sua atmosfera luxuosa, mas para Leonardo e Laura, o mundo parecia se resumir a uma dança constante entre desejo e controle.

Laura, com seu vestido de vinho profundo e a máscara de pedrarias, atraía olhares por onde passava. Era difícil não notá-la: sua presença dominava a pista de dança, ainda que ela se movesse com a graça de quem não queria chamar atenção. Mas os olhares estavam lá, inevitáveis. E, entre esses olhares, um em particular parecia incomodar profundamente Leonardo.

O empresário que havia se aproximado mais cedo ainda estava por ali, sempre de olho em Laura, com sorrisos e gestos exagerados para chamar a atenção dela. A cada vez que ele se aproximava, Leonardo estava ali, como uma sombra, observando com olhos escuros e fixos.

Laura podia sentir a tensão crescente ao seu lado, mas também percebia que ele se controlava com precisão, nunca deixando transparecer o quanto estava incomodado. Ele sabia se disfarçar, mas para ela, que o conhecia cada vez mais, era evidente.

— Leonardo, por que não se solta um pouco? — ela disse suavemente, virando-se para ele enquanto dançavam. — Você está tão sério, tão... tenso.

Ele a olhou intensamente, com uma leve ruga entre as sobrancelhas. Mesmo com a máscara cobrindo metade de seu rosto, Laura podia sentir a presença forte dele, quase como um farol que a guiava na escuridão do salão.

— Eu só... — Ele hesitou por um momento. — Não gosto de ver outros homens tentando te tocar, te olhar de uma forma que só eu deveria.

Laura sorriu, tocando suavemente o peito dele, onde a camisa estava levemente amassada pelo movimento da dança.

— Não se preocupe, Leonardo. Você não precisa competir. Eu estou aqui, com você, e você sabe disso.

Ele a puxou mais para perto, os corpos quase se colando, e o movimento da dança tornou-se mais íntimo, mais pessoal. A tensão entre os dois se dissipava a cada passo, a cada toque, mas ainda havia algo no ar, uma eletricidade que não podia ser ignorada.

— Você me tira do sério, Laura. Quando você sorri daquele jeito, quando me toca assim... fica difícil me controlar.

Ela riu, o som suave e encantador se misturando ao som da música.

— Você gosta disso. Sei que gosta. Só não admite.

Leonardo a olhou com uma intensidade tão profunda que ela quase se perdeu no olhar dele. Ela não sabia o que o fazia sentir, mas estava cada vez mais certa de que algo poderoso os unia. Algo que não poderia ser ignorado.

No entanto, apesar de todo o desejo que emanava entre os dois, Leonardo ainda não conseguia relaxar. O empresário não saía de perto de Laura, e ele não podia deixar de notar cada movimento dele, cada olhar, como se estivesse constantemente vigiando.

— Preciso de um tempo — disse Leonardo, quebrando o ritmo da dança, mas mantendo a mão de Laura firmemente entre as suas. — Vamos dar uma pausa, não acha?

Ela assentiu, curiosa com a mudança no comportamento dele.

— Claro. Onde vamos?

Sem esperar resposta, ele a conduziu para um canto mais isolado do salão, um pequeno jardim decorado com luzes suaves e uma vista panorâmica da cidade iluminada. As pessoas estavam mais distantes ali, e a quietude permitia que a tensão entre eles fosse mais palpável.

— Leonardo... — Laura começou, mas ele interrompeu, puxando-a para mais perto.

— Não quero mais saber dele. Não hoje, não agora.

A voz dele era baixa, grave, como se uma necessidade de marcar território dominasse sua fala. Ele a segurou pela cintura e a atraiu para si com firmeza, sem pressa. Os olhos dele estavam escuros de desejo, mas também havia uma urgência ali que ela não podia ignorar.

— E você acha que eu quero saber? — Laura disse, um sorriso travesso brincando em seus lábios. Ela levantou uma das mãos e tocou a máscara de Leonardo, ajustando-a levemente, como se fosse uma carícia. — Eu estou aqui, e é tudo o que importa.

Ele sorriu, ainda tenso, mas com os olhos suavizando quando se encontrou com os dela.

— Tudo o que importa é que eu não posso mais deixar ninguém olhar para você daquele jeito. Você é minha.

Com um movimento mais suave, ele a beijou. Não era um beijo apressado, mas sim um beijo que falava de possessão, de carinho e de um desejo incontrolável de pertencimento. Laura se entregou ao toque dele, aos lábios firmes e quentes, à mão dele que deslizava pela sua nuca, segurando-a com possessividade.

Enquanto se beijavam, o mundo ao redor parecia desaparecer. As vozes, a música, os risos — tudo se tornava distante, como se eles estivessem sozinhos em uma bolha de tempo, imunes ao resto do universo. E, naquele momento, Laura soube que ele não queria mais fingir. Ele não queria mais esconder o que sentia.

Quando se separaram, os dois estavam ofegantes, os rostos próximos e os corações acelerados.

— Agora, sim — disse Leonardo, com um sorriso satisfeitos nos lábios. — Agora, ninguém mais vai se aproximar de você sem minha permissão.

Laura não respondeu de imediato, apenas se permitiu sorrir, o coração aquecido pela intensidade de seu desejo e da forma como ele a queria. Ela sabia que a noite ainda guardava muito mais para eles, mas a sensação de estar no centro de seu mundo, de ser o centro de suas atenções, era inebriante.

O baile seguiu, mas para Leonardo e Laura, a noite já era só deles. E nada poderia mudar isso.