CAPÍTULO 3

A risada de Cora ecoou pela sala como um trovão—alta, inesperada, perturbadora.

Imediatamente James e Emily ficaram paralisados.

Eles trocaram olhares, confusos. A risada dela não soava quebrada ou histérica, como eles pensavam.

Soava divertida. Confiante. Perigosa.

Quando Cora finalmente parou, ela enxugou uma única lágrima do canto do olho—não de dor, mas da absurdidade de tudo aquilo.

"Fama?" ela repetiu, seus lábios tremendo. "Dinheiro? Você disse que eu não entenderia essas coisas?"

Ela inclinou a cabeça, os olhos queimando James como lasers.

"James... quem você acha que esteve te ajudando todo esse tempo? Quem você acha que estava por trás do seu sucesso?"

As sobrancelhas de James se franziram. Ele permaneceu quieto.

Cora se inclinou um pouco para frente em sua cadeira, seu tom ficando mais frio. "Você realmente acha que você—você—era capaz o suficiente para subir tão alto sozinho?"

James hesitou. Seu maxilar ficou tenso.

Na verdade, alguns dos contratos e parcerias que ele conseguiu tinham surgido do nada. Ele nunca questionou muito. Apenas pensou que tinha tido sorte. Ele acreditava que as pessoas finalmente estavam reconhecendo seu talento.

Ele limpou a garganta e tentou ficar ereto. "Eu... eu fiz o trabalho," ele disse rigidamente. "Eu apareci. Impressionei as pessoas certas. Eles viram como eu era brilhante. Foi assim que me tornei popular."

Emily, percebendo a leve rachadura em sua voz, rapidamente interveio.

Ela deu a Cora um sorriso presunçoso. "James é um dos homens mais inteligentes que conheço. Até mesmo alguns dos principais jogadores do mundo dos negócios querem imitá-lo."

Emily cruzou os braços com um sorriso confiante, seus olhos brilhando de orgulho.

"Esta noite," ela disse, virando-se ligeiramente para James, "você foi convidado para o Evento Global de Empreendedor Estrela em Ascensão. Organizado pelos Victors."

Naquele momento, James piscou.

Até a expressão de Cora mudou ligeiramente ao ouvir aquele nome.

"Os Victors?" ela repetiu baixinho.

Emily assentiu, saboreando o momento.

"Uma das cinco famílias mais influentes do Sul de Caden. E eles escolheram você. Só isso já diz muito, James."

Ela se aproximou dele, pousando levemente a mão em seu braço.

"E isso nem é a melhor parte," ela acrescentou. "Já recebemos informações privilegiadas—você não está apenas participando, James. Você vai ganhar."

O peito de James se encheu de orgulho. Sua boca se abriu em descrença, depois se transformou em um sorriso triunfante.

"Eles me escolheram?" ele murmurou.

Emily assentiu novamente. "Só um homem com verdadeira genialidade poderia conseguir algo assim. Você merece, James."

As palavras o atingiram como uma dose de champanhe. Ele ergueu os ombros, levantou o queixo e se virou para Cora com um olhar presunçoso.

"Você ouviu ela, não ouviu?" ele disse, com a voz rica de arrogância. "É exatamente por isso que tenho pensado em me divorciar de você."

Ele gesticulou em direção a si mesmo, como se sua própria presença exigisse reconhecimento.

"Olhe o nível em que estou agora. Preciso de uma mulher que possa corresponder a isso. Alguém inteligente. Alguém que pertença aos holofotes ao meu lado." Ele balançou a cabeça. "Você nunca foi talhada para esse trabalho, Cora. Nem de longe."

Naquele momento, James zombou e acenou com a mão em desprezo, sua voz alta e cheia de desprezo.

"Você é burra, Cora. Você nem entende o básico do mundo dos negócios," ele disparou. "Tudo o que você faz é comer, dormir, ir à terapia e repetir esse mesmo processo de novo e de novo. Você nunca levantou um dedo por nada disso."

Ele deu um passo à frente, seu tom se tornando mais cortante. "Você está completamente desconectada do tipo de vida que eu levo agora. Você não é uma esposa—você é apenas... um peso morto."

Por um momento, a sala ficou imóvel.

Então Cora lentamente olhou para ele—e sorriu.

