Capítulo 6

Mentiras são reconfortantes. 

A verdade é dolorosa.

(Rebecca Yarros) 

Lolis entrou na delegacia com passos firmes, mas cada fibra do seu corpo estava tensa. O cheiro de café velho, cigarro e desinfetante barato misturado ao som constante de telefones tocando e conversas abafadas faziam sua cabeça latejar. Fazia tempo que ela não colocava os pés naquele lugar e não desejava mudar isso. Evitava o máximo que podia. Mas dessa vez era preciso estar lá, ela precisava de respostas e só tinha um jeito de conseguí-las. Engoliu seu desconforto e andou em direção do capitão Jefferson, um velho amigo.

Jef era alto, com a pele cor de chocolate e cabelos crespos cortados bem curtinho, ao estilo policial. Ele tinha olhos atentos, era um protetor. Lolis não se surpreendera quando o amigo de infância dissera que ia fazer a prova para a polícia, ela já esperava.

— Você tá bem? — A voz de Jef a trouxe de volta para o hall de entrada da delegacia. Ele sempre soube ler suas emoções, mesmo sem ter qualquer poder sobrenatural. Mas também… A vida dele dependia disso, ele precisava saber ler o ambiente, como policial.

— Sim, só... não gosto daqui. Você sabe. — Ela respondeu, ajustando o terno discreto que usava para se passar por advogada.

Jefferson assentiu, compreendendo sem perguntar mais nada. Quando jovens, ele precisou ir com a Lolis na delegacia algumas vezes, buscar o pai dela que era um bêbado habitual que estava sempre procurando confusão. Então, ele sabia o que estar ali significava para ela. Mas ele também sabia que ela podia ajudar. Ele não sabia bem como funcionava, mas o capitão sabia que ela conseguia arrancar a verdade das pessoas. E eles precisavam da verdade. Os garotos do "Quase massacre da sala 4" não estavam cedendo e eles suspeitavam que havia outras tentativas de executar o plano que havia dado errado. Eles também precisavam da ajuda dela. Lolis interrogar Enzo, era uma carta na manga que o líder deles não estava esperando, não importava o quanto de lavagem cerebral ele tivesse feito com os seus seguidores, Lolis conseguiria quebrá-los. 

— Ele está na última sala, à direita. Você tem vinte minutos. — Jefferson disse, enquanto caminhavam pelos corredores mal iluminados. — Lolis assente com a cabeça e caminha rapidamente até a sala indicada.

Enzo estava sentado, algemado à mesa, com um olhar vazio e frio. Ele parecia apenas mais um adolescente, mas Lolis sabia que as aparências podiam enganar. O rosto dele era familiar — o tipo de garoto que ninguém olhava duas vezes, o tipo que poderia facilmente se esconder em fóruns anônimos na internet, onde o ódio crescia sem controle.

— Enzo, sou sua advogada. — Ela disse calmamente, sentando-se à frente dele. — Quero te ajudar, mas preciso que você colabore comigo.

Ele não reagiu de imediato, seus olhos se fixando no chão. Lolis observou cada movimento, cada respiração. O silêncio era opressor, mas ela estava acostumada com aquilo. Precisava provocar uma reação.

— Vamos direto ao ponto. — Ela disse, a voz mais firme. — Sabemos que você está envolvido com o grupo de ódio que está planejando um ataque. Não temos tempo para jogos. — Enzo finalmente levantou o olhar, e a expressão dele era um misto de desafio e apatia.

— Não sei do que você está falando. — Ele respondeu com desdém.

Lolis manteve a compostura, mas por dentro seu coração batia mais rápido. Ela esperava que ele fosse colaborar ao menos um pouco, mas parecia que ele estava decidido a permanecer em silêncio.

