CAPÍTULO 5

Naquele momento, Cora olhou Emily nos olhos, sua voz calma e afiada. "Sim," ela disse. "Eu serei quem entregará o prêmio."

Imediatamente, o quarto ficou em silêncio por um instante, então tanto James quanto Emily caíram na gargalhada.

Não era apenas uma risada baixa. Era alta, zombeteira, cruel.

Então Emily segurou a barriga, tentando respirar entre as risadas. "Meu Deus, Cora, você é hilária. Você realmente acha que James te levaria ao evento? Esqueceu? Você não é mais a esposa dele!"

Naquele momento, James enxugou uma lágrima do canto do olho, ainda rindo. "Mesmo se ainda estivéssemos casados, eu nunca te levaria lá."

Então sua voz baixou, carregada de desprezo.

"Por que eu faria isso? Por que eu arruinaria meu momento arrastando uma mulher aleijada para o maior evento de negócios do ano? Eu pareço alguém que quer ser o homem da noite dirigindo uma cadeira de rodas por aí?"

Ouvindo as palavras de James, Cora não disse nada, mas seu sorriso desapareceu.

Seus olhos... tornaram-se mortais, mais frios que gelo, mais afiados que facas.

Todo o seu corpo vibrava de raiva, mas ela permaneceu imóvel, recusando-se a dar a eles a satisfação de vê-la quebrar.

Ela não podia acreditar que era nisso que James havia se transformado.

Um homem tão embriagado com seu novo status que nem conseguia reconhecer as mãos que o alimentaram. A riqueza havia afundado em sua cabeça como veneno, apodrecendo qualquer vestígio do homem que ela uma vez achou que era gentil.

Ela havia acreditado que um homem pobre poderia oferecer um amor mais genuíno do que um rico.

Mas agora ela percebeu que estava errada, porque a riqueza não muda as pessoas, ela revela quem elas realmente são.

Cora finalmente falou, sua voz baixa, mas firme.

"Você vai se arrepender de tudo o que disse hoje, James."

Ouvindo suas palavras, James riu, descartando-a como uma criança que não sabia o que estava falando. "Não vou me arrepender de nada," ele disse confiante. "Confie em mim. Você será quem vai se arrepender quando estiver lá fora, recomeçando em Cloudridge."

Mas assim que a última palavra saiu de sua boca, um zumbido profundo encheu o ar.

O som inconfundível de motores potentes entrando no terreno.

Todos se viraram.

Sete carros de luxo Rolls-Royce deslizaram pelo portão em formação perfeita, seus corpos preto e prata reluzindo sob o sol da tarde. A mansão Lorenzo — tão frequentemente um lugar de ego silencioso e auto-adoração — de repente pareceu pequena sob o peso da presença que agora entrava.

Sem perder mais tempo, James e Emily correram para fora, atônitos.

A visão era surreal.

Os olhos de Emily se arregalaram enquanto ela agarrava o braço de James. "Você está esperando alguém?" ela perguntou com uma voz alta e trêmula.

Imediatamente, James balançou a cabeça lentamente. "Não... eu... não tenho ideia de quem seja. Não tenho amigos que dirigem assim."

Os motoristas estacionaram com simetria perfeita, sem uma única roda fora do lugar. Todas as portas permaneceram fechadas, motores zumbindo suavemente, como feras esperando para serem soltas.

Naquele momento, Emily de repente ofegou, sua voz subindo com excitação. "E se... e se for a família Victor?!"

Imediatamente, James virou-se bruscamente para ela. "O quê?"

Ela assentiu rapidamente. "Sim! E se eles enviaram esses carros para buscá-lo pessoalmente para o evento?"

James piscou, o corpo enrijecendo enquanto a adrenalina corria por ele. Seus joelhos fraquejaram levemente. "Mas o evento só começa daqui a algumas horas..."

Emily bateu palmas, olhos brilhando. "Talvez eles quisessem conhecê-lo antes do evento! Talvez queiram uma conversa particular com você!"

Naquele momento, James não conseguiu conter seu sorriso.