Não um sorriso suave. Não um quebrado.

Um sorriso frio, quieto e conhecedor que fez a sala de repente parecer mais fria.

"Eu deveria ter sabido," ela disse suavemente, sua voz calma mas impregnada de veneno. "Um animal selvagem adotado como animal de estimação... ainda contará todas as refeições gratuitas que recebeu como se fossem sua própria caça."

Ao ouvir o que Cora acabara de dizer, os olhos de James se inflamaram. Sua expressão se transformou em raiva instantânea.

"O que diabos isso deveria significar?" ele latiu.

O sorriso de Cora desapareceu, mas seu olhar nunca vacilou. "Significa," ela disse, com voz firme, "que eu gostaria de assinar os papéis do divórcio. Agora."

Ela moveu sua cadeira de rodas alguns centímetros para frente, postura ereta com dignidade silenciosa.

"Não há maneira de eu sair desta casa sem os papéis do divórcio."

Imediatamente James ergueu uma sobrancelha, momentaneamente confuso com a calma de Cora. Mas então um sorriso malicioso deslizou pelo seu rosto.

Ela estava com raiva. Era só isso.

E a raiva tornava as pessoas estúpidas.

Perfeito.

Se ele jogasse direito, ela assinaria exatamente o que ele precisava—e sairia com apenas um milhão de dólares, deixando o resto de seu império crescente intocado.

Ele pegou o telefone do bolso, e discou.

"Traga os papéis," ele disse ao seu advogado. "Agora mesmo. Ela está pronta para assinar."

Ele encerrou a ligação e olhou para Cora com um sorriso falso. "Você está fazendo a escolha certa," ele disse, com voz suave e condescendente. "Não há necessidade de drama. Sejamos honestos—nenhum homem rico quer uma aleijada como esposa. Isso é simplesmente... bárbaro."

Suas palavras pairaram no ar como veneno.

No entanto, Cora não piscou.

Quinze minutos depois, a porta da frente se abriu e entrou seu advogado, pasta na mão, terno impecável e presunçoso como se já tivesse feito isso muitas vezes antes.

Emily sorriu enquanto observava do canto da sala, braços cruzados e postura elegante. Seus olhos permaneceram em Cora, absorvendo cada segundo como se estivesse assistindo a uma comédia.

Tão burra, ela pensou, Cora estava deixando sua raiva controlá-la. Ela não tinha ideia de como funcionava o divórcio. Sem estratégia. Sem classe. Sem educação.

Se Emily estivesse na posição de Cora, ela teria lutado por uma parte maior—talvez metade das propriedades de James. Mas aqui estava Cora, jogando tudo fora por causa de emoções.

Uma completa tola. Ainda assim, Emily não estava reclamando.

Ela estava a apenas uma assinatura de se tornar a nova Senhora da família Lorenzo.

A esposa de James Lorenzo.

O advogado ajustou sua gravata, seu tom educado mas ensaiado—como se isso fosse apenas mais uma transação.

Ele entregou a Cora o arquivo e sentou-se à sua frente com um sorriso demasiado suave para ser confiável.

"Como declarado, Sra. Lorenzo," ele começou, "uma vez que você assine este documento, receberá um milhão de dólares transferidos para sua conta imediatamente. No entanto—" ele olhou para seu relógio dramaticamente "—se isso não for assinado antes do fim do dia de hoje, a oferta cai para quinhentos mil."

Ele juntou as mãos ordenadamente e olhou para ela como se tivesse acabado de oferecer ouro a uma mendiga.

James recostou-se em seu assento, pernas cruzadas, orgulhoso de como tudo estava indo perfeitamente. Emily sentou-se ao lado dele, já imaginando que vestido usaria no evento dos Victors esta noite como sua mulher.

Todos estavam tentando manipulá-la. Fingir que estavam sendo generosos. Como se estivessem fazendo um favor a ela.

E Cora sabia, cada sorriso malicioso. Cada pequena provocação. Cada celebração silenciosa acontecendo em suas cabeças.

Ela calmamente pegou os documentos, seus dedos firmes.

Ela folheou as páginas sem pressa, os olhos examinando o pequeno jogo deles—a armadilha em que eles tinham certeza que ela cairia.

Então, com uma voz tão clara que silenciou a sala, ela disse: "Eu não quero nada."