— Você sabe exatamente do que estou falando. — Ela retrucou, inclinando-se para frente. — Se você acha que vai sair dessa sem dizer nada, está enganado. Eu posso ajudar você, Enzo. Mas só se você colaborar. Você vai ficar marcado por isso pro resto da vida. Mas se ajudar a polícia a sua punição vai diminuir e vai poder ter uma vida normal, mudar de nome. Deixar isso tudo pra trás.

Mais silêncio. A sala de interrogatório parecia apertar-se ao redor dela, e Lolis sabia que estava ficando sem opções. Ele não responderia da forma convencional. Se quisesse respostas, teria que ser do jeito difícil. Por sorte eles não podem filmar a conversa entre advogado e cliente, então ela poderia usar seus poderes tranquilamente.

Ela se levantou devagar, dando a volta na mesa e parando ao lado de Enzo. Ele a observava, desconfiado, mas não se moveu. Lolis precisava ser rápida e precisa.

— Está bem. Se é assim que você quer jogar... — Ela murmurou, abaixando-se levemente para que seus olhos ficassem ao nível dos dele. Sem aviso, ela colocou as duas mãos no rosto do garoto, que imediatamente ficou estático com os olhos virados.

O mundo ao seu redor desapareceu por um momento, e as memórias de Enzo começaram a se desenrolar diante de seus olhos como cenas de um filme.

Ela viu Enzo sentado em frente ao computador, a luz fria da tela iluminando seu rosto enquanto lia mensagens de ódio, planos discutidos em segredo em fóruns fechados. Viu ele rindo, enviando mensagens para outros membros do grupo, falando sobre "o grande dia". Depois, a cena mudou, e Lolis viu uma sala escura, com outros garotos ao redor, discutindo o ataque iminente. Um deles falou sobre o colégio como se fosse um alvo, sem nenhum traço de empatia. Mas eles falam em códigos. Tudo em códigos. O capitão era muito cuidadoso. Só daria as instruções poucos minutos antes de decidirem. Eles estavam espalhados por todo o país. Em todos os lugares. Se sentiam como heróis. Vingadores. Os excluídos que revidaram. Lolis sentiu o ódio e a frustração impregnados naquelas conversas. Ela sentia muito por aqueles garotos, eram tão novos e tão suscetíveis a caminhos fáceis para resolver seus problemas. É muito mais fácil falar de algo na internet com estranhos do que encarar de frente a situação, talvez pedir ajuda para os pais, um amigo, um professor. Lolis sabia que nem sempre essas pessoas ouviam. Mas sempre há uma solução que não envolva querer matar todos os seus amigos, aquilo era loucura!

Ela afastou a mão, o choque das imagens ainda ecoando em sua mente. A respiração de Enzo estava acelerada agora. Ele percebeu que ela sabia.

— Você não vai sair ileso dessa, Enzo. — Lolis disse, voltando ao seu lugar na frente dele. — Eu sei o que você e seus amigos estão planejando. E eu vou impedir.

Ele a encarou, a expressão oscilando entre o pânico e a raiva. Lolis sabia que ele estava perto de quebrar.

— Você acha que pode nos parar? — Ele murmurou. — Já está tudo em andamento. Você não pode fazer nada sua imunda! Sapatão do caralho!

Lolis endireitou seu terninho do disfarce. Ela não precisava que ele sentisse dor para apagar suas memórias, mas dessa vez ele merecia um pouco de dor só para aprender a deixar de ser um nojentinho de merda.

*

O céu estava tingido de laranja e roxo, o sol se pondo lentamente no horizonte, enquanto Carine e Lolis estavam novamente no ferro-velho. Era a quinta vez que vinham ali para treinar, mas hoje o desafio era maior. As pilhas de sucata, carros enferrujados e restos de máquinas estavam cada vez mais caóticos depois de cada treino, mas hoje, para Carine, eram apenas peças esperando para serem moldadas.

— Então, vamos lá. — Lolis disse, ajustando os óculos e observando o espaço ao redor. — Megazord de ferro-velho. Acha que consegue?