Ele riu alto, o peito inflando com orgulho. "Eles devem estar tão impressionados comigo..." ele sussurrou, mais para si mesmo do que para qualquer outra pessoa, suas mãos começando a tremer não de medo, mas de empolgação avassaladora.

Nesse instante, em um movimento sincronizado que parecia quase ensaiado, cada uma das portas dos Rolls-Royce se abriu.

De dentro saíram motoristas, cada um vestido com ternos pretos sob medida, seus movimentos precisos e profissionais. Eles não pareciam motoristas comuns. Esses homens ficaram em pé, alerta, exalando disciplina como pessoal de segurança de elite. Nenhum deles falou. Nenhum deles fez movimentos desnecessários.

Então, finalmente, a porta do Rolls-Royce principal se abriu.

Era o único com acabamento em ouro ao longo de suas bordas, sutil, mas impossível de não notar. Até mesmo o emblema no capô era diferente, feito sob medida em um acabamento de ouro puro. Não era padrão, não era comercial.

Era exclusivo, do tipo usado apenas por pessoas com influência muito acima do alcance público.

Do banco traseiro, uma única figura saiu.

Um cavalheiro vestido todo de branco.

Seu terno estava impecavelmente passado, sem nenhum vinco à vista. Sua presença por si só exigia silêncio, sem óculos escuros. Sem expressão dramática, apenas uma aura calma e imponente que fazia o mundo pausar.

James sentiu seu coração batendo como um tambor.

Suas palmas estavam suando. Sua boca estava repentinamente seca.

Aquele homem... ele pensou. Ele deve ser o tal. O verdadeiro convidado de honra. Ou... talvez alguém da família Victor? Um associado de sangue? Um emissário pessoal?

Sem perder mais tempo, James ajustou o colarinho, rapidamente pensando em como se apresentaria. O que deveria dizer primeiro? Deveria mencionar o prêmio? Suas conquistas?

Mas mesmo enquanto tentava organizar seus pensamentos, seus olhos voltaram para os carros.

Sete, todos Rolls-Royces. Todos personalizados.

E os emblemas... Não eram prateados. Nem mesmo preto fosco, eram dourados.

James apertou os olhos para o emblema dourado novamente, sua mente acelerada. Seria algum tipo de logotipo de elite? Uma marca personalizada para os ultra-ricos? Tinha que ser. Os Victors não eram apenas ricos, eles tinham vários bilhões espalhados por continentes.

Talvez fosse o tipo de luxo discreto que apenas pessoas do círculo deles usavam, sem ostentação barulhenta, apenas poder puro.

Ele ainda estava perdido em pensamentos, ainda calculando como abordar o homem de branco

Quando um suave zumbido passou atrás dele.

Era Cora, enquanto ela conduzia sua cadeira de rodas elétrica passando por todos eles, calma e silenciosa, como se não visse a tensão em seus rostos ou sentisse seus olhos sobre ela.

Naquele momento, James se virou, seu sorriso instantaneamente substituído por uma careta. A expressão de Emily se contorceu em pânico.

"Que diabos você está fazendo, quem deixou você sair?" ela sibilou, sua voz afiada com medo. "Você está louca? Vai arruinar a reputação de James!"

James deu um passo à frente, seu rosto ardendo de frustração. "Volte para dentro, Cora!" ele disparou. "Não se envergonhe. Nem a mim."

Mas Cora não respondeu.

Ela continuou seguindo em frente, passando pelos Rolls-Royces, pelos motoristas, em direção ao homem de branco.

Emily, visivelmente abalada agora, correu para frente e agarrou o lado da cadeira de rodas de Cora. "Você não vai a lugar nenhum," ela sussurrou duramente, tentando virar a cadeira. "James está prestes a ter o momento de sua vida, e você não vai estragar isso!"

Mas antes que ela pudesse movê-la, o homem de branco finalmente falou.

Sua voz era clara, profunda e respeitosa.

"Lady Cora," ele disse, avançando com uma leve reverência. "Chefe de Segurança, Lan Brown, ao seu dispor. Seu pai me enviou... para levá-la para casa."