Carine bufou contrariada, mas com um leve sorriso. Ela percebeu que começava a gostar desses desafios, mesmo que às vezes parecessem impossíveis. E com Lolis ao seu lado, a coisa toda parecia menos assustadora.

— Criar um robô gigante de sucata só com a mente? Moleza. — Carine brincou, o sorriso ainda nos lábios. — Vou só precisar de uns dois minutos... ou cinco.

Lolis riu, o brilho dos grandes olhos castanhos da detetive enquanto ela ria começaram a ser uma das coisas preferidas de Carine. Tinha algo na tranquilidade e no bom humor de Lolis encarava a vida, mesmo as coisas difíceis, que fazia tudo parecer suportável, até mesmo o peso do passado que Carine carregava.

— Eu sei que você consegue, Ginger. Manda a ver! — Lolis se aproximou, tocando levemente o braço de Carine, o que imediatamente enviou uma onda de calma por todo o corpo dela, mas só por um segundo. — Você tem o poder e o controle agora. Só falta saber se tem a criatividade.

— Ei!! Eu sou uma artista!

Carine respirou fundo, olhando ao redor. O caos em sua mente parecia se refletir no ferro-velho. Tentou imaginar as peças do ferro-velho como retalhos de roupa e deixou as gavinhas do seu poder se expandirem pelo ar. Pedaços de ferro começaram a tremer. Pequenos parafusos e engrenagens flutuavam, seguidos por rodas, portas de carro e grandes pedaços de metal retorcido. Carine fechou os olhos, concentrando-se em moldar tudo aquilo em algo coerente, algo com forma.

— Isso! Você está indo muito bem. — Lolis incentivou, observando com fascínio enquanto o megazord começava a tomar forma.

— Ei!! Não preciso de tanto reforço positivo assim.

— Achei que você gostava, boneca.

— Boneca? Não era Ginger?

— O que você quiser. — Lolis corou e desviou o olhar. Carine também corou, mas guardou sua vergonha e focou na tarefa, precisava fazer seu megazord.

Era uma sensação poderosa, mas perigosa. Carine sentia o peso do metal em sua mente, como se cada peça estivesse testando seus limites. Mas ela estava determinada. Sabia que Lolis confiava nela, até demais às vezes, mas era ela mesma que precisava confiar no seu poder.

Enquanto o robô gigante de ferro-velho ganhava forma, Carine percebeu Lolis observando-a com um sorriso, o olhar suave por trás dos óculos. Ela sempre notava como o sol batia no rosto de Lolis, fazendo seus olhos de corça brilharem ainda mais.

— Você sabe que, de todas as coisas incríveis que já vi, isso aqui... — Lolis apontou para o megazord em formação — é só a segunda coisa mais impressionante.

— E qual é a primeira? — Carine perguntou, sem desviar a concentração, mas sentindo a resposta antes mesmo de Lolis falar.

— Você, é claro. — Lolis respondeu com um sorriso malicioso.

O coração de Carine deu outro salto. Ela sempre ficava um pouco sem jeito quando Lolis a flertava assim, o que estava começando a ficar mais frequente a cada dia. Havia uma intimidade crescente entre elas durante os treinos, algo bom, algo novo, algo verdadeiro.

Carine abriu os olhos e lançou um olhar de canto para Lolis, o calor subindo em suas bochechas. O megazord estava quase completo, mas a tensão entre elas parecia ainda maior do que o peso do metal que ela manipulava.

— Você é muito boa nisso, sabia? — Carine respondeu, sorrindo de volta. — Em me distrair quando estou tentando fazer algo impossível.

Lolis riu, e o som trouxe uma leveza ao momento que Carine precisava. As peças finais se juntaram, e, de repente, um gigantesco robô de sucata estava erguido diante delas. Um megazord improvisado, sim, mas ainda assim impressionante.

Carine abaixou a mão, exausta, mas orgulhosa. O robô ficou de pé por alguns segundos antes de começar a desmoronar lentamente. Lolis apenas observou, admirada, enquanto a estrutura caía com estrondos de metal batendo no chão.

— Isso foi incrível, Carine! — Lolis exclamou, animada, se aproximando para abraçar Carine. — Eu sabia que você conseguiria.

O toque de Lolis no braço dela novamente fez seu corpo relaxar, mas também trouxe aquela proximidade que sempre fazia seu coração bater mais rápido. Elas se olharam por um momento, o ar ao redor delas parecia vibrar com algo além de palavras.

— Só consegui porque você estava aqui. — Carine disse em um tom mais baixo, o olhar dela fixo nos olhos de Lolis.

Lolis inclinou a cabeça, o sorriso agora mais suave. Elas estavam tão próximas que Carine podia sentir a respiração leve de Lolis. O mundo ao redor, feito de sucata e caos, desapareceu por um instante, e tudo o que importava era aquele momento entre elas.

Mas, como sempre, a realidade voltou com força. O som de metal batendo no chão trouxe Carine de volta, e, com ele, a lembrança do motivo pelo qual estavam ali. O grupo de ódio ainda estava solto, e o tempo estava correndo.

— Precisamos descobrir onde será o próximo ataque. — Carine murmurou, recuando levemente, ainda sentindo o toque de Lolis em seu braço.

— Eu sei. — Lolis respondeu, a expressão séria de volta ao seu rosto. — Mas vamos conseguir. Estamos perto.

As duas trocaram um olhar cúmplice. Havia uma confiança silenciosa entre elas, um entendimento de que, por mais difíceis que fossem os desafios à frente, elas enfrentariam juntas.

Carine olhou para a grande pilha de sucata caída no chão e, em seguida, para Lolis. Havia algo no caos daquele lugar que espelhava o que sentiam – o medo, a tensão, mas também a beleza do caos. Com Lolis, Carine sentia que podia encontrar ordem no caos.

*

Capitão Y chegou ao galpão abandonado no final da tarde, o céu nublado combinando com o ambiente desolado. O lugar era insalubre, com paredes cinzentas e sujas, cheias de pichações antigas que quase desapareciam na poeira e na sujeira acumulada. O chão de concreto estava coberto por restos de comida, embalagens de fast-food amassadas, latas de bebidas jogadas por toda parte, e o cheiro de mofo invadia o ar. O lugar onde ele havia reunido seus recrutas, jovens adolescentes desesperados por alguém que os escutasse, que os protegessem, revoltados com o mundo, com a sociedade e, principalmente, com eles mesmos.

Ao entrar, a porta enferrujada rangeu de forma assustadora. Os rapazes que estavam espalhados pelo galpão jogando videogames nos computadores que comprara para eles e discutindo sobre as próximas "ações" se calaram ao ver a figura alta e ameaçadora do Capitão entrar. Ele usava a mesma balaclava preta de sempre, o símbolo de sua revolta, e sua presença no ambiente imediatamente instaurou uma tensão que podia ser sentida no ar.

— Que porra é essa? — Capitão Y gritou, chutando uma das embalagens de comida no chão. — Vocês acham que isso aqui é uma zona de recreação? Olhem pra isso! Quando lixo! Como vocês esperam que alguém leve vocês a sério se não conseguem nem manter esse buraco minimamente em ordem?

Os recrutas, que antes estavam jogados no sofá rasgado e no chão sujo, agora se endireitavam, tentando disfarçar o nervosismo. Eles sabiam que quando Capitão Y estava irritado, as coisas poderiam facilmente sair do controle.

— Cara, a gente tá tentando, mas sem grana não dá pra fazer milagre! — retrucou um dos rapazes, um garoto magro e de cabelo raspado, que estava no grupo há mais tempo. — Você coloca só uns cascalhos de dinheiro na conta online, e isso mal dá pra comida, quem dirá pra arrumar esse lugar!

Capitão Y virou-se lentamente para o garoto que o desafiou, e seus olhos brilharam de raiva por trás da bala-clava.

— Dinheiro? — a voz dele era fria, quase sussurrante, mas carregada de ameaça. — Eu dou o que vocês precisam. A grana é pra comida, porra. Não pra contratar faxineira. Ou vocês acham que a mãe de vocês vai aparecer aqui pra limpar essa merda?

Ele deu mais um passo à frente, o corpo rígido de tensão, a raiva fervilhando. Os outros recrutas observavam, tensos, sem saber o que fazer. Eles sempre souberam que o Capitão Y tinha um pavio curto, mas também sabiam que ele tinha razão em sua frieza. Eles estavam juntos para algo maior, a dor os unia.

— Suas mães não estavam lá pra proteger vocês dos seus colegas de escola, dos filhos da puta que faziam vocês engolirem o próprio mijo, não é? — ele cuspiu as palavras com desprezo. — Não, não tinha ninguém lá pra segurar sua mão enquanto eles riam da sua cara. Agora vocês têm que aprender a viver sozinhos. Vocês têm que se tornar o que nasceram pra ser: vingadores.

— A gente tá tentando, Capitão, mas isso aqui é um lixo, sem estrutura, sem nada. Se você quer que a gente faça o que você manda, precisamos de mais do que só comida barata e uma ideia de vingança.

A risada seca de Capitão Y ecoou pelo galpão.

— "Mais do que uma ideia de vingança"? — ele repetiu, com desdém. — Vocês não entenderam nada, né? Não é o dinheiro, não é o galpão, não é a porra da comida que vai fazer vocês se tornarem quem vocês devem ser. É a raiva! É o ódio queimando dentro de vocês! Se vocês precisarem de mais para se tornarem os vingadores que o mundo merece, então são tão fracos quanto as pessoas que fizeram vocês sofrerem.

Ele caminhou lentamente até o rapaz, parando tão perto que os dois quase se tocavam.

— Quer mais dinheiro? Quer uma casa limpa e bonitinha? — disse Capitão Y, o tom carregado de ironia. — Vá lá, peça pra mãe de vocês, aquelas inúteis. Peça para aqueles merdas que te ferraram. Vamos ver se eles se importam. Mas se vocês querem ser fortes, se querem fazer essas pessoas pagarem, então parem de reclamar e usem o que têm. Ou vocês vão se tornar o que vocês mais odeiam.

O galpão mergulhou em um silêncio pesado. Os recrutas baixaram a cabeça, sem coragem para olhar diretamente para o Capitão Y. Sabiam que ele estava jogando a verdade nua e crua na cara deles. Eles haviam sido vítimas, sim, mas agora estavam sendo moldados pela raiva, e o Capitão Y queria que eles entendessem que não havia mais volta.

— Esse lugar imundo é o reflexo de quem vocês são agora — ele continuou. — Um bando de lixo, deixado pra trás. Mas é daqui, do meio da sujeira, que vocês vão se levantar. A dor e o sofrimento são a sua força. E o ódio vai fazer vocês irem além. Limpem isso aqui. Organizem-se. E quando for a hora, nós faremos eles pagarem. Um por um.

Os recrutas assentiram em silêncio, voltando ao trabalho sem mais discussões. A mensagem havia sido clara. Não havia lugar para fraqueza ou reclamações. Virou-se, satisfeito com a submissão dos garotos, e saiu pelo mesmo portão velho em que havia entrado. O ar úmido e pesado o recebeu do lado de fora. Ele sabia que, apesar das dificuldades, o plano estava em movimento. E ele os guiaria até o fim, até que o mundo sentisse a dor que eles carregavam.

— Ah e Y65, meu super hacker, preciso que você descubra tudo sobre o Massacre da Festa de Formatura de 2014 e cruze os dados para acharmos qualquer… qualquer sobrevivente… isso é prioridade um.

— Sim, capitão!

— Bom, menino! Se conseguir rápido te dou uma skin nova daquele seu joguinho de tiro que você gosta.